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Quinta-feira, 15/8/2002
Comentários
Leitores

Paulo Coelho e Agatha Christie
Tanto Paulo Coelho quanto Agatha Christie vendem muitos livros, Sandra, mas eu acho que os motivos são completamente diferentes. O leitor de Paulo Coelho é normalmente mal orientado. Ele escreve mal, de fato, e a profundidade de sua meditação é a mesma de um pires. Agatha Christie, no entando, produziu uma literatura policial de excelente qualidade e, nesse estilo, é um clássico. Eu, pelo menos, considero ambos como literatura.
A você, Felipe, meu muito obrigado, sempre. Beijos e abraços,
Eduardo

[Sobre "Demorou"]

por Eduardo
15/8/2002 às
21h19

que palavara linda
Caro Alexandre, Ótimo texto, só esse espero que o planeta Hercóbulus não acabe com população terrestre Nossa que palavara linda, Polissemica, mas alguém sabe o que isso? Eu procurei em dois dicionários eu não encontrei. Caso tenha alguma ídeia sobre o que esse amontoados de sílbas signifca, fico grato. Abraços Otávio

[Sobre "Falsos intelectuais"]

por Otavio
15/8/2002 às
20h36

desde já, fã
Ótimo artigo. Mais uma vez, parabéns pela clareza, coragem e objetividade das idéias. Abraços do seu, desde já, fã.

[Sobre "Demorou"]

por Felipe Tavares
15/8/2002 às
19h33

um assunto muito complexo
Júlio, acho perfeitamente válido o espírito do seu texto a respeito de direito autoral, dizendo a pura verdade: direito autoral é uma questão de honestidade (talvez, nem mesmo de cultura). Contudo, é um assunto bem complexo. Por um lado, precisamos levar em conta aquele direito autoral que tem como objetivo ressarcir os investimetos e gastos feitos para se chegar a uma criação efetivamente boa e útil. Evidentemente, isso se aplica mais ao mundo das criações tecnológicas, mas tem aspectos de mérito bem mais legítimos do que nas criações meramente psicológicas ou espitituais ou subjetivas, ou ainda, com qualquer nome que se queira dar. E o maior mérito está ligado a um esforço objetivo bem maior, envolvendo períodos de tempo bem maiores, investimentos e gastos concretos. Por outro lado, devemos pensar nas criações que resultam mais do "talento" do que da "competência", e neste caso, não podemos fechar os olhos para o fato de que, via de regra, não há gastos nem investimentos e, geralmente, não envolve períodos de tempo muito longos. Muito bem. Neste caso das criações que saem do talento, a preocupação não se dá em relação a gastos, investimentos, esforços objetivos, nem nada. O que se procura corrigir é simplesmente o fato de que terceiros não devem lucrar com algo que tenha sido pelo talento do autor. Paradoxalmente, no primeiro caso das criações tecnológicas, resultantes portanto mais da "competência" do que do talento, que inequivocamente tem mais mérito objetivo, a própria lei estabelece um limite bem curto de tempo durante o qual ocorre o "ressarcimento" (royalties). Quando muito, se não estou enganado, uns 5 anos. Já no segundo caso, o do talento, a lei prevê 60 anos de "ganhos" que nada têm a ver com ressarcimento. Enfim, na comparação entre "competência" e "talento", aparecem três agravantes beneficiando o "talento": (1) Exige menos tudo (2) Protege por 60 anos!!! (3) Demonstra preocupação em que os outros não usufruam, que é quase "mesquinha", embora legítima até certos limites. Então, Júlio, Direito Autoral é um assunto muito complexo e, em geral, muito mal interpretado, ou seja, sempre com muitoas propósitos de premiar muito mais uma "idéia" do que um "arregaçar mangas", que envolve despesa, investimento e período longo de trabalho objetivo e quase sempre exaustivo. Não sei se ajudo em alguma coisa com este tipo de análise, mas minha intenção é boa. Parabéns pela sua matéria. Um quente abraço. Haroldo Amaral

[Sobre "A pirataria, a numeração e o mercado da música"]

por Haroldo Amaral
15/8/2002 às
18h40

Pela eleição de Raimundo Santa
Paulo Coelho é um autor comparável à Agatha Christie, no meu entender. Não é literatura mas é popular, e não faz mal a ninguém ler os livros desses autores. Em seu texto o Eduardo esqueceu de citar o general Lyra Tavares, eleito imortal pela mesma Academia Brasileira de Letras que agora abre seu flanco ao popular. Aliás, depois de Paulo Coelho esperamos que a ABL escolha agora como imortal Raimundo Santa Helena, que faz belas poesias de cordel e é conhecidíssimo aqui no Rio de Janeiro.

[Sobre "Demorou"]

por Sandra Chaves
15/8/2002 às
15h55


Cara Adriana, como aerofobo devo concordar que nao pode haver animal mais carinhoso e dedicado que o cao. Nos deveriamos toma-los como exemplo de moral e conduta.

