Quinta-feira,
30/5/2002
Comentários
Leitores
Fica pra próxima
Eu, Vanessa, honestamente, não tenho nada contra programas que ensinam mulheres - ou homens - a cozinhar: nem nada, juro, particularmente contra as apresentadoras do "Saia Justa". Só acho que elas estão fora de contexto. Que fazem melhor o que faziam antes. E que vocês, telespectadoras, estão se submetendo à constrangedora situação serem avisadas disso por um moleque que acabou de completar 22 anos - e que não tem saco para cumprir a exaustiva tarefa de reeducar vocês: já está tarde demais. Fica pra próxima, beijos,
Eduardo
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por
Eduardo
30/5/2002 às
02h27
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Ruídos de comunicação
Yara,
Se, para você, é impossível discutir comigo porque estudo na GV, conversar com você me parece inviável por um motivo menos obscuro: você é completamente incapaz de compreender um texto simples. Eu nunca escrevi que o "A&L" é o "melhor" site da Internet, e jamais disse que, para mim, só existe o Paulo Francis e o Nelson Motta. Mas dificuldades assim parecem fichinha para alguém que acha que, quanto mais censurado o artista, melhor o seu trabalho; e que militância politicamente correta é qualidade incontestável. Siga firme, assim: você tem tudo para, um dia, conseguir ser iluminadora do programa. Beijos,
Eduardo
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por
Eduardo
30/5/2002 à
01h57
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No topo
Que bom, Karla, que você me avisou que faz parte da "elite brasileira intelectualizada". Se julgasse apenas pelas suas opiniões e pelo seu português, eu não ia perceber. Mas deveria: o nível dessa "elite" é tão baixo que inclui, além de você, de Marilena Chauí a Rita Lee. E, segundo meu professor de Marketing, também aqueles com nível superior, com acesso a computador e televisão, e que lêem aproximadamente dois livros por ano. Parabéns: você chegou lá. Boa sorte,
Eduardo
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por
Eduardo
30/5/2002 à
01h47
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Cara Yara
Boa noite, mocinha (ah, meus 28 anos!)... Primeiro, quanto ao estilo do meu grupo de estudos, não entendi direito o que você quis dizer com isso, mas lhe asseguro que é todo composto de professores universitários das áreas de história, arqueologia e letras, e estudamos a cultura celta com bastante seriedade. Ninguém no meu grupo de estudos quer recriar religiões extintas, das quais pouco se sabe, nem dançar pelado na lua cheia. Segundo, claro que títulos ou aprovação pública não significam prova de inteligência ou cultura, senão o Bambam do Big Brother era o cara mais inteligente do Brasil. Olha só, a Rita Lee nem de longe era líder musical dos mutantes, e como música ela é pouquíssisma coisa mais que medíocre. Ela teve foi sorte, ou talvez a esperteza - nunca disse que ela não era esperta - de se ligar a músicos maravilhosamente talentosos como Sérgio Dias, Arnaldo Baptista, e até o marido camisolão Roberto de Carvalho. (Me diz alguma coisa que ela tenha feito no período em que os dois estavam separados) Militância política, minha cara, não é sinal de inteligência, muito pelo contrário, é sinal de espírito de rebanho e fraqueza de alma, na minha opinião. A ativista Rita Lee é a razão de meu ligeiro desprezo por ela. Não tenho nada contra nenhuma destas mulheres, porque não estava, como acho que o Eduardo também não está, falando da pessoa delas. Estava falando do programa, e da falta de uma linha editorial séria nele. Não tem mesmo. Botar mulheres famosas, só porque são famosas, para falar de qualquer assunto é uma tremenda babaquice, se me permite a franqueza. Bom, se não permite, também, agora já era! :o) E nivela por baixo sim, porque só o fato de você achar que este programa é a salvação da mulher brasileira contra a síndrome da bunda perfeita já mostra o quão pouco as mulheres brasileiras esperam de si mesmas. E chega desta outra síndrome das "mulheres maravilhosas". Ou todas nós batalhamos para sermos mesmo maravilhosas, no nível intelectual e de cobrança dos homens, ou baixemos todas as orelhas e assistamos a PODEROSA (porque ela é mesmo) Ana Maria Braga. Beijo da Sue
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Assunção Medeiros
29/5/2002 às
22h20
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Fim do no.com.br
Li com interesse o texto do Julio Borges. É certo que ele identificou bem o problema dos sites de jornalismo - muita despesa e pouca receita - mas
faltou perguntar o porquê dessa pouca receita. E a resposta passa, necessariamente, pelas condições sociais e econômicas do nosso país.
