Quarta-feira,
20/11/2002
Comentários
Leitores
meias verdades
Só agora li este texto. Bom, vc esqueceu o escultor Bernini, Lampedusa, Umberto Eco, e muitos outros. Mas nos concentremos apenas em sua primeira frase: “Há um lobby italiano no mundo, e no Brasil, que chega a ser quase mais poderoso do que o famoso lobby israelense.”
Vc sabe que isso não é verdade. Porque em todo o cinema americano há muito mais espaço para indivíduos do segundo grupo citado por vc. Porque Roberto Benigni com aquele filminho idiota – e ainda assim bem melhor que o Central do Brasil – pra ganhar o Oscar teve que falar do Holocausto. Assim como Spielberg, que apesar de ser da “comunidade” e ter revitalizado o cinema de entretenimento e rendido milhões para a indústria não era levado em consideração e só o passou a ser a partir de A Lista de Schindler.
Agora, por que vc não cutuca a verdadeira onça com sua curta vara?
[Sobre "Grandes Carcamanos da História"]
por
Ana Couto
20/11/2002 à
01h21
|
Debate de idéias? Mas como?
Inicialmente disposto ao debate de idéias, dele desisti completamente assim que meu interlocutor Marcelo Barbão iniciou sua "argumentação" chamando Aristóteles de babaca. O projeto de vida contemplativa a que me referi, dezenas de comentários atrás, como o modo de vida liberal por excelência, é o da "Ética a Nicômaco" (livro X, cap. 8), sumariamente desclassificado pelo sr. Marcelo Barbão como um conjunto de "baboseiras nas quais ninguém acredita". É interessante lembrar que é justamente este filósofo grego - e exatamente esta obra (livro V, cap. 5) - que Karl Marx cita logo no capítulo I (!), seção 3, letra A, subitem 3 ("A Forma Equivalente") do "Capital", dedicando ao Estagirita adjetivos como "grande" e "genial", raramente arrancados de sua pena. Aristóteles era, na opinião de Marx, o maior de todos os pensadores antigos, maior ainda do que Heráclito (Carta a Ferdinand Lassale, 21 de dezembro de 1857). Para mim, isto é perfeitamente compreensível. Afinal, Marx ainda era um filósofo - perdido em equívocos fundamentais, mas ainda um filósofo, e não dos menores, perfeitamente capaz de reconhecer-se entre os seus. Se ele entendeu bem Aristóteles é outra história, mas ele ao menos o leu, com atenção. Já seus seguidores, como o jornalista Marcelo Barbão, são apenas ideólogos. Recuso-me a acreditar que, se Marcelo Barbão tivesse passado das primeiras páginas do "Capital" e estudado as idéias e autores que Marx considerava importantes, ele teria feito os ridículos comentários que me afastaram daqui. (E depois somos nós quem não lemos ou não compreendemos os autores que admiramos, como Francis, no nosso caso.) Recuso-me ainda mais a crer que nossos interlocutores de esquerda, ignorantes de seu próprio pensamento, conheçam o pensamento liberal e estejam em condições de discuti-lo.
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
Felipe Ortiz
19/11/2002 às
23h28
|
musico independente
que bom ouvir belas palavras sobre um artista independente. parabéns ao autor do texto e ao músico.
[Sobre "Um contrabaixo na contramão"]
por
claudia
19/11/2002 às
23h30
|
O analista de Pelotas
Isso mesmo, "Irã". Meus parabéns. Você nos dissecou, psicologicamente e intelectualmente. Fomos desmascarados. Que será de nós, impiedosos nazistas? Teremos de viver pelas sombras, escondidos, envergonhados, neste mundo maravilhoso de esquerdistas bondosos e piedosos, gênios altruístas (que, de tão preocupados em fazer o bem para os outros esquecem-se que não passam de um amontoado de idéias alheias sustentadas por dinheiro alheio). Meu Deus, só agora percebi - tudo o que falo são frases soltas! Não tenho um programa de idéias! Vivo numa baderna mental! Nem mesmo ler Francis, que eu pensava ter feito, li! Que São Lula me proteja! Que me conceda um quinto do talento de Hiram, o arquiteto de Jerusalém, ou Helion, o professor do Bracarense, ou um décimo da capacidade de argumentação brilhante deles! Ah, partilhar do sarcasmo, da ironia, da habilidade que o senhor Dudeca tem com as palavras!
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
Rafael Azevedo
19/11/2002 às
21h27
|
fingimentos e imitações
Enfim, Hélion, ao deixar tudo sem resposta, esses caras estão, tacitamente, aceitando que são trogloditas, sub-intelectualizados, "literatos" semi-alfabetizados, irresponsáveis, pré-iluministas, que escrevem sobre o que não entendem e que - o pior dos piores nessas alturas - sequer conhecem a obra do Francis. Não existe programa de idéias. Nem idéias. Só frases soltas, desconexas, citações sacadas a esmo e sem a menor necessidade. Na falta de talento e capacidade para formular análises estruturais, submergem num mundo de arremedos, de simulacros, paródias e caricaturas. E isso só pode ser entendido como um "programa" se tomarmos a palavra "programa" no mesmo sentido em que é utilizada por prostitutas. Ou seja, um conjunto de posições definidas ad hoc e cujo objetivo é um êxtase momentâneo e, quiçá, bem-remunerado.
