Segunda-feira,
16/9/2002
Comentários
Leitores
Mais idiotas
Martim, obrigado pela visita - fico honrado. É claro que essa lista é bem maior do que três ou mesmo três mil pessoas; hoje mesmo (domingo), abrindo o Mais! (ainda tem esse ridículo ponto de exclamação?), fiquei tentado a incluir todos os nomes que ia encontrando. Um abraço - Alexandre.
[Sobre "Três Idiotas"]
por
Alexandre
16/9/2002 às
02h58
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Um apelo em prol da USP
Prezado Eduardo,
Não conhecia sua coluna até há poucos dias e quem me chamou a atenção para seu texto foi meu amigo Evandro Ferreira. Percebi, entre perplexo e maravilhado, que perdi muito tempo não o conhecendo. Agradeço a mais essa dica preciosa do Evandro e aviso você que vou tratar de acompanhá-lo todas as semanas e também de ler suas crônicas anteriores.
Eduardo, você mexeu numa caixa de marimbondos. Sou aluno da USP há sete anos (fiz cinco anos de Direito, formando-me em 2000, e estou agora no segundo ano de Economia, campus de São Paulo) e, apesar de tudo, amo aquela Universidade. Amo-a porque tive o privilégio de contar com alguns grandes professores, bibliotecas muito boas e amigos que compartilham comigo a paixão pelo saber e com os quais mantive conversações das mais prazerosas. Mas estou muito preocupado com o destino da USP. Há longo tempo e com poder crescente, uma espécie de aliança ignóbil entre a mediocridade e a politização ameaça a Universidade e avança sobre ela como um tumor. Não são incomuns situações como:
a) professores muito piores do que a opinião pública imagina que haja naquela Universidade, geralmente tida como a melhor do País (a vida acadêmica, dos concursos docentes à aposentadoria, infelizmente é muito menos exigente do que deveria ser);
b) alunos de nível igualmente baixo, sem ao menos o domínio da língua pátria ou da matemática elementar, não só desabituados como hostis à leitura e à reflexão (e profundamente insatisfeitos com quaisquer exigências dos professores que requeiram essas habilidades), contribuindo para a perpetuação das deficiências de vários cursos (o que demonstra as falhas de um exame vestibular que, geralmente tido como muito difícil, na verdade está longe de ser suficientemente rigoroso);
c) a exploração dessas deficiências por grupos políticos que se usam delas para fins inteiramente alheios aos da Universidade. Desejosos de saltar para uma carreira político-partidária após concluírem seus cursos (ou até antes disso), ou ainda de usar a Universidade como laboratório para experiências de táticas revolucionárias, esses grupos (quase invariavelmente esquerdistas - às vezes moderados, às vezes radicais, mas quase todos de esquerda) dominam as organizações de representação de estudantes, professores e funcionários. O debate sobre excelência científica e acadêmica sofre uma indevida politização que dificulta, cada vez mais, a solução das mazelas que a USP sofre.
Eu pretendo ser professor e pesquisador da USP um dia e gostaria de poder trabalhar numa instituição que prezasse a qualidade como valor fundamental. Uma Universidade que cumprisse adequadamente seu papel social primordial - que é simples e precisamente o de oferecer aos interessados os meios e o ambiente adequados para a formação de uma elite intelectual madura, no sentido aristotélico do termo. Mas não encontro interlocutores nos Centros Acadêmicos, no DCE ou em qualquer outro órgão ou movimento representativo dos alunos. Eles estão preocupados em fazer da Universidade um trampolim para sua atividade política (freqüentemente revolucionária) e estão envolvidos demais na sua "militância" para se preocuparem com excelência. Eles nem têm uma noção clara dos fins da instituição universitária. Ou, quando a têm, concebem-na como um centro de formação de militantes para a transformação revolucionária da sociedade. Sua obra efetiva, porém, é a transformação da nossa USP em uma floresta, como você notou.
O mínimo que deveria ter sido feito, diante de uma infâmia como essa festa em homenagem a Osama bin Laden, era um ato silencioso em memória das vítimas do atentado terrorista, em frente do local da festa e no mesmo horário, com a devida cobertura da imprensa universitária e extra-universitária. No entanto os representantes dos alunos, titulares dos meios e da obrigação moral de organizar uma reação como essa (ou qualquer outra), não querem saber de nada que possa dar a entender que a USP não está "unida" em torno da condenação ao "imperialismo ianque", "culpado pelos atentados". E assim eles se dedicam é à organização de barbáries como essa festa.
