Sábado,
29/6/2002
Comentários
Leitores
Maravilha!!
Que maravilha ler um texto desses! Que delícia ver que nem todos pensam como, por exemplo, aqueles video-artistas ranzinzas do Itaú Cultural, com suas mórbidas odes à podridão e ao lixo urbano, ao caos da mente e aos estados de alucinação e loucura. Meu Deus, que graça pode haver em se resignar a uma vida caótica? Como pode alguém perseguir tal coisa como objetivo e gastar a vida inteira fazendo a apologia da sujeira e da marginalidade? Muita arte bonita já surgiu a partir dos estados mórbidos da mente humana, mas o custo é alto e, portanto, tem que valer a pena. No caso de Dostoyevski, valeu! Mas hoje em dia não temos Raskolnikov. Temos Lucélia Santos e os seus negões. E, sinceramente, acho que isso não faz valer nem o esforço de ligar a TV no Canal Brasil. Portanto, sinto uma felicidade (diria Manuel Bandeira) "inefável" ao ler esse artigo, ainda mais depois de voltar da banca, onde vi um especial da Caros Amigos sobre "literatura marginal". Ninguém quer ser marginal, nem mesmo os marginais. Mas esse povinho intelectual já está começando a convencer a todos de que é bom ser marginal, é "cult", é "unibancool", é lindo, enfim. E assim rasteja a humanidade, como disse o Sérgio Augusto. Em tempo, gostaria de sujerir um filme de Robert Altman. Chama-se "A fortuna de Cookie". Todos os personagens são deliciosamente ingênuos. Tão ingênuos que não conseguem não ser felizes! E, para melhorar, ainda tem a Liv Tyler no elenco. Que maravilha!
[Sobre "Comédias leves"]
por
Evandro Ferreira
29/6/2002 às
21h46
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Que delícia ler o seu texto!
Ah... Alexandre!Eu gostaria muito de poder viver nesse estado de "Comédia Leve", em que houvesse malícia, sim, mas com elegância; maldades, claro, mas com refinamento e inteligência... e no qual eu pudesse me enternecer com a visão de uma Audrey Hepburn comendo um prosaico sanduíche, mas vestindo Givenchy e, possivelmente, cheirando tão bem como uma rosa que acabou de desabrochar. Que beleza de mulher! Ah... nunquinha uma Lucélia Santos se transformaria em Audrey Hapburn, nem se a gente tomasse um porre de absinto (a proibida fada verde), meu amigo. Pois nem raspar as axilas essa "Isaura" raspa... O nosso Vaudeville brasileiro é apenas um entra e sai de palhaços rotos, com penicos na cabeça, você sabe, nada tem da espirituosidade de um Eugène Labiche ou de um Georges Feydeau. Alexandre, se você encontrar o caminho desse mundo perdido... ou melhor, a entrada desse mundo da "Comédia Leve", onde ainda circulem criaturas assemelhadas a uma Grace Kelly ou a uma Audrey Hapburn... avise-me, certo? Que delícia ler o seu texto, Alexandre! Eu me senti longe, muito longe das coisas feias, das coisas grosseiras, burras, do humorismo de arrotos e outras grosserias. Foi muito bom! O final do seu texto, então, ficou soberbo! Forte abraço!