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
irã dudeque
19/11/2002 às
20h46
|
Programa de idéias?
Helion, você diz que "é bom que a direita se manifeste e demonstre ter um programa de idéias". Programa de idéias? Esses caras? Eles podiam estar citando intelectuais conservadores e requintadíssimos como o Raymond Aron, por exemplo, mas estão fazendo o que? Prometendo murros nos dentes, guilhotina, limpeza étnica, bomba nuclear em cada capital árabe, chutes entre as pernas, fechamento de tribunais, mão na fuça, fechamento das Universidades Públicas. Isso é um "programa de idéias"? Isso aí é uma baderna mental que mistura positivismo, impressionismo intelectual e esnobismo. E além do mais, são uns sujeitos muito esquisitos. Afirmou-se por aqui que os caras são trogloditas, sub-intelectualizados, "literatos" semi-alfabetizados, irresponsáveis, pré-iluministas, que escrevem sobre o que não entendem, que sequer leram o Francis, e eles se fixam no quê? No adjetivo invertido (adjetivo, aliás, que eu aprendi com o Francis, que o usava a torto e a direito).
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
irã dudeque
19/11/2002 às
20h01
|
Correção...
Helion (sobre a m.50), o que eu quis dizer não é que a esquerda define o que é direita, eu quis dizer exatamente o contrário (desculpe se não consegui me expressar direito, nunca fui muito bom nisso), a esquerda primeiro define quem é de direita sem nunca definir o que é a direita, para poder, dependendo da situação, somar a ela características na maioria das vezes incompatíveis. Sendo assim, se a pessoa "assume" que é de direita, ela acaba tomando para si características que só passarão a fazer parte "da direita" no meio da discussão.
Eu particularmente não tenho medo de assumir, sou de direita, mas sei que sempre que entrar em uma discussão terei primeiro que discutir a definição de "direita", discussão essa que pode durar eternamente...
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
Giovani MacDonald
19/11/2002 às
13h59
|
Torres-Garcia
Para aqueles que não conhecem Nino Patrono,ele é um artista uruguaio, discípulo de Torres-Garcia, o grande teórico e artista, que fez parte da comunidade parisiense da Circle e Carré, revista de arte e ensaios da primeira metade do século XX. Nino dá aulas de técnica de pintura na Escola Panamericana. Grande abraço.AB
[Sobre "Matisse e Picasso, lado a lado"]
por
AlbertoBeuttenmüller
19/11/2002 às
12h26
|
um país de preguiçosos
Acho que o Brasil é um país de preguiçosos e de pessoas que se comunicam muito mal. São Paulo uma cidade suja, poluída, descolorida e triste. Acho que a miséria e a pobeza do povo é consequência dessa preguiça à moda Macunaíma. Não me iludo mais com promessas de prefeitos, ou o quem quer que governe o país. Mas acho que essa repugnância que temos pelo povo brasileiro (classe A, B C ou menos) deve nos dar uma lição: Já que vivemos aqui e temos uma visão realista da "coisa" temos que, com pequenos gestos, mudar o rumo dessa história. Não concordo com o fato de ficarmos conformados e tristes de sabermos que "supostamente" a Argentina seja melhor do que o Brasil. Nenhum lugar é melhor do que o outro pelo simples fato de que ninguém é melhor do que ninguém. Lá na Argentina tem muito argentino detestando seu país. Mas a atitude deles é que faz a diferença. A vontade de brigar pelos direitos e de dizer não na hora certa e pagar pelas consequências de seus atos conscientemente. Bem, agora vocês vao me perguntar "quais pequenos gestos que fazem a diferença?" e eu respondo que só o fato de pararmos de jogar lixo nas ruas (por exemplo) já mudaria muita coisa.
Um abraço a todos os colunistas.
Denise
[Sobre "Uma verdade incômoda"]
por
Denise Bacellar
19/11/2002 às
12h09
|
Fuí cautivado nuevamente
Caro Alberto ,leí tu texto "Matisse y Picasso lado a lado". Ya conocía la historia .Pero lo que importa siempre en las historias , es la manera como está contada .Fuí cautivado nuevamente por tu narración . Cuando era niño , pedía a mis padres que repitiesen los cuentos, No era otra la intención que la de resuscitar a los personajes y comprobar en definitiva el estilo y la creatividad del narrador .La forma de narrar puede y debe llevarnos , a la esencia de la historia en cuestión .Esto ocurre con tu exelente texto. Muchas gracias ,un gran abrazo NINO
[Sobre "Matisse e Picasso, lado a lado"]
por
Nino Patrone
19/11/2002 às
11h35
|
Julio Daio Borges
Editor
|
|