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Segunda-feira, 8/7/2002
Comentários
Leitores

Em favor do que
Ronaldo, com sua licença, ponho em dúvida essas estatísticas quanto ao número de ONGs e de meninos de rua, já que jamais as encontrei devidamente fundamentadas. De qualquer maneira, as ONGs também representam empreendimentos intelectuais, mesmo que você discorde delas. E poucos empreendimentos intelectuais são tão apoiados e financiados hoje em dia quanto aqueles que defendem a retirada do Estado de seus deveres sociais. A minoria que os apoia certamente não deve se incluir entre as “sem defesa” a que você se refere. Se eu adotasse um conceito de "bantustão" tão abrangente quanto o do Felix Meier, certamente classificaria assim o grupo dos anti-estatistas. Uma minoria defendidíssima./// Quanto ao outro assunto, novamente peço licença para deixar de comentar a relação entre cultura e religiões, tema complexo e que eu, homem sem religião, não me sinto preparado para abordar, embora respeite o sentimento religioso. Por isso mesmo, não vou discuti-lo./// Dizer que o artigo “não é panfletário mas talvez tenha a tônica dos panfletos” me parece pouco claro. Mas acho que talvez não valha a pena continuar tal debate, uma vez que não parece haver interesse do próprio autor em fazê-lo. Continuo achando que a sua “tônica”, como você diz, retira em muito a possibilidade de eu discuti-lo racionalmente./// Quanto à bibliografia sugerida, agradeço as sugestões. Já conheço um desses autores, sobre o qual tenho opinião formada. Quanto ao outro, procurarei lê-lo. Um abraço.

[Sobre "Bantustões brasileiros"]

por Helion
8/7/2002 às
18h35

Tá bem legal
Eduardo, Com certeza foi o melhor texto que já escreveu para o Digestivo. Parabéns o texto está bem engraçado.

[Sobre "Reminiscências de um campeão"]

por Otavio
8/7/2002 às
16h23

Mônica Waldvogel
Eu que pensava que este assunto já tinha morrido (e acho que já deveria), percebo com indignacão que o Sr. Eduardo Carvalho ainda não está satisfeito com as exposicões de suas ridículas opiniões. Já procurou um psiquiatra para resolver seu caso de múltiplas personalidades? O programa está cada vez melhor, é pena que mentes doentes como a do Sr. Eduardo, não têm alcance suficiente para entendê-lo, pena também que pessoas mal-educadas, e grosseiras como esse tal de Eduardo Carvalho (será mesmo esse o nome dele?) têm espaco num site como esse. Enfim... ces les choses e la vie... Daniela Brusco

[Sobre "Com a calcinha aparecendo"]

por Daniela Brusco
6/7/2002 às
13h41

Ora, ora, ora...
Caros participantes do Fórum: Acabo de descobrir este site (pesquisando no Google) e ainda estou em estado de choque com a crítica implacável do Eduardo ao nosso programa. É formidável descobrir como pessoas conseguem ter conceitos tão fechados e resolvidos num mundo em que nenhum dos bons e velhos paradigmas anda parando em pé. Estamos tentando fazer um programa para discutir os temas que nos impactam e que o público nos sugere. É um programa novo, em obras, reflexo de cabeças e mentes inquietas. Só isso. Ninguém ali está tentando dar as grandes respostas - e alguém as tem por aí? - nem buscando dar tratamento intelectual aos fragmentos dos fatos semanais que caem no colo de toda a gente nesses dias conturbados. Também não dá para levar tudo tão a sério neste começo de século, não é mesmo? É preciso um certo humor que vá além do banal e do clichê e nisso o 'Saia Justa' é pródigo. Para os que nos defenderam, em nome de Marisa Orth, Fernanda Young e Rita Lee, agradeço. Para Eduardo e seus seguidores, amém. Abraço, Mônica Waldvogel

[Sobre "Com a calcinha aparecendo"]

por Mônica Waldvogel
6/7/2002 às
12h24

Amores possíveis
Interessante o seu comentário e fiquei curioso para ler o livro, apesar das restrições que você faz a ele. Não sei se a autora aborda o tema, mas é interessante verificar como a internet realmente inverte a seqüência tradicional das relações amorosas: primeiro nos deparamos com o outro a partir de sua expressão escrita, depois (usualmente) pela voz, através do telefone e, só depois, através do contato visual. É exatamente o contrário das relações tradicionais, permitindo assim um desnudamento, uma abertura, que não é usual entre estranhos. Se isso será bom ou ruim, se essa nova seqüência vai revolucionar as formas de relacionamento, só o tempo dirá./// Penso também num veículo como esse Digestivo, no qual as afinidades – e, mais freqüentemente, as divergências – expressas por escrito entre desconhecidos também assumem uma crueza, um ímpeto, que dificilmente ocorreriam em contatos pessoais. São novas maneiras de amar e de odiar...