[Sobre "Comédias leves"]
por
Dennis
29/6/2002 às
16h29
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Sem vara de condão
A discussão sobre cinema no Brasil é tão antiga, mas tão antiga, que já morreram Mário Peixoto, Alberto Cavalcante, morreram a Vera Cruz, a Atlântida, as revistas de cinema, os velhos cinemas de praça do país e ainda não sabemos onde chegar. Será que somos tão incompetentes, imaturos, ou ignorantes mesmo, a ponto de não conseguirmos elucidar uma questão tão necessária? Sim, somos. Tudo isso e muito mais. Venho acompanhando a discussão sobre a ANCINE, desde as propostas de sua criação - coisa de uns dois ou três anos atrás. Venho acompanhando algumas poucas discussões nos bastidores, travadas entre cineastas de longa data e aspirantes. O que se percebe é um misto de angústia adolescente e de disparates egocêntricos. De um lado, advoga-se a causa do cinemão, da criação de uma indústria, mas voltada para o grande público, quando as bases que aí temos, os tais "fundamentos", estão explícitos neste artigo. Como se a arrecadação de um tributo fosse satisfazer a necessidade histórica de profissionalização de uma imensa cadeia produtiva. De outro, os chatos de sempre - não chatos porque reclamam, mas porque são chatos mesmo - quebram com qualquer iniciativa que pretenda dar viabilidade à indústria - em qualquer acepção que a palavra possa tomar -, uma vez que inseridos em um mercado audiovisual, terão que caminhar com as próprias pernas, sem o ancoradouro seguro das benesses concedidas pelo Estado. Mas antes de qualquer mal-entendido, é preciso dizer uma coisa: não são só estes que querem evitar a todo custo a retirada do seio estatal. Também muitos dos velhos cineastas aguardam a varinha de condão salvar as suas idéias e transformá-las em grandes obras de longo alcance, como mísseis culturais. O que resta são os parcos cinemas pelo território brasileiro, inundados de porcarias made in qualquer lugar, seja Brasil, EUA ou mesmo França, a meca da pseudo-intelectualidade. Uma certeza podemos ter. E é uma certeza que pode nos auxiliar a pensar em saídas. Há espaços para todos os gostos, para todas as produções. O que precisamos ocupa uma boa lista: boas escolas de cinema, técnicas e críticas; que o Estado deixe de atrapalhar a produção (já seria uma grande ajuda); que se criem verdadeiros produtores no país, com conhecimento sobre o mercado, sobre a indústria; e demais mecanismos que permitam a auto-suficiência. Sem ela, não há como se pensar sequer em médio prazo.
[Sobre "Que tipo de cinema se quer fazer no Brasil?"]
por
Homer
29/6/2002 às
14h51
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A cultura alimenta o cool.
Concordo que muita gente ligada à cultura também alimenta o cool. Mas infelizmente, as próprias manifestações culturais acabam sendo adotadas pelo pessoal do cool como elementos de identificação. E isso acontece porque a cultura ainda é muito elitista. E o que é autêntico, popular, acaba sendo rechaçado.
[Sobre "Todos querem ser cool"]
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Adriana
28/6/2002 às
16h15
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Torcer pelo jacaré
Em outros tempos, lá pelos meus 17, 18 anos, época em que era esquerda rôxo, acharia que este texto foi escrito por um correligionário do Jean-Marie Le Pen, mas hoje lendo-o do alto de meus 35 anos de idade, ele faz sentido. Já que vc citou minha cidade, Sorocaba, só posso concordar contigo pois mesmo a cidade sendo muito bem administrada ao longo de dois bem sucedidos mandatos pelo Sr. Renato Amary (PSDB), um dos melhores já ví em toda a minha vida, que transformou completamente a cidade, fazendo uma verdadeira cirúrgia plástica, rasgando belíssimas avenidas, reformando parques e praças, canalizando córregos, despoluindo o rio (fato raro no país), implantando iluminação pública de última geração, elevando o número de escolas municipais em 5 vezes, enfim tornando-a uma das melhores do interior paulista, sem favelas e mendigos em cruzamentos, com um transporte coletivo de dar inveja a muitas capitais, elogiada em toda a mídia, memso assim há os do contra que criticam assintosamente o coitado do prefeito. Qualquer obra que a Prefeitura vá executar, prontamente caem de porrete no homem, dizendo que vai prejudicar o trânsito, atrapalhar o sossêgo, etc. Uma das maiores virtudes do nosso prefeito é justamente o seu pulso firme, a là Felipão, para comandar o município rumo ao desenvolvimento pleno, só que muitos (principalmente os da esquerda ressentida e invejosa) julgam ver nisso um sinal de despotismo, tirania. Já lí artigos de críticos do prefeito, alguns muito influentes na sociedade sorocabana, dizendo que favelas fazem parte do cotidiano brasileiro, que o prefeito não pode proibí-las ou transferir famílias de áreas de risco para assentamentos. É um completo absurdo, que só pode partir daqueles que em filmes do Tarzan torcem para jacaré.
