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Segunda-feira, 7/10/2002
Comentários
Leitores

sobre o Derradeiro Comentário
Sr. Fernando: absolutamente, não me ofendeu em nada. Achei oportunas as suas palavras sobre a diferença entre liberais tais como se apresentam nesse debate aqui, por exemplo, e tal como o liberalismo foi formulado pelos chamados clássicos. Acrescentaria mais uma distinção: entre os clássicos do liberalismo, entre os liberais de aqui e agora, e entre os liberais tal como se comportaram quando no poder. São três níveis de análise. /// Da mesma maneira, penso que seria preciso distinguir entre o marxismo, os regimes por ele inspirados e a esquerda de alguma forma se identifica com seu legado, hoje. Também nesse caso, três níveis de análise. /// Nesse sentido, acho que em alguns momentos deste debate aqui os níveis de análise foram confundidos, ora quanto ao liberalismo, ora quanto ao marxismo. Dizer-se liberal não é, evidentemente, compartilhar política e moralmente de Collor de Mello. Votar em Lula não é querer ser comandante revolucionário de quarteirão./// Ótima a sua observação quanto ao Delfim: ele porta-se hoje mais como um keynesiano, embora nem sempre tenha sido assim. Da mesma maneira, o programa econômico do PT, ou o seu esboço, me parece mais keynesiano que marxista. Roberto Campos, no poder, também se pautou por Keynes, salvo engano meu. Não foi um “liberal clássico” como ministro; um programa econômico petista também não será marxista no sentido clássico./// Quanto à sua fundamentação cristã do liberalismo, me abstenho de comentar por não sentir afinidade com o tema, e por entender que é uma questão de foro íntimo sua./// Enfim, agradeço a resposta polida e espero que o 6 de outubro nos leve a um país mais digno e justo. Acredito que, divergências à parte, compartilhamos desse desejo.

[Sobre "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse"]

por Helion
7/10/2002 à
01h47

Derradeiro comentário.
Sr. Helion: Desculpe-me se em algum momento cheguei a ofendé-lo com o o que apresentei. Estive um pouco ausente dos comentários já que , em vista do trabalho não pude seguir de perto a discussão. Agora porém tentarei ao menos elucidadar uma questão. Na Verdade nem mesmo sei se eu poderia dizer que há um grupo de liberais politicamente estruturados em nosso país: Os representantes maiores são o PFL e o PL, mas qualquer um pode perceber que o liberalismo clássico não é o forte deles. Quando me refiro ao liberalismo, estou me referindo ao termo que é usado por Von Misses em seu livro Liberalismo, no qual ele esclarece as diferenças entre o significado do palavra liberal na América do Norte e Grã-Bretanha durante o sec. XX. Também poderia chamar Hayek, em caminho da Servidão, no qual novamente ele chama a atenção ao problema semântico. Quanto ao Collor ser chamado liberal ou neoliberal, o mesmo título aplicando-se ao FHC, poderia fazer uma simples comparação. Sabemos que os Cristãos fazem, ou deveriam fazer, boas ações. Maomé fez boas ações, logo Maomé é Cristão. Isso é um erro. As privatizações por certo seriam uma das carcterísticas de um governo liberal mas não é a única característica. Delfim Neto, pelo que diz e escreve, não é um liberal no sentido clássico do termo. Ele é um simpatizante das idéias de Keynees, e parece gostar mais de um estado corporativista que de qualquer outra coisa. Sobre interpretar a realidade sob outros prismas que não o liberal, não afirmamos que o liberalismo seja a fonte de onde emana toda a verdade. Eu particularmente considero o liberalismo econômico e político como positivo por enquadrar-se melhor nos valores cristãos, que pregão que o índivíduo deve prestar contar a Deus diretamente, e que vc deve ser responsável por seus atos. Outras tantas poderiam ser as vantagens do liberalismo, como a liberdade de expressão, de culto, de ir e vir etc. A democracia liberal, deveria ser uma democracia limitada, o que difere muito dos nossos atuais regimes políticos (tantos os vigentes na américa como na europa.) O parlamento tem poderes quase ilimitados, e isso não está de acordo com o liberalismo político. Talvez um dos meios mais liberais que existem no mundo seja a internet, já que as pessoas expõe suas idéias livremente. Não há cotas, não há controles. Se por um lado é ruim (quando recebemos os ditos spans) por outro nos oferece a oportunidade de dialogar. Isso de certo modo é fruto de um pensamento libertário, que muito tem a ver com o liberalismo e sua evolução ao longo dos séculos. No Brasil de hoje os defensores do indivíduo, do contribuínte, são poucos, e isso vc pode comprovar. Nas palavras de Heitor, o que temos são raposas em torno do galinheiro. Nenhum pai tem o direito de definir como quer a educação de seus filhos, pois ou fica sujeito as escolas particulares, ou às escolas públicas. A educação domiciliar é rejeitada e até mesmo proíbida. Isso não é uma atitude de acordo com a liberdade. Por outro lado, ouvimos repetidamente pessoas clamando por justiça social, sem mesmo saber o que significa, e jovens militando em partidos de esquerda, como se conhessecem toda a história humana e fossem juízes supremos. Isso , eu considero perigoso, tanto para mim, quanto para eles. Que Brasil o 6 de outubro nos reservará? A onde nos leva essa eleição? Penso que devemos refletir sobre o caminho que escolhemos, já que este é (nas palavras de F. A. Hayek) " O Caminho da Servidão"

