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Quarta-feira, 20/10/2004
Comentários
Leitores

Sobre pacotes e receitas
Neste início de milênio, o que se vê é um retrocesso a um “medievalismo” aliado à preguiça das pessoas em criar uma consciência crítica sobre tudo o que as rodeia. E então, como citado em seu artigo, se apegam nesses “pacotes” ou “receitas de bolo” que lhes sacia a fome de “andar no caminho certo” (já que são incapazes de fazê-lo por si mesmos) ou trazem dicas, sugestões, injeções de ânimo e afins que lhes fazem pensar que o “sucesso” é possível desde que se sujeite a sacrifícios de toda ordem. A religião (ou espiritualidade, como dizem os que não fazem parte das religiões ditas oficiais ou coisa parecida) se encarrega de arrebanhar grande parte dos iludidos e desamparados. São os que não acreditam nos estudos científicos e se prestam a ler somente o que suas igrejas lhes ordenam, tapando-lhes a mente e tornando seu coração presa fácil para o apelo insaciável dos sacerdotes “que falam pela boca do todo-poderoso”. Vez ou outra surge nova corrente naturalista que prega substituição radical de carne bovina por toneladas de vegetais, na esperança de se prolongar o tempo de vida útil das pessoas. Qualidade de vida não vem em pacotes “milagrosos”, nem está na busca esquizofrênica por um corpo de atleta ou de “top model” da hora. Mais vale ser o que se é, com todas as imperfeições e virtudes, desejos e frustrações, sabendo aproveitar o que a vida tem de melhor. E, para essa juventude que aí está, basta botar a cuca para funcionar, ler mais (ou simplesmente ler), exigir mais qualidade no ensino, deixar os modismos de lado, enfim, fazer acontecer, porque senão a máquina rosa dos “shopping centers” ilusórios podem seduzi-los tal qual sereias com seus cantos enfeitiçadores.

[Sobre "Ideologia: você quer uma pra viver? Eu, não"]

por Pepê Mattos
20/10/2004 às
09h41

Orkut e Wunderblogs
Claro que me impressionei com o artigo e a boa comparação entre o livro e o Orkut. Achei também muito interessante o fato de pessoas como essas existissem! Eu vivia numa ilusão muito grande em pensar que eram meros casos isolados! Mas, enfim, eu ia sair sem dar um comentário, mas a parte da Conspiração me assustou! Isso porque eu escrevi um texto sobre EXATAMENTE ISSO, uma fábula mais ou menos onde eu colocava minhas dúvidas religiosas sobre deus e deixava como final esse mesmo comentário! É Tão idêntica a idéia central que me assustei. Isso só vem confirmar minha descrença em inovação ou diferenças. E eu gosto dos Wunderblogs apesar de ter lido algumas coisas do Sores Silva que realmente achei tolas como a exposição de atrizes famosas e historinhas inventadas muito fúteis. Também um conto, o qual, apesar de ter prendido minha atenção, achei defeituoso demais.

[Sobre "Dorian Gray abre o sótão: Orkut"]

por Marcely
20/10/2004 às
04h50

Redescobrindo Nelson Rodrigues
Como admiradora de Nelson Rodrigues, interessei-me e fiz uma leitura atenta, que agradou-me sobremaneira, pelo conteúdo e pelo estilo. Trouxe-me novas maneiras de ver a obra do grande mestre. Espero que textos desta natureza se multipliquem, para satisfação dos leitores.

[Sobre "Nelson Rodrigues e o Vestido"]

por Maria Regina Maluf
19/10/2004 às
23h14

Bom artigo
Sua comparação foi realmente muito feliz. Infeliz é sabermos que atrás de vários Dorians, quadros corrompidos são ocultos.

[Sobre "Dorian Gray abre o sótão: Orkut"]

por Patricia Daltro
19/10/2004 às
15h30

Inspiração
Imagino que a Marisa Lajolo deve ter se inspirado no trabalho do Harold Bloom que tem até um livro de título semelhante: "Como e por que ler".

[Sobre "A vida sem computador"]

por Daniel Malaguti
19/10/2004 às
11h54

Carência de Atenção
Bem-vinda ao mundo globalizado! Sinto coisa semalhante à que vc se refere quando ouço estrangeiros falar do Brasil. E acredito que eles sintam o mesmo quando tento falar algo sobre seus países de origem. No final, toda idéia que temos de uma terra estrangeira é um estereótipo. Afinal, o que sabemos (perdoe-me incluí-la aqui) sobre a Grécia atual? Nada muito além da visão superficial transmitida na cobertura das olimpíadas. Ou sobre a Sérvia, senão o que se falou durante as guerras por que passou. Vc acredita que, sem ter vivido nesses lugares, é possível ter uma noção razoavelmente justa da complexidade das relaçoes humanas lá existentes? Mas, deixando de lado o amor pela pátria e por nós mesmos, por que o Brasil merece uma atençao especial do resto do mundo? Será que não é uma carencia nossa essa necessidade de atenção e compreensão?