[Sobre "O cavalo e as moscas"]
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Antonio Fernandes
28/6/2002 às
11h35
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É verdade
Concordo plenamente.
O reflexo da cultura "cool", infelizmente traz um comportamento que mistifica aqueles que não são cool mas também não se comportam que a indústria deseja.
Vou fazer um apelo, para o pessoal do cool way of life.
Um bom exemplo hoje é, trabalhar com cultura, você precisa ser cool. Vestuário, gostos musicais.....tudo pela status cool. Para essa classe, peço mais personalidade e respeito a palavra CULTURA. As pessoas que realmente estão fazendo alguma coisa pela cultura e trabalhando com sua essência, sabem que a cultura cool é extamente a negação da cultura.
Um abraço Adriana...
Felipe
[Sobre "Todos querem ser cool"]
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Felipe
28/6/2002 às
10h50
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Nós somos os próximos
Eu acho, Felipe, que a busca por ser cool é uma necessidade muito grande de auto-afirmação. E é por isso que não acontece muito com as pessoas mais maduras. Como você mesmo indica, é um porcesso desgastante. Mas as marcas perceberam que é uma tendência que deve ser levada em conta se quiserem atingir um grande público consumidor, que são os adolescentes e jovens adultos. E é justamente aí que entra o ponto em que falo que as pessoas consomem o que querem. Não importa se esse querer é autêntico ou imposto. O que importa é que, quando surge o desejo, o produto já está lá para ser consumido. E é isso que Nike, Adidas, Satrbucks, Tommy Hilfiger e outras marcas estão fazendo. Aqui no Brasil isso ainda é incipiente, perto do que acontece nos EUA. O que não deixa de ser uma vantagem para nós. Mas é justamente por sermos relativamente "virgens" nesse aspecto que nosso país é considerado o grande mercado do presente e do futuro.
[Sobre "Todos querem ser cool"]
por
Adriana
28/6/2002 às
10h34
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Ser cool é ignorância
A palavra cool significa a própria farsa. A tentativa de ser diferente, mas sendo igual aos outros de maneira diferente. É o que tem de pior, a falsa moralidade.
São tão escravos da indústria cultural quanto aqueles que a não a percebem. Pois, os seguidores da moda cool, percebem a indústria mas se movem como tal....fazendo moda. Criando muito mais estilo e forma que conteúdo.
O texto de Adriana, diz que hoje as pessoas consomem o que querem. Infelizmente tenho que descordar dessa afirmativa. As pessoas acham que querem, mas já estão com o vírus da indústrial cultural instalados em seu poder de consumo, não tem como fugir, tudo hoje virou POP . E o inverso de POP é POP.
[Sobre "Todos querem ser cool"]
por
Felipe
28/6/2002 às
09h33
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Eu sou Cruzmaltino
Esqueci de algo: pra que serve mesmo uma elite intelectual brasileira?
[Sobre "Ludopédio em Pindorama"]
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Fernando Paiva
28/6/2002 às
09h07
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Eu sou Vascaíno
Qual não foi a minha surpresa quando começei a ler as réplicas e tréplicas e me deparei com o oportuno comentário do atleticano Fred Neumann! Acrescento: o fato de achar Copa do Mundo a coisa mais importante do, transcende o dilema pão ou circo. Tem mais a ver com amor. E isso, meus caros, é impossível racionalizar ou controlar. Por amor sou vascaíno antes de ser brasileiro. Por amor - cego - sou incapaz de vociferar contra o pulha do Eurico Miranda sinceramente. Por amor, mando a ética pro espaço e comemoro triunfante um título com gol ilegal.
[Sobre "Ludopédio em Pindorama"]
por
Fernando Paiva
28/6/2002 às
08h46
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Julio Daio Borges
Editor
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