[Sobre "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse"]

por Fernando Raphael
6/10/2002 às
21h09

E agora também retórica
Evandro, que tenhamos muitas outras polêmicas. Como a cada resposta você me manda estudar algo diferente, sairei delas ilustradíssimo. Espero que a sua sapiência seja suficiente para manter o ritmo de recomendações e sugestões de leitura. Continuarei aguardando avidamente novas instruções. Algum dia estarei à sua altura e aí quem sabe você se dignará a comentar minhas palavras.

[Sobre "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse"]

por Helion
6/10/2002 às
20h38

Obrigado a todos
Tá bom, tá bom: eu errei, seda é com "s". Já consertei! Calma... Quanto à "rasgação", confesso que tive dúvidas e mandei a expressão toda em itálico. Enfim, vocês entenderam.

Vamos às respostas: Fabiana (#1), obrigado pelo aviso do "s". Ainda não visitei seu blog, mas imagino que seja despretensioso, portanto, minhas críticas não se dirigem a ele. Sim, o ceticismo é importante sempre.

Obrigado, Matusalém (#2), meu banquinho completou dois anos no ar, registrando 3 mil visitas por dia. Obrigado por acreditar que eu "até posso ter alguma razão".

Andre (#3), não faço nenhuma confusão. Até porque os blogs tomaram o lugar das homepages de antes. Ninguém mais monta homepage hoje, monta blog. Quanto às "organizações" que usam o formato, está respondido no quarto parágrafo: "Os blogs dos veículos estabelecidos funcionam apenas como ferramenta, como adendo, nunca substituindo os periódicos de fato."

Alexandro (#4), a comparação do "velho" com o "novo" é válida, sim: até para saber se o "novo" é novo mesmo, ou se não passa do "velho" em nova embalagem. Quanto a poder estar na internet através de um blog, claro, é válido - mas isso não faz do blog uma "mídia".

Alice (#5), valeu pela rasgação de seda, agora corrigida. Um beijo e muito obrigado pelo apoio!

[Sobre "A internet e os blogs"]

por Julio
6/10/2002 às
14h18

Socorro...
Depois de ler o ótimo texto e todos os comentários, alguns fantásticos, e de refletir bastante, estou indo votar com o coração na mão. Que Deus (tadinho Dele, não?) tenha piedade deste país... Nada mais tenho a acrescentar, já que todos os comentários -- excluindo-se as bobagens do Helion -- já disseram TUDO.

[Sobre "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse"]

por Alice
6/10/2002 às
13h23

Ao Spiguel comentário 26
Você não deve desculpas a ninguém, considero que meu artigo foi muito bem comentado e sinto-me orgulhoso de ter despertado tantas polêmicas. Para isto serve um artigo e não para fechar a discussão, Sou grato a todos, mesmo ao Helion. Vou votar e depois mando mais brasa (êta coisa antiga, sô!). Só espero que continuemos com esta liberdade de discutir que depdne de um regime de liberdade de opinião e de editores como o Júlio. Abraços a todos, bom voto!

