Terça-feira,
8/6/2010
Comentários
Leitores
Valia tudo, até se morder
A geração beat anda corada em nossos tempos. Se recordar as fogueiras sentimentais do passado em que transar era algo entre quatro paredes, sem importar com o sexo. Valia tudo, até se morder.
[Sobre "Sereníssima"]
por
Manoel Messias Perei
8/6/2010 às
05h04
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A pequenez dos homens de fé
Não colocamos a razão à frente de nossos sentimentos, apenas dissimulamos que o fizemos. Se o tivéssemos feito, teríamos dado à humanidade um testemunho de verdade. Teríamos provado alguma coisa, nosso comportamento seria basto. Não teríamos que nos acanhar em palavras, nem discursos, nem homilias. Ainda que por tentativas insuficientes e pusilânimes, senti o quão livre me tornei ao diminuir um pouco o instinto de agressividade; notei que, moderando a gula, deixei de comer por vício e apreciei muito melhor os sabores. Quantas coisas ganharíamos por vencer nossas fraquezas, o ego, ah, tivéssemos seguido o exemplo de Sócrates que, ao contrário do que dizia Nietzsche, mostrou o resultado de colocar a mente à frente das emoções básicas: o indivíduo se fortalece, se vitaliza, se alegra e pulsa. Uma pena que o grego tenha vivido em época onde não havia celular para filmá-lo para que, deste modo, todos o vissem, apenas o vissem em sua grandeza modesta. E veriam também a pequenez dos homens de fé.
[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]
por
mauro judice
8/6/2010 à
01h03
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Nietzsche tem razão
É... Somos isto. Nietzsche tem razão em denunciar nosso ressentimento com relação àqueles que têm o que não temos, e quisemos rebaixar os homens de valor, tomando-nos superiores a eles, tendo-nos por eleitos de Deus. Mas desconfio que nosso filósofo tenha caído em mesma armadilha do ego, como disse a Dulce no comentário acima. Só sei de uma coisa: Friedrich Nietzsche é o meu maior detrator. Ninguém melhor que ele nos mostrou, a nós, homens de fé, o quanto somos falsos, afetados, presunçosos e fracos. E, no entanto, sou grato a ele e a todos os pensadores que detrataram a religião. Nada como um cético para orientar um convicto. Contudo, o filósofo se enganou num ponto, para maior demérito nosso, crentes em Deus. Afirmou que inibimos os instintos e nos tornamos por isso em indivíduos exânimes, fracos e sem vontade (Vontade de Poder). Mas, não, querido Nietzsche, nós não fizemos isto. Não inibimos nossa animalidade, nossos instintos, nós os castramos (Patez está certíssimo).
[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]
por
mauro judice
8/6/2010 à
00h56
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A justiça é como o teatro
Química? Que tal ler "Tabela Periódica" de Primo Levy, autor de "A Trégua", onde ele declara que a "justiça é como o teatro"? Quem discorda?
[Sobre "Elogio Discreto: Lorena Calábria e Roland Barthes"]
por
Paulo Pereira
7/6/2010 às
15h07
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Essência, pura e simples
simplesmente sofisticado Assim mesmo sem vírgula nem ponto e nem mesmo caixa alta. Essência, pura e simples. Infeliz daquele que, diante desse texto, diante das pessoas que praticam o que o texto simplesmente retrata, não for cordato. Temos aqueles que por falta de atitude, postura, caráter ou dignidade trocam o diálogo por silêncio calunioso, não querem se comprometer com o entendimento do mais simples, pois lhes exigirá o rogo da prática. Obrigado por seu texto, querido escritor.
[Sobre "Simplicidade ou você quer dormir brigado?"]
por
Fredh Hoss
7/6/2010 às
15h05
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O medo como controle
Já que mais uma vez o sr. Mauro cita esta grande festa dos instintos, aqui cabe uma pergunta: Por que o culto ao corpo, aos instintos, incomoda tanto? Aceitando os instintos, sejam eles de qualquer grandeza, sinto que podemos controlá-los, pois, sabedores de nossos limites, reconhecemos o limite do outro! Creio também que em nossa "sociedade cristã" somos castrados destes instintos, e não vejo que essa "sociedade cristã" hoje em dia estão conseguindo o que seria seu objetivo primário: através do medo de ir para o inferno domesticamos e controlamos à todos. Poderei continuar nossa conversa através do e-mail ou do blog, como queira! Se quiser tornar pública a nossa conversa, use o blog! Respeitosamente grande abraço a todos que nos acompanham!
