Quarta-feira,
2/6/2010
Comentários
Leitores
O Anticristo tem as respostas
Caro sr Judice, devo dizer-lhe que os tais "nietzschianos" conclamados a lhe prestar esclarecimentos sobre as ponderações deste filósofos estão mui quietos, talvez não queiram se dar ao trabalho, o que no meu caso não o é, mas as respostas que busca está no livro que vsa. deve conhecer como "O Anticristo", do qual foi extraído o texto em questão... se folheá-lo outra vez verá que não têm os tais "nietzschianos" que lhe fornecer outros dados, pois o próprio Nietzsche o fará. Quanto à Jesus Cristo, qual foi ou é o seu sistema filosófico, quais livros escreveu? Nietzsche por vezes ataca o "cristianismo", o que foi deturpado através do catolicismo e anteriormente por Paulo de Tarso. Para o filósofo, o Buda Sidarta diz não à vida pelo fato de buscar o nirvana, a filosofia do nada absoluto. Como pode o cristianismo dizer sim à vida se busca uma vida fora desta realidade, se sua realização de felicidade ou bem viver, como queira, virá após a morte, uma supra-realidade mascarando a realidade?
[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]
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Carlos Patez
2/6/2010 às
13h42
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Nietzsche e o racionalismo
Nietzsche detestava o racionalismo, foi contrário ao pensamento kantiano e a ideia do "eterno retorno" não encontrou eco na dialética hegeliana, pois a historiografia não era a tônica de seu pensamento, enquanto, da dialética, sim, vez que para nosso filósofo não há mundo verdade, não há absoluto, o conhecimento é apenas um minuto mentiroso da história de um universo indiferente, como já se disse. Ele negou quantos mais grandes sistemas metafísicos criados pelo raciocínio intelectivo que se pretendem cosmogônicos, mas acabam por se tornar "razão tirânica". Sócrates plantou na Grécia - que perdera a inocência primitiva - o domínio da lógica e do Logos. Eram agora cidades-estados, e a hegemonia de poder da alma de seu povo se exteriorizava à expansão ao vizinho, à Guerra do Peloponeso. Nietzsche não podia gostar do pensamento cristão ou búdico, igualmente imantados ao Logos na razão, na confiança plena da lógica como instrumento de realização, digo, felicidade, conquanto fossem domados os sentidos humanos.
[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]
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mauro judice
2/6/2010 às
13h14
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Renato e Joseph, agradeço
Renato e Joseph, agradeço pelos comentários. @Renato, que surpresa ter você como leitor... Mesmo discordando, vejo que se interessa.
[Sobre "Não julgue o público"]
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Olívia Mindêlo
2/6/2010 às
10h36
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Tenho apenas uma lamúria
Já há algum tempo venho maravilhando-me com a ampla disponibilidade de livros surgida com o advento da internet; Google Books, Archive.org, bibliotecas nacionais (Portugal, Espanha, França, Japão)... são tantas as alternativas que "quebram algemas"... Como exemplos, é possível baixar e ler tesouros como "Lendas e Narrativas" (dois volumes) de Alexandre Herculano, ou "A New Guide to the English Tongue", de Thomas Dilworth. Mesmo eu, através dessa disponibilidade, pude escrever uma adaptação da "Fábulas de Esopo" a partir da tradução direta do grego de Manuel Mendes da Vidigueira, desde uma publicação em Paris, de 1848, disponibilizada pela Wikimedia.org. Tenho apenas uma lamúria: essa ampla gama bem que poderia ter surgido em minha juventude; assim teria a possibilidade de maior cabedal... Parabéns pelo texto! Abraços. Joseph Shafan
[Sobre "iPad"]
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Joseph Shafan
2/6/2010 às
04h11
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O público não é só estatística
Lúcido e interessante texto. Creio ser necessário mais abordagens acerca do "público", esse "ser" no mais das vezes apenas considerado como estatística. Parabéns! Abraços. Joseph Shafan
[Sobre "Não julgue o público"]
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Joseph Shafan
2/6/2010 às
03h51
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Discordo, mas gosto
Caríssima Olívia, mesmo quando discordo, sempre gosto de ler seus textos. :)
[Sobre "Não julgue o público"]
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Renato Lima
2/6/2010 à
01h51
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Afirmação da vida
Patez, tento compreender. Fico feliz em verificar que consegui entender este ponto e até concordar com Nietzsche, quando você diz: "o que Nietzsche faz é simplesmente afirmar a vida com toda a sua potência sem negá-la jamais", ponto que o filósofo enfatizou em sua teoria da vontade de poder (ou quando substitui a "vontade culpada" de Schopenhauer pela "vontade feliz"). Mas acho que desejamos entender por que ele parece considerar que Jesus ou Buda negaram a vida ou não a afirmaram em toda sua potência. Já que até o momento não apareceu nenhum nietzschiano que dissesse com todas as letras quais são as censuras do filósofo neste sentido, gostaria de lembrar as críticas que ele opôs a Sócrates e me corrija se não estiverem próximas às feitas aos mestres espirituais. Na obra "O Nascimento da Tragédia", ele afirma que a tragédia atingiu a perfeição por ter conciliado "a embriaguez e a forma" de Dioniso e Apolo, e entrou em decadência com o surgimento do racionalismo socrático. Estou correto?