[Sobre "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse"]

por Heitor De Paola
6/10/2002 às
13h14

Criticar é saudável
A ceda, no início do teu texto, realmente assusta, Julio. Mas você acerta no alvo já no primeiro parágrafo: os blogueiros estão te respondendo com virulência. Em vez disso deviam parar, refletir, analisar o que estão fazendo. Tenho visto blogs absurdos, sem qualquer consistência e sem entender os seus próprios e estreitos limites. Parabéns pela coragem: você, um apaixonado pela Net, está exercitando o saudável hábito de pensar o que está acontecendo, pensar para que servem os blogs, pensar se eles são úteis ou se poderão vir a ser.

[Sobre "A internet e os blogs"]

por Alice
6/10/2002 às
13h01

Sutilezas
Bem, Helion. Continuo achando que você precisa estudar lógica e, agora, também retórica. Assim, talvez aprenda que o "querido" foi uma ironia e que não te chamei de cínico, mas que disse que sua afirmação foi cínica. Minhas críticas não são à sua pessoa, mas às palavras que leio aqui neste site. É sutil, mas se você se esforçar acaba entendendo a diferença.

[Sobre "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse"]

por Evandro
6/10/2002 às
12h24

resposta ao Claudio
Não, ainda não votei. Não poderia começar o meu dia eleitoral sem antes dar uma passadinha por aqui. Se eu considerei arrogância sair perguntando se já li as leituras sugeridas: achei mesmo. Minha resposta foi uma incursão à área pessoal em resposta a uma incursão idem. “Professoral”, imagino que seja o que você quis dizer, é quem assume essa postura frente ao outro, sem sequer saber se o outro está realmente na posição de aluno. Acho sim – já que estou sendo acusado de excessivamente sutil – que essa postura professoral está muitas vezes presente aqui. Todas as minhas respostas partem dos comentários já feitos, e procuro me ater a eles, sem prescrever estudos extras aos outros, e sem solicitar referências externas, salvo quando me vejo frente a argumentos que não se sustentam em pé. Acredito sinceramente ser possível travar um debate dentro dos limites desse espaço, desde que argumentemos com honestidade. Se alguma vez não o fiz, aceitem minhas desculpas. E me diga por favor, de qual assunto “fugi”. Não pretendo, como disse, mais que o prazer e a oportunidade de debater. E, se me permitem, é uma pena que eu seja tratado como o intruso a interromper a longa cadeia de congratulações mútuas entre articulistas e comentadores. Isso certamente depõe contra qualquer profissão de fé no livre debate e na democracia.

[Sobre "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse"]

por Helion
6/10/2002 às
12h00

Cínico estudando lógica
Evandro, você começa sua mensagem 17 me chamando de querido, e em seguida de cínico. No meio, me manda estudar lógica. Você diz também que eu nunca afirmo nada, pois agora afirmo: mandar os outros estudar isso ou aquilo, por causa de uma discordância, é ser arrogante. Que você não saiba quem eu sou e o que eu preciso estudar, é uma coisa. Que você não se enxergue, é bem mais grave. Quando peço dados sobre afirmações quanto à “excelência do nível de vida da Cuba pré-revolucionária”, ou o “massacre dos liberais no governo pós-64”, é uma maneira de afirmar que o autor ou está mal-informado ou está deturpando de forma leviana. Já vi que sutilezas não são o seu forte. Sobre a sorridente mensagem 25: sou prolixo sim, é um de meus muitos defeitos. Mas quem trouxe Collor a essa discussão não fui eu. Jesus Cristo, muito menos. Eu sei que há opções outras entre ser liberal ou não. Mas quem coloca as duas opções em forma de dilema é o próprio artigo que supostamente discutimos. E os comentários seguintes afirmaram que “apenas um liberal” distingue responsabilidades, “apenas um liberal” não pode se expor claramente na campanha eleitoral. Que Delfim “nunca foi liberal”. E sou eu que raciocino “de forma binária”. Como dizem também que quem vota em Lula ou é inocente útil ou quer ser inspetor do quarteirão. Então eu, que não me considero inocente, muito menos útil, e que jamais pretendi comandar meu quarteirão (se você visse a ladeira que é, entenderia), sou obrigado a clamar por menos simplificação. Se não fizesse isso, seria chamado de stalinista, castrista e belzebu, não? Bem, deixa eu voltar às minhas lições de lógica.

[Sobre "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse"]

por Helion
6/10/2002 às
11h37

Julio Daio Borges
Editor

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