Tomemos o exemplo da TV a cabo. No início de suas operações no Brasil, as
operadoras faturavam milhões e o número de assinantes crescia de forma
exponencial. Hoje, elas parecem ter atingido seu limite de crescimento:
cerca de 8% da população. A Globocabo, para sobreviver, precisou de um
suborno eleitoral do governo federal, via injeção de capital do BNDES.
E a Internet? Gostamos de buscar inspiração no mercado norte-americano, onde metade da população está conectada. No Brasil, a maioria das pessoas sequer tem acesso a telefones fixos, quanto mais computadores. Esse é o problema inicial: o público da Internet é escasso.
Há uma segunda questão, igualmente séria, que é a qualificação desse
público. Os níveis de escolaridade do Brasil são aterradores: apenas 5% da
população chega à universidade, pelos dados do último censo. O que essa
massa de pessoas com pouca instrução irá querer ler na Rede? Discussões
sobre problemas complexos, como globalização e desenvolvimento? Ou o
horóscopo e as fotos sensuais com a celebridade televisiva do momento?
Não creio, no entanto, que seja impossível vida inteligente na Internet
brasileira. Mesmo 1% da população brasileira já são quase dois milhões de
pessoas: é mais do que a Veja, a revista de maior circulação nacional, vende por semana. Mas esse hipotético site de alta qualidade terá que saber que fala a um público muito específico, e terá que adaptar seu orçamento a isso. Não é um sonho impossível, mas exige cautela. No mais, repito as palavras de Manuel Bonfim, há quase 100 anos: "Sejamos utopistas, contanto que
trabalhemos".
Abraços,
Maurício
[Sobre "A internet e o fim do no."]
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Mauricio Santoro
29/5/2002 às
22h14
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Nazistas & analfas
Você tem razão. Martin Heidegger é a vergonha de todos os letrados. Mas ainda acho que ele não é representativo dos nazistas; quantos Heideggers havia entre os nazistas? Um só, é claro- a grande maioria seguindo mais ou menos o perfil de Hitler, que era só um pintor semi-analfabeto e filisteu. Digo isso porque não consigo deixar de ser otimista- ainda acredito que os relatos de nazistas cultos tocando Bach enquanto matam judeus foram um pouco exagerados em número, mesmo que tenham acontecido uma vez ou outra (e, mesmo assim, acho que deviam ser pianistas de segunda- se fossem realmente grandes pianistas, teriam mais o que fazer); e que, depois de ler Laforgue, por exemplo ("Lune, ô dilettante lune..."), se torna um pouquinho mais difícil para um ser humano metralhar outro ser humano. Quanto a Céline, só lia jornais, e era um idiota. Resumindo, só digo isso- se , num passe de mágica, todos os que apoiaram o nazismo recebessem a cultura de Heidegger, quantos seriam tão estúpidos quanto Heidegger? É mais fácil acreditar que o exército nazista diminuiria um bocado - e que na verdade Hitler nunca chegaria ao poder. Um abraço- Alexandre.
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por
Alexandre
29/5/2002 às
21h26
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Tsc, tsc, tsc....
Tsc, tsc, tsc... pelo visto mam~~ae além de ñ ter ensinado a respeitar a mulher ñ ensinou interpretação de texto!!
Como que alguém que ñ se considera machista acha que programas que realmente possuem "apresentadoras" de valor são aqueles que vespertinos que ensinam mulher a cozinhar, cuidar da casa e dão as últimas notícias de "artistas"?
Eu nunca falei que era para proibirem seus textos... Só acho que um site, aparentemente de qualidade, não deveria se sujeitar a publicar um texto que ofende gnds mulheres!! Como alguém pode considerar Rita Lee uma pessoa burra????? Como alguém pode considerar burra uma mulher com tamanha cultura??? Só alguém que ñ aprendeu que antes de escrevermos um texto, temos que tomar conhecimento do seu assunto para poder publicá-lo!!!! Vc nunca deve ter lido, escutado ou visto as entrevistas dessa mulher! Ela tem muito o que ensinar, não só a vc, como muita gente!!! Agora eu me nego, a ficar discutindo que pede para "irmãs" e "amigas" escreverem comentários em seu próprio computador... Continue desse jeito, enquanto elas terão seus trabalhos, merecidamente, reconhecidos, vc vai continuar aí, no esquecimento... Ou ñ, se os programas feminos que passam a tarde são reconhecidos, quem sabe um dia vc ñ faz crítica do lado do Nelsdon Rubens, né?!