Apelo a todos os membros da comunidade USP (alunos, professores e funcionários) que não concordam com esse estado de coisas a me escrever. Penso em montar um grupo de discussão para debatermos e refletirmos o que podemos fazer a respeito. Sei que não sou o único a se preocupar com excelência na Universidade. Também sei que não sou o único liberal-conservador que sente desagrado diante do evidente uso político da USP para propósitos de grupelhos esquerdistas.
Quem estiver disposto a trocar idéias em torno de uma espécie de "Projeto USP", destinado a restabelecer a excelência e o pluralismo (sim, pois o tal "pensamento único" da Universidade é de esquerda), favor entrar em contato comigo. Antes que a aliança entre a mediocridade e a politização acabe definitivamente com qualquer possibilidade de reação na USP.
Meu e-mail é [email protected]. Motivos de escassez de tempo podem dificultar uma pronta resposta - não entendam isso como desconsideração da mensagem, por favor.
Uma última palavra, que não consigo sufocar: li várias besteiras (e também, felizmente, muita sensatez) nos comentários acima, mas há pessoas que rompem todos os limites do bom-senso e da civilidade. Como advogado, eu informo a todos os freqüentadores deste Digestivo, os sérios como os engraçadinhos, que aquilo que o tal de Pablo-FFLCH escreveu está tipificado no art. 139 do Código Penal e chama-se difamação. Dá cadeia, de três meses a um ano, e multa. Também gera direito à indenização por danos morais, no juízo civil. E é bom que se saiba que, apesar de ele ter velhacamente omitido seu e-mail, ele não está tão anônimo assim, uma vez que seu TCP/IP está registrado e publicado.
[Sobre "Festa na floresta"]
por
Felipe Ortiz
15/9/2002 às
22h05
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Chega de blá blá blá.
Péssimo, Eduardo.
Acho que você deveria aproveitar este espaço para discutir questões mais importantes, como por exemplo, alternativas de se valorizar nossa história e nossos historiadores, e salientar sua importância na formação do pensamento crítico, propor alternativas para resolver seus descontentamentos com a FFLCH (que representa o extremo do desprezo que vem sofrendo o ensino público brasileiro).
Enquanto as pessoas que se julgam superiores (e seu artigo passa a impressão de que você se põe num pedestal)estão reproduzindo atitudes como a sua, nossa história, nossos historiadores, nossa universidade pública estão cada vez mais desacreditados, desvalorizados e sucateados, o povo brasileiro está sem referência (e se alguém viu o filme Cidade de Deus, ou acompanha os jornais pode imaginar quem é a referência atualmente).
Não acho que com a sua crítica tosca qualquer coisa possa mudar. Poupe-me de críticas mal colocadas, poucos fatos, e os poucos descontextualizados e deturpados, para que possamos formar uma opinião sobre o tema.
Seguindo sua lógica, temos que nos queixar não só dos historiadores, mas também deste jornalismo oco e manipulador, que infelizmente corre o risco de ser a referência dos desavisados.
Mariana Leite - Cirurgiã-dentista
[Sobre "Festa na floresta"]
por
Mariana Leite
15/9/2002 às
20h34
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no fundo do peito bate calado
Waldemar, se eu algum dia perder o preconceito contra baterias eletrônicas, teclados pré-programados e coisas quetais, será por obra e mérito seu, ao ter permitido que eu ouvisse esse instigante trabalho do Moisés Santana. Parece incrível de ninguém (ao que me consta) tivesse ousado regravar a música que Caetano Veloso fez para os versos de Gregório de Mattos (“Triste Bahia”), ou ainda a interpretação aparentemente definitiva que Elis Regina tinha dado a “Bala com bala”, de João Bosco e Aldir Blanc. O Moisés é novo e tem peito de fazer isso e ainda compor letras como “Compromisso”, que se viessem de Chico Buarque seriam facilmente rotuladas como ranzinzice esquerdista. Parabéns pela sensibilidade em nos trazer essa crítica. Ainda estranho as eletroniquices, mas vejo que por trás delas, sem dúvida, também bate um coração.
