Domingo,
24/11/2002
Comentários
Leitores
Resistência palestina???
Este artigo começa muito bem, surpreendentemente bem, com uma história da região, informação que falta no que se publica na imprensa sobre o conflito Israel-palestinos. Parabéns!
Mas vai devagarinho derivando, com informações falsas ou truncadas, até terminar com a ridícula solução proposta para a situação na região: "Sugiro que ambos [Ariel Sharon e Yasser Arafat] sofram 100 chibatadas na bunda...".
A história da região é complexa, muito difícil de ser resumida. Desinformar é fácil, é o que a grande imprensa faz diariamente.
É o que acaba fazendo este artigo quando diz que "Herzl, fixou, por sua vez, as fronteiras do Estado, como segue: vão do Nilo ao Eufrates e da margem direita do Nilo ao Mar Vermelho e a margem esquerda do Eufrates, a maior parte do Iraque e a totalidade da Jordânia e da Síria, sem falar, naturalmente, da Palestina", citando H.Triki, e não mencionando onde o próprio Herzl teria dito isso (?), dando um impressão muito falsa da ideologia sionista. Quando fala de grupos terroristas judeus como Stern ou do massacre de Deir Yassin sem falar dos progroms árabes contra os judeus e do terrorismo árabe. Quando fala da "resistência palestina" lembrando assim a resistência contra os alemães na Europa da Segunda Guerra Mundial, mas sem desenvolver o complexo conceito de nacionalidade, do que é um palestino. Sem dizer quando surgiu esta "resistência", depois de 1967. Sem lembrar - fato relevantíssimo - que não houve "resistência palestina" quando a Cisjordania e Gaza eram ocupadas por países árabes. Quando fala da responsabilidade de Sharon no massacre de Sabra e Chatila, sem dizer que ele foi julgado pela Justiça Israelense. Quando usa o adjetivo desenfreada para ser refetir à política de assentamentos.
E quando esquece de falar de todas as partes deste conflito, ao não mencionar que, ao lado da "diáspora" palestina, a expulsão dos judeus de países árabes, passando de 800.000 a zero em 5 décadas, criou outra diápora, cujas perdas e sofrimentos não estão sendo consideradas nas tentativas de se chegar a uma paz justa na região.
Atenciosamente,
Geraldo Coen
[Sobre "Sionismo e resistência palestina"]
por
Geraldo Coen
24/11/2002 às
18h33
|
Ausência de espírito
Prezado Julio
Entendi seu agudo artigo como uma constatação irônica do que o mundo vive hoje. Talvez isso explique o porquê de como vamos indo, não?
A identificação só com o corpo é um dos males do homem, na minha humilde opinião.
Você não é o "seu" corpo, que nem sequer é seu. Ele um dia será reciclado e devolvido ao reino mineral de onde foi emprestado.
Abraços corporais
~sergio graciotti
[Sobre "Ausência de espírito: presença de corpo"]
por
Sergio Graciotti
24/11/2002 às
14h52
|
Muito obrigado, Denise
Desde quando eu escrevi que a Rússia é um país tropical, Denise? O que eu disse é que, apesar de estar fora de faixa entre o equador e os trópicos, a Rússia também é um desastre. Mas muito obrigado, de qualquer forma, pelo seu comentário inteligente e indispensável. Abraço,
Eduardo
[Sobre "Uma verdade incômoda"]
por
Eduardo
24/11/2002 às
14h37
|
Muito obrigado pela correção
De fato, Alberto - o nome do quadro é Abaporu, e não Aibaporu e nem Abapouru. A revisão tem andado displicente. Pelo que conheço dos dois países, o interior da Argentina me pareceu incomparavelmente mais decente do que o brasileiro. Mas, enfim, não é aqui que vamos resolver isso. Muito obrigado pela correção e pelas informações. Aquele abraço,
Eduardo
[Sobre "Uma verdade incômoda"]
por
Eduardo Carvalho
24/11/2002 às
14h29
|
Errata
Onde escrevi "noite de sábado", leia-se "madrugada de domingo"
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
Flamarion Daia Júnio
24/11/2002 às
11h16
|
Re:Whatever, dude
Caro senhor Alexandre Soares Silva
Aceitando seu convite, estou de volta.
Vejo que o senhor tem o hábito de dormir tarde, pelo menos sábado. Melhor assim. Podemos conversar sem peru ( no bom sentido, figurado mas bom ) de fora.