[Sobre "A internet e o amor virtual"]

por Helion
5/7/2002 às
14h49

Futebol e pentes
Leio tanta filosofia sobre o futebol e me lembro de algo que me aconteceu estando em Maceio, Dezembro 1997. Um carinha, de cujo nome nao me lembro, estudante de Medicina, filhinho de Dotor, fluente em frances, critica duramente seu namoradinho pelo terrivel crime de torcer com paixao pelo seu Flamingo adorado. Os argumentos, bom, voces conhecen, ne? 15 minutos depois o cara descobre que eu tenho um pente daqueles plasticos, grandes e feios no bolso traseiro da calca. Ai o dotorcinho falou, escandalizado: "Acho engracado voce carregando esse pente no bolso da calca" Entao ta, Flamingo - Vasco, bobagem para adormecer o povao ignorante, MEU pente no bolso da MINHA calca, assunto da maior importancia. Da licenca!

[Sobre "Ludopédio em Pindorama"]

por Dudu
5/7/2002 às
10h36

Paranóia? Onde?
Prezado Gian: Seu texto tem pontos interessantes sobre a paranóia, mas infelizmente não passa dos pontos comuns já discutidos por todo mundo numa mesa de bar - e pontos equivocados, como chamar a Idade Média de "Idade das Trevas". Se vc ler Etienne Gilson, vai descobrir que a Idade Média não foi nada irracional e que a paranóia que dizem ter sido criado pela Igreja Católica era, na verdade, fruto de escolas dentro da Igreja e que foram expulsas pelo Papa por causa de seu cunho herético. Além disso, como vc pode chamar de "Idade das Trevas" uma época que tinha Santo Tomás de Aquino, Santo Agostinho, Abelardo, Meister Eckart e, bem no final, Dante Alighieri. Por acaso a nossa época - tão paranóica - tem como rivalizar com a honra destes nomes? No mais, se vc quer saber o que é realmente o efeito da paranóia na vida e na arte, leia Thomas Pynchon, em especial "V." e "O Leilão do Lote 49", ambos editados pela Cia de Letras. Um abraço e continue com seu trabalho Martim

[Sobre "A Soma de Todos os Medos"]

por Martim Vasques
5/7/2002 às
08h51

Em favor do que
Usei o termo "minoria sem defesa” parodiando as várias minorias altamente defendidas pelas inumeráveis ongs, que por sua vez são altamente patrocinadas pelo reduzidíssimo número de cofres mundiais. Não estou dizendo que ninguém deva ajudar ninguém. Mas o fato de haver mais ONGS em defesa dos meninos de rua no Rio de Janeiro do que propriamente meninos de rua, conforme levantamento da Universidade de Minas Gerais, talvez possa esclarecer o que digo. Ainda que as ONGS sejam o sinal de uma época de declínio do poder dos estados, eles também (quem tenha olhos que veja) cumprem o papel de desestabilizadores do próprio estado. Nesse sentido são globalistas e estão a favor, queiram ou não, saibam ou não, da nova ordem mundial. A paródia que usei foi para enfatizar a solidão de qualquer empreendimento intelectual. Incluindo a solidão financeira, principalmente quando as reflexões estão contra a maré. Com relação a transcendentalidade da tradições eu reafirmo, mas não disse que não são culturais. Disse que a cultura é posterior. A cultura é consequencia e não causa das religiões. Um pouco de história nos mostra isso. O estudo comparado das religiões nos indica também uma tradição primordial berço dos mitos e dos símbolos, cuja estrutura está muito além dos estruturalismos sociológicos ou antropológicos. O reducionismo sociológico ou econômico e o relativismo cultural pretendem destruir a supremacia do fenômeno transcendental, do mistério, do segredo, do sagrado. Substituir o universal pelo internacional é uma das metas. Dessa pobreza o marxismo não fala, pois ele próprio participa desse parricídio. Concordo que o volume de temas proposto resvala num nível perigoso de generalizações e que exige um nível intelectual brilhante. Não disse que o Felix tenha conseguido essa proeza, mas não pretendi julgá-lo por esse critério. Meu elogio foi por ter encontrado alguém que discute os mesmos problemas, que se inquieta pelas mesmas coisas, que tem a coragem de não parecer retrógrado, direitista, fdp ou sei lá o que mais. Com relação a bibliografia devo desculpar-me, quis dizer REFERÊNCIAS em geral, com suas notas, etc. Não podemos negar-lhe um agradecimento por essa gentileza, que são as notas de roda-pé, ainda que não concorde com suas reflexões. Que ele seja panfletário eu não concordo. Talvez seu artigo tenha a tônica dos panfletos, mas credito isso ao próprio objeto de sua reflexão, aliás ao nosso objeto de reflexão: a cadeia de relacionamentos entre os fenômenos culturais modernos. Não tenho dúvidas de que há um espécie de padrão entre os vários fenômenos culturais abordados. Difícil sintetizá-los, mas é necessário comentá-los, exercitar o intelecto para antever a unidade nesses vários aspectos da modernidade. Ainda que seja uma síntese fragmentária, característica própria da modernidade, mas que a cada dia observa-se uma linha mais clara entre esses vários fenômenos. Por falar em bibliografia permita-me citar alguns: O Mundo Moderno, de René Guénon; A Nova Era e a Revolução Cultural, de Olavo de Carvalho, são livros importantes para esse tema. De quem ele é a favor eu não posso responder por ele. Mas creio que a defesa foi em favor da racionalidade, da informação verdadeira, sem ideologismos.