[Sobre "Brasil em alemão"]

por Fabricio
18/10/2004 às
17h13

Nova Idade Média
Caro Julio, parabéns novamente. O vale tudo pós-modernista, segundo o qual não há verdade absoluta, mas discursos culturalmente construídos, provoca estragos. Também considero essa visão relativista crescente nos dias atuais – se alguém duvida, que busque a bibliografia dos nossos cursos acadêmicos nas ciências sociais, repleta de "desconstrutivismo", ausente de qualquer referência às ciências naturais. Há, ali, o elogio do misticismo ideológico (precisamos de um Alan Sokal brasleiro, quem sabe você, Julio?) e o combate ao "discurso" científico. A ciência, de fato, cometeu equívocos, mas quase sempre quando deixou de lado os instrumentos que devem marcar seu trabalho – caso contrário, não é ciência. O principal deles é a PROVA, tão negligenciada, infelizmente, nos estudos atuais de História, Filosofia, Comunicação etc.

[Sobre "Ideologia: você quer uma pra viver? Eu, não"]

por Heberth Xavier
18/10/2004 às
16h50

Controvérsia (só uminha)
É sobre a campanha da Marisa. Na minha opinião o comercial foi muito bem elaborado, mas o resultado final acaba sendo uma burrice. Por que? Não é melhor atingir atingir o dois públicos (feminino e masculino) do que apenas atingir contundentemente as mulheres inteligentes. Entenda que "o que elas podem fazer pelo seu relacionamento" está muito mais perto do entendimento medieval-contemporâneo (inclusive o meu) do que "um homem bonito, sedutor e bem humorado" associado a uma peça de roupa feminina com o título de objeto. Se for para inverter os papéis e satisfazer a parcela inteligente da população feminina, tudo bem; mas se for para vender para a massa, eu acho que o tiro saiu pela culatra. Veja que os comerciais de carro destinados aos homens mudaram bastante (talvez algumas recaidas...). Propaganda de cigarro da Souza Cruz, utilizando o princípio do objeto, foram abolidas, agora eles estão atacando os formadores de opinião. As propagandas de cerveja tudo bem, eu dou o braço a torcer, mas também veja o tipo de público a que elas são destinadas. O restante foi perfeito.

[Sobre "Do que as mulheres não gostam"]

por Leandro
18/10/2004 às
09h07

Clichês de lá, clichês de cá
O chato dos clichês é que eles sempre escondem uma boa dose de realidade... Claro que pra brasileiros que vivem no exterior e nao representam esse BraSil pra exportacao é muito difícil e até revoltante lidar com essa imagem carnavalesca, na minha opiniao perpetuada tbém pelos proprios brasileiros que se orgulham mtas vezes de representar estes clichês. Moro na Alemanha há 3 anos e tenho que discordar de vc... Já assisti a vários documentários na Tv aberta sobre o Brasil, tratando nao só de temas que vc citou, mas de trabalhos socias feitos por brasileiros, grupos de danca, musica, entre outros. E -afinal- o que vemos no Brasil sobre a Alemanha, além dos horrores do nazismo? Aliás, o que vemos no Brasil sobre outros países da Europa, por exemplo? Até quando as dimensoes continentais do nosso país vao ser a desculpa pra tamanho desinteresse? Entendo sua indignacao e me solidarizo com ela em vários aspectos, mas... nao acho que "identificar" imagens de Sao Paulo nos fará mais completos neste "quadro"... Abracos

[Sobre "Brasil em alemão"]

por daniella z.
17/10/2004 às
22h50

Sobre ideologia... e anexins
Meu prezado, sobre sua oferta de ideologia (?) nesta sexta 15, estou digitando uma matéria - na verdade, uma carta solidária, dirigida a você mesmo... - refletindo, como um sobrevivente dos anos 60..., sobre bestidades inventadas por alguns colegas nossos (refiro-me ao bicho dito humano...) Por ora, meu abraço, assinando (sem sua autorização...) quase tudo que você refletiu escrevendo.

[Sobre "Ideologia: você quer uma pra viver? Eu, não"]

por JGCosta
17/10/2004 às
22h39

Julio Daio Borges
Editor

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