Seja o perdão uma grandeza qualitativa, e não quantitativa ( existe meio-perdão? ): nesse caso, eu o perdôo totalmente por não ter dado muita atenção ao meu texto. É mesmo grande. Mas prefiro assim, que deixar alguma coisa de fora, entre admitir mil besteiras e ser seletivo e deixar algo importante de fora, prefiro a primeira alternativa. Reconhecendo porém que meu texto é mesmo longo demais, eu o perdôo.
Certamente que o Martim Vasques da Cunha não precisa repetir tudo o que Paulo Francis dizia - nesse caso, para que ele escreveria alguma coisa, para começar?
MAS EM ALGUMA COISA IMPORTANTE, PELO MENOS, O MARTIM VASQUES DA CUNHA DEVERIA CONCORDAR COM O PAULO FRANCIS PARA SER INFLUENCIADO POR ELE.
Se Nietzsche lesse o que Mencken escreveu sobre a democracia, concordaria em gênero, numero e grau. Se Robert Louis Stevenson lesse o que Borges escreveu sobre cinema, concordaria em gênero, número e grau ( não havia cinema no tempo de R.L.S, graças a Deus, senão perderíamos alguns contos e novelas razoáveis e ganharíamos ótimos roteiros para filmes - o que na minha humilde opinião seria uma péssima troca ).
O MARTIM VASQUES DA CUNHA NÃO CONCORDA COM O PAULO FRANCIS EM NADA IMPORTANTE. NADA, NADA, NADA, NADA!
Serei no entanto condescendente, e admito que o senhor queira dizer por influência uma certa maneira de pensar, irreverente, debochada, auto confiante... não seja o Martim Vasques um "paulofrancista", mas um livre pensador, que ficou assim por influência do Paulo Francis. Então, aí sim, eu admito influência do Paulo Francis. Mas nada que na minha opinião, sempre humilde, não acabasse aparecendo, por outra fonte, o "Olie", por exemplo, ou o José Guilherme Melquior.
Quanto ao senhor, vejo que o senhor tem bom gosto para escolher modelos. Parabéns.
Não quero convencer o senhor Martim Vasques da Cunha de nada, quero que ele continue sendo o que é, que assim está ótimo ( vos sois o sal da terra! Se o sal perde o sabor, como poderá dar sabor? ). Mas se a influência é indireta, convenhamos, então não é importante.
PODE O SENHOR OU QUALQUER PESSOA ME MOSTRAR UM TEXTO DO MARTIM VASQUES DA CUNHA E DIZER:"SE ELE NÃO TIVESSE LIDO PAULO FRANCIS, O TEXTO SERIA DIFERENTE."?
Se puder, mudo de opinião.
Eu não conheço o penteado da década de 1970, não me lembro de nada especial nas fotos da época, mas adoro o jeito da Vera Fischer dos anos 1970. O penteado dela é típico daqueles tempos? Tenho certeza que o senhor há de concordar comigo que debater sobre o penteado ( e otras cositas más! ) da Vera Fischer é muito melhor que analisar as diferenças entre a barba do seu parente distante, o senhor Luíz Inácio Lula da Silva, e a barba do senhor Fidel Castro. Mas devo dizer que nunca disse que gosto do penteado dos anos 1970 ou de qualquer época, apenas disse que com certeza é melhor que o "piercing". Isso com certeza não é gostar, assim como achar que o senhor Luíz Inácio Lula da Silva fará um mal governo não é ser influenciado pelo Paulo Francis ( e como ele estaria rindo agora! ).
Bem, quando o senhor achar que é hora de ler o resto da minha mensagem, e achar que alguma coisa lá há que valha a pena ser comentada, eu então lhe darei satisfação. Espero que o senhor e sua namorada tenham uma agradável noite de sábado, vendo "Charade" - porque é evidente que o senhor estará acompanhando da sua namorada. A única razão que eu encontro para ir ao cinema, ou alugar um filme, é para minha namorada ver comigo e eu ter um pretexto para ficar sozinho com ela em casa, ou sair com ela, se para ir ao cinema ( onde sempre se pode fazer alguma coisa, estando com a namorada, se o filme for chato demais ). Espero sinceramente que o senhor e sua namorada tenham uma agradabilíssima noite de sábado.