[Sobre "A Música de Moisés Santana e João Suplicy"]
por
Helion
15/9/2002 às
18h04
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Comunistas brazucas
Não liga pra essa avalanche boçal, Eduardo. Um desses idiotas escreveu "Charlles de Goule" - só isso já diz tudo sobre o nível dos estudantes da FFLCH.
Parabéns pelo excelente artigo.
[Sobre "Festa na floresta"]
por
Lenine Leal
15/9/2002 às
16h38
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Jornaleca
(texto enviado para o e-mail do CAHIS)
Vemos logo que esse tal de Eduardo não é historiador mesmo... Coitado, fez um artigo, discutindo uma festa e seus motivos, mediante a análise de três ou quatro "cartas" de um grupo de discussão da internet.
Ele não se interessou em perscrutar sobre os fatos, ou saber os motivos
reais da associação com o terrorista Bin Laden, ou qualquer coisa. Na
verdade, sinto que a grande conveniência desse sujeito, foi, a partir de uma discussão, a qual ele deturpou completamente (porque ele não publicou o primeiro e-mail - do Pedro - que explicava a discussão e os motivos da associação com o terrorista?), enumerar suas inúmeras (peço uma pequena licença aos poetas) mazelas contra a FFLCH, contra a greve, contra a Marilena Chauí, contra a menina que ele chama de "analfabeta sei lá o que",
enfim. Acho que esse sujeito deve ter uma grande frustração não resolvida;
Freud diria que é de cunho sexual: talvez esse sujeito seja homofóbico, ou
talvez seja homossexual e, não tendo coragem de se assumir, veja na menina
(e até mesmo na Marilena) uma possível inimiga...
O que ele é mesmo?
- Jornalista!!!!
- jornalista?
- É, jornalista...
- Ah, então esqueça tudo o que eu disse... o cara é jornalista.
Ps1: Havia, na festa, além de outras, quatro faixas grandes: numa delas estava escrito "VALEU", na outra "OSAMA", na outra "MELFI" (que, pra quem não sabe, é o reitor da USP) e, na última, "BUSH". Acho que não é necessário explicar...
Ps2: Segue, abaixo, o primeiro e-mail mandado para o grupo do cahis:
"E ai galera. Ontem rolou a primeira reunião oficial para organização da
festa do dia 13. Nós discutimos sobre o "porquê" da festa, deixando claro
que nossa intenção é principalmente indagar sobre o que e quem criou
condições (ou motivos) para os atentados. Tb fazer a discussão na festa sobre a mitificação do Osama, e não "brincar" com as mortes. Deixamos claro que não queremos nem Bush nem Osama, mas este último conseguiu abalar a hegemonia mais que escrota norte americana. No dia da festa vamos fazer
diversas "intervenções" no prédio: faixas, pintura, textos, etc. tudo para
dar sentido ao evento e não nos caracterizarmos pró (cegamente) Osama.
O som já esta agendado (equipamento)
Cerveja já se sabe onde vai comprar: Makro
comida já estão vendo: Cachorro quente da História, Pastel do Sintusp,
Pipoca da Sociais (se pá junto com churras), Yaksoba do André.
Destilados: A Rádio Livre da USP vai cuidar.
Bandas: Até agora são 3: Maraca Manca, Libertadores do Côco, e uma terceira
que esqueci o nome. Se alguém conhecer uma banda de reggea boa por favor
entre em contato comigo.
O Aquário estará fechado durante a Festa.
Bem acho que é mais ou menos isso, a próxima reunião é sexta agora na
salinha do fundo do aquário, aquela que a Zilda quer transformar em
banheiro... Se esqueci alguma coisa por favor escrevam.