[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]
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mauro judice
1/6/2010 às
20h59
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Nietzsche é mais que isso
Caro Mauro Judice, vossa senhoria me deixa cada vez mais propenso em duvidar que realmente entendeu o que o citado filósofo escreveu... Quanto a negar os tais líderes espirituais, é realmente um tanto quanto normal em se tratando de um filósofo que sempre refutou as representações religiosas que tais líderes professavam, o ideal ascético desde os bramanes, passando pro Sidarta já foi há muito tempo desmistificado pelo buda Nitiren Daishonin! Quanto a Jesus, será que ele realmente era feliz? O que Nietzsche faz é simplesmente afirmar a vida com toda a sua potência sem negá-la jamais! Por que teríamos que afirmar que tal filosofia é correta apenas por achar que seu fundador era feliz? Quanto a ser filho de Eros, acho que foi mais um exagero de vsa. Mas cá entre nós, as formas perfeitas e saudáveis são sempre as mais almejadas, ao menos para os pouco hipócritas! Qual seria a vantagem em não gostar e pouco cuidar do próprio corpo, ou mutilá-lo, ou martirizá-lo? Nenhuma, Nietzsche é mais que isso!
[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]
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Carlos Patez
1/6/2010 às
18h12
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O inconformismo de Nietzsche
Nietzsche negava a vitalidade dos dois grandes mestres espirituais do planeta e isto não deixa de ser profundamente instigante. Meu Deus, por quê? Porque nenhum outro poeta-filósofo cantou mais alto as forças vitalistas do corpo, e aí reside todo o seu inconformismo a todas as ideias cerceadoras da vitalidade física, enquanto força criadora e revitalizante, de arte que este filho legítimo de Eros não podia estar enganado, uma vez que os mestres espirituais só podem ser espirituais se colocam o espírito como subjugador do corpo. Não?
[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]
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mauro judice
1/6/2010 às
16h07
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Nietzsche mal compreendido
Caro Patez, bom que venha me socorrer a respeito de filósofo tão mal compreendido como Nietzsche. Até onde foi meu entendimento, notei que ele revelou como ninguém os motivos egoístas que mascaram os argumentos moralizantes, ou, mais ainda, mostrou o decadentismo do pensamento dos grandes filósofos, sobretudo alemães, como Schopenhauer, que, com seu pessimismo, estiolava todo o vigor construtivo e animista do homem (eu quase diria telúrico), porquanto nenhum outro ser humano mostrou as farsas que se escondem atrás dos grandes gestos de grandeza ética, nem mostrou com maior brilho o poder drenador e suicida da razão fria que leva a um beco sem saída ou ao abismo. Porém... O que podemos pensar de sua violenta refutação aos dois seres mais éticos da humanidade: Jesus e Buda? Sim, pois em aparência parece um paradoxo, já que os dois foram campeões de felicidade. E de vitalidade portanto?
[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]
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mauro judice
1/6/2010 às
15h48
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Julio Daio Borges
Editor
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