Cordialmente, Flamarion Daia Júnior
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
Flamarion Daia Júnio
24/11/2002 às
11h10
|
ABAPORU
O quadro da Tarsila é Abaporu,que em Tupi quer dizer:"homem que come" e virou antropófago.Foi dado em 1928 ao Oswald de Andrade,no dia do seu aniversário, e tornou-se símbolo do movimento Antropofágico. Quanto à discussão a respeito de quem é melhor, se o Brasil, se a Argentina, devo dizer que o ilustre articulista coloca Buenos Aires em confronto com o Brasil. Buenos Aires é fora de série como centro cultural, mas o restante da Argentina está bem abaixo de Buenos Aires, da mesma forma que não se pode comparar São Paulo com Sergipe. Quanto a tese climática, foi Pascal quem disse que "a moral depende da latitude". Mas há outras teses,como a religiosa. Esta afirma que os países protestantes desenvolveram-se mais e melhor do que os católicos. De minha parte creio que o assunto é complexo demais para que se use só um dos fatores -o climático-para concluirmos sobre o assunto. Depois, há que se levar em conta que progresso não é civilização.Os Estados Unidos têm um grande progresso,mas a Europa continua mais civilizada. Gosto muito de Buenos Aires e gosto muito de São Paulo. Fico com as duas cidades!
[Sobre "Uma verdade incômoda"]
por
AlbertoBeuttenmüller
24/11/2002 às
09h51
|
Nem espírito e nem corpo
Implantes dentários, enxertos capilares; tintura de cabelo, silicone nas mamas, lipo-aspiração; botox na cara e lentes de contato; calcinhas que suspendem a bunda e cintas que apertam a barriga; cirurgias que tiram manchinhas do rosto, depilação definitiva e cosméticos mirabolantes que abrem e fecham os poros; unhas postiças e perucas; anabolizantes que "definem" o corpo e indefinem o caráter; desodorantes para axilas, pés, boca e genitália feminina, perfumes para a barba e o cangote. De que corpo é este que estamos falando?
[Sobre "Ausência de espírito: presença de corpo"]
por
Augusto Reis
24/11/2002 às
03h02
|
Whatever, dude
Caro Flamarion. Se formos seguir sua definição de "influência" ninguém jamais foi influenciado por ninguém no mundo. Não é preciso seguir alguém ponto-por-ponto para ter sido influenciado por esse alguém (não posso perdoá-lo muito por me obrigar a dizer essa obviedade). Mencken foi influenciado por Nietzsche, mas não escreveu livros sobre filosfia pré-socrática, nem ficou maluco abraçando um cavalo. Borges foi influenciado por Robert Louis Stevenson, mas não escreveu livros de aventuras para adolescentes, nem morreu numa ilha do Sul. É bom que você tenha tocado no assunto, porque muitas pessoas falaram de "copiadores" ou "imitadores" de Paulo Francis. Pessoalmente não conheço nenhum copiador de Paulo Francis. Falei apenas de influência. Influenciados somos todos nós, o tempo todo. Da minha parte fui inflenciado não só por Paulo Francis, como por Mencken, Chesterton, Nabokov, Borges, C.S. Lewis, P.G. Wodehouse, Evelyn Waugh. São pessoas tão diferentes que algumas delas não falariam entre si. (Atores também - fico sempre esperando pelo dia em que alguém diga que o meu estilo foi inflenciado por Cary Grant. Oh well.) Quanto à influência que o Martim Vasques recebeu de Paulo Francis, perguntei a ele por email antes de escrever o artigo, e ele confirmou - acrescentando a palavra "indiretamente". Debata com ele, e tenho certeza que você o convencerá do contrário. Quanto a você (ao contrário de mim) gostar do penteado da década de setenta - só com isso, claro, você acabou com toda a minha cuidadosa e científica argumentação. Mas quanto ao resto da mensagem... Desculpe, mas tenho a opção de ler a sua mensagem inteira ou ver "Charade", um filme com Cary Grant e Audrey Hepburn que tenho que devolver para a locadora amanhã. A vida é (dizem) curta. Mas como não li sua mensagem inteira, estou disposto a aceitar, de mão beijada e graciosamente, que você está errado e eu certo. Ou qualquer coisa assim. Abraços, volte sempre - Alexandre Soares.
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
Alexandre Soares
24/11/2002 às
02h54
|
Quanto disparate!
Meu Deus, desde quando a Rússia é um país tropical??? Desde quando Tarsila produziu um quadro chamado "Aibopuru" - não seria Abapouru? Os problemas do Brasil têm origem na sua localização geográfica? É possível classificar país como sendo melhor do que outro por conta de seu aspecto visual??? Que texto burro e dispensável!!!!
[Sobre "Uma verdade incômoda"]
por
Denise
23/11/2002 às
21h06
|
Julio Daio Borges
Editor
|
|