Abraço, Pedro. "
Ps3: Explico a sátira do texto (o meu), em relação aos jornalistas: a máxima "liberdade de imprensa" precede todas as outras; ou seja, fica difícil perceber aquilo que é ético ou não. Um exemplo: o jornalista Elio Gaspari, tempos atrás, escreveu artigos com sérias críticas contra a Profª. Zilda Iokoi (não quero entrar nesta questão, que já foi muito discutida), no entanto, antes de publicá-los, telefonou para esta professora, avisando-a sobre tal publicação. Aí fica a questão: Elio avisou a Profª. Zilda porque "achou" que era necessário, não que ele precisasse. Ou seja, como a máxima supracitada precede todas as outras, de um jornalista (ou de alguém que use tal alcunha) espera-se tudo (coisas que nem Freud explicaria). Até o artigo do Eduardo.
[Sobre "Festa na floresta"]
por
Pablo - FFLCH
15/9/2002 às
13h52
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Que Medíocre!
Eduardo Carvalho, li seu artigo e achei extremamente preconceituoso. Realmente me espanta que um "colunista" não tenha conseguido acompanhar uma palestra da Prof. Marilena Chauí. Recomendo que da próxima vez você preste atenção no que ela tem a dizer, não na platéia.
Pra mim isso cheira a inveja, e é de se entender (basta observar o conhecimento produzido pela professora e observar a triste realidade de seu artigo e dos frequentadores deste site)
Aquele tapinha nas costas
Eduardo Portela
[Sobre "Festa na floresta"]
por
Eduardo Portela
15/9/2002 às
09h38
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Engulam essa Marginais!
Engulam essa pseudo comunas revolucionarios!
Agora, cade os intelectuais da FFLCH para rebaterem as criticas contundentes de meu amigo Eduardo? Escondidos, provavelmente.
Caro Henrique, notavelmente, o "cara que estuda administração na GV" escreve bem melhor do que voce... Nao desista, estude muito, que um dia, quem sabe, vc consegue escrever um texto argumentativo, nao apelativo!
Saudacoes
Luiz FFLCH USP
[Sobre "Festa na floresta"]
por
Luiz
15/9/2002 à
01h31
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Parabéns de um aluno da FFLCH
Gostaria de congratular o Eduardo pelo texto magnífico que expressa com precisão a realidade na FFLCH.
Como aluno de Ciências Sociais dessa faculdade, convivo diariamente com besteiras sem tamanho ditas e repetidas ininterruptamente por "mentes brilhantes e revolucionárias" que procuram mudar o mundo sem muitas vezes sequer saber empregar uma vírgula corretamente - repetindo a idéia no texto do Eduardo.
Gostaria apenas de deixar registrado que, embora esses fatos sejam reais e desesperadores, nem todos os alunos da FFLCH se enquadram nessa categoria perniciosa à própria sociedade. Pelo contrário, basicamente temos 4 tipos de alunos por lá:
1. os pseudo-revolucionários (que organizaram a festa com esse nome e estão sempre envolvidos em baixarias);
2. os "ovelhinhas" (que seguem quem gritar mais alto);
3. os elucidados (que são ideologicamente autônomos, independente de suas preferências);
4. os "anti-modelo-FFLCH" (que procuram mudar essa imagem bisonha da faculdade, uma espécie de "militantes oposicionistas").
Infelizmente a grande maioria dos estudantes enquadra-se nos tipos 1 e 2, contribuindo para a manutenção da situação da faculdade.
Em relação aos professores, estes já são, normalmente, mais autônomos, mas nem por isso deixam de contribuir em maior ou menor grau para a histeria generalizada. Não se impõem, deixam levar-se pelos gritos de alunos, enfim, acabam tornando-se "ovelhinhas", muitas vezes.
É lamentável, porém estou certo que quem se dispor a estudar por lá, como eu fiz essa opção, tem de tudo para receber uma formação universitária de primeiríssima qualidade. É só saber "ligar o filtro".
Um grande abraço a todos,
Alexandre - FFLCH - Ciências Sociais
[Sobre "Festa na floresta"]
por
Alexandre
14/9/2002 às
16h21
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A intensidade do amor
Nao importa qual eh a sua angulacao, se eh sob a visao de Reich com a sua proposta de prazer ou mesmo aquele tipo de amor piegas, ridiculamente sentimental, o que nao se pode eh deixar simplesmente passar em branco isso em nossas vidas. Amar sempre, seja la com que intensidade for. Fernanda.
[Sobre "3,2,1: O Amor está no ar "]
por
Fernanda
14/9/2002 às
12h10
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Julio Daio Borges
Editor
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