[Sobre "Homens, cães e livros"]

por Aguinaldo Silva
15/8/2002 às
12h45

Juízo
Caro Helion. Acho que você está exagerando o alcance de um espaço de comentários como esse. Eu não teria como provar completamente aqui a existência de juízo de valor na arte. Para isso é melhor você ler Hegel e Kant. Aliás, se você quiser abolir juízo de valor na arte, terá de fazê-lo com tudo o mais, pois o juízo é um conceito ontológico, ou seja, aplicável a tudo que existe, a tudo que é. Quanto ao que você disse sobre Villa Lobos, está tão absurdamente equivocado que mal dá pra acreditar. O puxa-saco é aquele que elogia e divulga uma suposta forma de arte até a exaustão e (isso é importante) muito além do que ela merece e sem usá-la na confecção de nada que a transcenda. Villa Lobos não foi nada disso.

[Sobre "Babação do popular"]

por Evandro Ferreira
14/8/2002 às
14h28

Do mais elevado ao mais baixo
Sobre esta sua frase: “A função da universidade em um país normal seria estudar tudo que a humanidade já produziu, na ordem de importância do mais elevado ao mais baixo”. Se você me definir qual o “país normal” que já chegou a uma conclusão definitiva sobre esta seqüência “do mais elevado ao mais baixo”, eu dou a mão à palmatória. Não vale citar a Rússia stalinista ou a Alemanha hitlerista. Esses definiram claramente o que era “mais elevado” e “mais baixo”. Mas não acredito que sejam os modelos que você defende.

[Sobre "Babação do popular"]

por Helion
14/8/2002 às
12h41

Villa babando o ovo
Caro Evandro, obrigado antes de mais nada pela sua resposta./// Você pode ter ouvido muitas vezes esse argumento de que “o erudito de hoje é o popular de ontem”. Não acho que isso seja sempre correto, mas de qualquer forma, nos casos em que se aplica, não se trata apenas de um cansativo argumento, uma vez que a repetição excessiva, e mesmo a vulgarização do mesmo, não o esvazia de seus elementos de verdade./// Antes de examinar o seu exemplo, gostaria de descartar para meu argumento o debate sobre a “superioridade” ou a “maior riqueza” de Villa Lobos face à música popular, pois se trata de longa discussão, para qual não há parâmetros objetivos. E eu não advoguei nenhuma pretensa superioridade, da parte de um dos dois “pólos”. Acho que isso só se presta a polêmicas pouco frutíferas, e na qual os argumentos de natureza diretamente ideológica se superpõem às considerações de caráter propriamente artístico ou cultural./// Não sei se você conhece a série francesa de CDs “Villa-Lobos par Lui-Même”, que reúne as gravações feitas por Villa regendo na França em fins dos anos cinqüenta (caso não conheça, posso fazer-lhe uma cópia). A caixa inclui a gravação de uma divertida conferência do maestro em 1959, “QuŽest-ce quŽun Chôros?”, na qual ele explica aos franceses o que é uma roda de choro, e como elas o influenciaram, inclusive imitando com a voz os diversos instrumentos e fazendo referências à cachaça e ao clima nelas reinante. Você consideraria isso uma “babação de ovo do choro”? Em caso positivo, estaria pronto a retirar de Villa-Lobos a designação de erudito, e de relegá-lo à vala dos socialistas medíocres?/// Muitos defensores do popular efetivamente gostariam de vê-lo como peça de museu. Mas não todos. Villa-Lobos, Mário de Andrade, Hermínio Bello de Carvalho, não estão entre estes. Um abraço, Helion

[Sobre "Babação do popular"]

por Helion
14/8/2002 às
12h38

multiculturalismo qualificado
Guilherme, não estava claro na sua mensagem o que exatamente você chamava de “alta cultura”, e eu por isso a associei à cultura erudita. Caso a associação não tenha sido apropriada, desculpo-me. Mas, então, fiquei sem entender./// Veja bem, agora você já está qualificando o multiculturalismo, afirmando que existe um “multiculturalismo de ressentidos”. Já estamos mais próximos, você e eu, porque eu acho possível se reconhecer um “multiculturalismo” que exprime ressentimento de classe, étnico ou cultural. Mas ele nem sempre “vive de encontrar indícios de opressão”: muitas vezes reconhece – com maior ou menor exagero – formas de opressão efetivamente existentes, buscando lutar contra as mesmas. Se as formas de atuação são ou não eficientes para enfrentar o preconceito, o racismo, é outra discussão. Podemos até enveredar por ela. Mas não concordo de maneira nenhuma com o “essencialismo” da relação marxismo e multiculturalismo que é defendido pelo texto citado. Aliás, acho que quanto a esse não vamos concordar mesmo./// Falando nisso, encontrei outros textos no Google, conforme sua sugestão, e não poderei ler todos. Me parece que se referem, na sua maioria, à versão das “culture wars” que marcam o debate político e cultural norte-americano, que é bem diferente do nosso. Forçar analogias com o caso de lá é se arriscar a não compreender nada, e tal recurso só convence aqueles que já estão predispostos de antemão a achar “genial” tudo o que sai da pena de um determinado articulista./// Sobre a professora universitária que te dissertou sobre a estupidez do homem branco ocidental, quero crer que ela não representa o que há de mais sério da postura multiculturalista, assim como fofoquinhas sobre a mulher de Lukacs não representam o que há de mais sério dentre as críticas ao marxismo.

[Sobre "O pensamento biônico"]

por Helion
14/8/2002 às
12h26

Julio Daio Borges
Editor

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