[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]
por
Carlos Patez
7/6/2010 às
13h52
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Acreditar nos instintos
Creio que Jesus, nesse episódio, se é que o mesmo aconteceu, se referiu mesmo às leis vigentes, que num povo tão "religioso" costuma ser lei = dogma, contra a lei = pecado! Nietzsche assim raciocina (o cristianismo como algo definitivo), porque a própria Bíblia não deixa vazão para outro pensamento que seja, pois a lei é definitiva! Até tem um livro nesta coleção que se chama Apocalipse! Querer salvar Paulo de Tarso do estrago que fez, é trabalho inglório. Por causa dele e de alguns que estiveram fazendo esta coletânea, nunca saberemos de fato o que ocorreu naqueles dias idos. Mas o que fica é sua grande vontade de que todos pensem como eles, para que possam sempre prever o homem domesticado. Um homem que despreza seus sentidos, seus instintos, e que sua noção de felicidade é algo como obedecer, obedecer, obedecer... Creio que, acreditando em nossos instintos, seríamos muito mais respeitosos com nosso próximo, com nossos adversários, pois reconheceríamos nestes também o poder em nós inerente! (continua)
[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]
por
Carlos Patez
7/6/2010 às
13h34
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Nabokov já era hipertextual
Bela resenha, Guilherme. Você pegou um dos aspectos importantes pelos quais "O Original de Laura" deveria mesmo ter sido publicado: a possibilidade de olharmos sobre os ombros do escritor. Nabokov não era um autor linear, não escrevia o capítulo 2, depois do 1, o 3, depois do 2, etc. Ele era hipertextual. Preenchia os espaços, dizia. Em 09/2009, eu participei de uma mesa na Academia Brasileira de Letras com o professor Brian Boyd (maior especista na obra de Vladimir) em que se comparou as obras de Machado de Assis e Nabokov. Na mesma época, o entrevistei para o Prosa Online, dois meses depois, eu mesmo também publiquei uma resenha de "Laura" no JB. Com o advento e popularização da internet, penso que "Laura", 30 anos depois de seu doloroso nascimento - sendo que, para isso, da forma como "nasceu", tenha sido necessária a morte de seu autor -, tenha sido publicado no momento certo. Abs, CS
[Sobre "O Original de Laura"]
por
C. S. Soares
7/6/2010 às
12h36
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Nietzsche se traiu
Ora, tudo bem. Vamos supor que seja verdade isto. Ao fim de tudo, Nietzsche montou uma filosofia para justificar seu descontrole sobre suas paixões, traindo-se ele próprio (pelo mesmo mecanismo que apontou) ao acusar aquilo que realmente ansiava - ser um homem dominado. Porém, também não estava errado em mostrar toda a dissimulação dos padres e pastores, e de quase todo crente em Deus que, de fato, falam, falam e na hora do vamos ver, mostram muito pouco em termos de ética, porque se deixam cair por seus impulsos, paixões, cobiça, ego, devido à falta de força que tem para impor a si mesmos os valores que vivem pregando.
[Sobre "O cristianismo para Nietzsche"]
por
dulce louzado
7/6/2010 às
12h13
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Quando tudo era subversivo
"É preciso deixar a deletéria psicose de subversão!", disse um general em 1978, do Regime Militar. Havia a psicose coletiva de que em tudo e todos eram subversivos. A cor vermelha, uma foice, um martelo, os rapazes cabeludos, as moças de minissaias, as letras das canções dos festivais, a dramaturgia do teatro, TV e cinemas, tudo era subversivo, um perigo marxista-lenilista. Então, para contrapor-se à subversão, exageraram e se apropriaram (indevidamente) dos símbolos nacionais. A longo prazo, o estrago foi o povo associar os nossos símbolos ao "antigo regime". A sonora chamada de meu celular é o Hino Nacional Brasileiro. Meu filho de sete anos já o reconhece e canta e já sabe que não precisa escutá-lo apenas, antes dos jogos da seleção brasileira de futebol e nas olimpíadas. É preciso acabar com esta deletéria psicose de subversão. Sugiro trocar o velho dístico positivista da bandeira nacional "Ordem e Progresso" por "Água e Esgoto", de que tanto o Brasil precisa (47% da população).
[Sobre "Símbolos e Identidade Nacional"]
por
Paulo Pereira
7/6/2010 às
10h57
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Julio Daio Borges
Editor
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