[Sobre "Bantustões brasileiros"]

por ronaldo
5/7/2002 às
07h04

panfleto, panfleto...
Finalmente, Ronaldo, você diz que o artigo de Felix Meier “não é panfletário”. Eu não tinha usado essa palavra, mas agora que você a apresentou, não tenho como deixar de dizer: ele é panfleto em estado puro, no sentido de que “ataca alguém ou algo com críticas irônicas”, de que é “polemista”./// Bem, então como definiríamos um artigo que, em vinte parágrafos, declara-se contra as causas: defesa das terras indígenas, a proteção ambiental, o marxismo, os intelectuais da USP, o Movimento dos Sem Terra, o Iluminismo da Revolução Francesa, o movimento gay, o movimento pela defesa dos descendentes de quilombolas, o movimento negro em geral, a CNBB, o próprio governo FHC, o gramscismo, o movimento feminista, o movimento em defesa do aborto, os movimentos de meninos de rua, as ONGs em geral, Lula, Fernando Gabeira?/// Como denominar esse formidável esforço generalizador, senão como a quintessência do panfleto?/// Só falta definir uma coisa: a favor de que ou de quem é o artigo? Só consegui pescar uma única exaltação, em réplica a um leitor: aos “ricaços que pagam impostos” e que garantem os seus (F. Meier) proventos de aposentado da União. Um final estranho, sem dúvida. Caberia ao autor se explicar melhor. Mas jamais poderíamos fugir de classificar o texto segundo a palavra que você mesmo trouxe: panfletário. Um desabafo panfletário contra todo e qualquer argumento ou movimento que desagrada ao autor.

[Sobre "Bantustões brasileiros"]

por Helion
4/7/2002 às
20h48

que minoria sem defesa?
Ronaldo, se eu li entrelinhas demais, desculpe. Vou ler de menos agora: quem é a “minoria sem defesa” com que você intitula seu comentário? Poderia explicar, por favor?/// Bem, se você acha que as tradições são fundamentalmente transcendentais e não culturais, como eu julgo ter entendido, não vamos discutir por isso. É a sua opinião e nem me parece ser o central nesse debate./// Você defende o artigo do Felix dizendo que a generalização é uma das características da racionalidade. Diria que é um dos momentos da mesma, mas não me parece que seja razoável a generalização que abarca da música do Tiririca a Gramsci, dos meninos de rua à Revolução Francesa. Apenas um intelectual com um estofo formidável conseguiria articular isso tudo sem fazer o resultado parecer uma geleia geral./// Ao contrário do que você diz, as “citações bibliográficas” não o redimem deste problema. Há um único livro citado, da Bibliex. Se você tanto condena o academicismo, não deveria também se entusiasmar com uma base bibliográfica assim tão pujante./// continua...

[Sobre "Bantustões brasileiros"]

por Helion
4/7/2002 às
19h52

Julio Daio Borges
Editor

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