Abraços para vc também, querido!!!
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por
Vanessa
29/5/2002 às
21h20
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Re: Nem amiga, nem irmã
Oie, Sue
Primerio, obrigado pelo mocinha. :-)
Tenho 28 anos, sou Engenheira, tbm particpo de um grupo de estudos de cultura celta e germânica, mas com certeza não deve ser o mesmo tipo (estilo) que o seu. ainda bem que você tem acha que titulos e carreira bem sucedida não sejam prova de inteligencia e nem de cultura. Na faculdade tive muitos Prof. Doutores que não conseguiam falar de outro assunto além das pesquisas deles. Admira-me você, com 37 anos, achar que Rita Lee é persona tão grata só por ter escrito o citado verso e pintar o cabelo de acajú.
O grande problema do povo brasileiro é uma amnésia gigantesca. Os Mutantes, grupo ao qual Rita Lee pertenceu durante o final dos anos 60 e inicio dos 70, foram os responsáveis pelas maiores inovações no cenário musical brasileiro. Juntamente com os Novos Baianos, Secos e Molhados, Gil e Caetano. Rita Lee é simplesmente a compositora com maior numero de letras censuradas durante o regime militar no Brasil.
Rita Lee é uma defensora da natureza e dos animais há muito tempo, quando ninguém falava em preservar o meio-ambiente.
Que você não goste da Mônica Waldvogel, Rita Lee, Marisa Orth e Fernanda Young, que discorde da opinião delas, perfeito. Afinal o mundo é feito de pessoas que pensam diferente. Mas não é por discordar do ponto de vista de uma pessoa ou do que ela aparenta ser na tela de uma TV que você pode dizer que estamos nivelando as mulheres por baixo. Estariamos nivelando por baixo se em vez delas, as apresentadoras fossem Carla Perez, Tiazinha, Feiticeira e as duas Sheilas. Elas sim, com suas bundas e peitos de silicone, vendem a idéia de mulheres objeto com a sua dança (sexo quase-explicito difarçado). Elas sim, rebaixam o sexo feminino.
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Yara Romero
29/5/2002 às
21h01
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Nem amiga, nem irmã
A todas as mocinhas histéricas que infelizmente abalaram ainda mais a péssima imagem que a machaiada tem do sexo feminino: não sou irmã do Eduardo, não sou amiga dele, não o conheço, sequer moramos na mesma cidade. Não tenho vinte e dois anos, tenho 37, sou professora em duas universidades cariocas, membro de um grupo de estudos de cultura celta e germânica - antiga e medieval - e acho que posso me considerar uma mulher inteligente, apesar de não achar que títulos ou uma carreira bem-sucedida sejam prova de intelectualidade. A Rita Lee é persona tão grata porquê?? Porque algum dia escreveu uma música que dizia "Baila comigo/como se baila na tribo"? Francamente, chamar isso de grande realização, ou mesmo de rima rica é um pouco demais. Pintar o cabelo de acajú, talvez? Ah, peraí vocês estão mesmo a fim de nivelar o sexo feminino por baixo, não é não? Eduardo, se você tem mesmo só 22 anos, então está de parabéns, não só pelo português bom e claro, que as mocinhas que o agrediram tão profunda e gratuitamente mal sabem usar, mas também pelo conteúdo. Infelizmente tenho de concordar com você. Hoje não há programa de qualidade feito por mulher alguma na TV, salvo, com ressalvas, o de entrevistas da Marília Gabriela. Nosso 'sindicato' é por deveras desorganizado e pueril. Um abraço, Sue
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por
Assunção Medeiros
29/5/2002 às
20h16
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Letrados & nazistas
Concordo quanto ao Hitler, Alexandre. Mas e os cultíssimos nazistas/fascistas Martin Heidegger, Ezra Pound, Louis-Ferdinand Céline? Não me parece que, nesses casos, "mais e melhores leituras" tenham adiantado muito. Um abraço.
[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]
por
Júlio
29/5/2002 às
20h08
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Julio Daio Borges
Editor
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