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Sexta-feira, 9/9/2005
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Leitores

Conselhos discutíveis
Um escritor pode escrever por dinheiro e, assim mesmo, produzir obras extraordinárias. Há inúmeros exemplos na história da Literatura, como Balzac e Dostoievski. Do mesmo modo, muitos que escrevem por amor, podem dar forma a textos abomináveis (como, aliás, costuma ocorrer e muito). O seu texto, que por sinal está muito bom, só me fez reforçar a tese de que quando o assunto é arte (incluindo aí a Literatura) não existem regras absolutas que valham para todos. Quando se tenta colocar todos os escritores sob o jugo de uma classificação única e abrangente, os resultados costumam ser temerários. Além do mais, creio que entre os novos escritores, há estilo até demais; o que falta é criatividade. Quanto à validade ou não dos best-sellers essa é uma discussão prematura e inútil num país como o Brasil, onde 75% da população, segundo dados recentemente divulgados, não é capaz de ler e/ou interpretar um texto escrito. Portanto, antes de enveredarmos por esse debate, precisamos formar um contingente maciço de leitores. E os best-sellers podem, sim, prestar um grande auxílio neste sentido.

[Sobre "Schopenhauer sobre o ofício de escritor"]

por Luis Eduardo Matta
9/9/2005 à
00h23

Credora com respeito
Até para mim que fui ludibriada pela verborragia, considerei o texto procedente... já que credora de um partido dos trabalhadores que "pintava muro", "tinha posicionamento".

[Sobre "Têm sido tempos difíceis..."]

por Ana
8/9/2005 às
12h02

Mínimo múltiplo comum
Schonpenhauer, Nietzsche, Mencken, e Paulo Francis, têm algo em comum? É o que resta ser respondido, não apenas pelo temperamento deles. Mas pelo conteúdo de sua obra. Na provocação de comparar o artista que vende sua obra com uma prostituta. Na coragem de navegar contra a corrente, apesar dos inimigos que foram acumulando ao longo dos anos. Na coragem de criticar com arrogância desde que o sentimento fosse verdadeiro. Na coragem de se mostrar como se é, derrubando a fronteira entre o público e o privado. Mostrando que a felicidade só é verdadeira se completa. E como não pode ser completa jamais será verdadeira. Sou obrigado a escrever que seu artigo é majestoso. Na forma e no conteúdo.

[Sobre "Schopenhauer sobre o ofício de escritor"]

por Erwin Maack
8/9/2005 às
10h52

Também fui patrulhado
Muito antes do "Lula paz e amor" e do PT cor-de-rosa para consumo da classe média, eu sempre votei no PT (e eventualmente no PSDB... grande Covas). Também fui patrulhado, agredido verbalmente, ridicularizado. Por aí se percebe que maniqueísmo e ignorância não são exclusividade de nenhuma facção, eles estão distribuídos igualitariamente. Parece que é nossa sina vivermos em um eterno FlaxFlu. Triste.

[Sobre "Têm sido tempos difíceis..."]

por Claudio
8/9/2005 às
10h27

2 Filhos de Francisco
Sem dúvida, Eduardo Carvalho tem toda razão: o que existe de sambinha e roquinho péssimos sendo saudados como música de qualidade apenas por serem samba e rock não está escrito. Zezé di Camargo é um grande compositor popular, um grande talento musical bruto que lapidou a si mesmo, como Luiz Gonzaga e Roberto Carlos são e, mesmo assim, enfrentaram enorme preconceito até serem aceitos pela elite intelectual. Os bossa-novistas tinham horror ao baião de Gonzaga. Até o dia em que os tropicalistas e um Quinteto Violado redescobriram o Velho Lua e contribuíram para levar sua música simples, mas muitas vezes sublime, para as melhores salas de concerto, inclusive as de música erudita. Certa vez, num concerto em Goiânia, com a Orquestra Sinfônica local, regida pelo maestro Joaquim Jayme, o grande Sivuca contou ter executado "Asa Branca", numa versão sua para concerto e sanfona, com uma orquestra de câmara da Suécia e, durante a execução, a spalla da orquestra chorava, emocionada. Vejam que cena: uma violinista sueca chorando ao executar a música de um sanfoneiro pé-serra, quase analfabeto, do sertão do Brasil. No filme se pode perceber que algumas músicas de Zezé di Camargo têm essa mesma força de "Asa Branca", com a diferença de que "Asa Branca" traduz a emoção coletiva de um povo, enquanto "É o Amor", por exemplo, expressa autenticamente sentimentos individuais, mão menos legítimos do que os coletivos. Por outro lado, ao contrário do que acredita a grande maioria dos intelectuais contemporâneos, a beleza não é inimiga das lágrimas, pelo contrário - freqüentemente são irmãs siamesas. Eu me emocionei com "2 Filhos de Francisco". Ele dignifica o Brasil profundo dos Sertões de Rosa, que vai do norte do Paraná até Goiás e tem seu cerne no interior de São Paulo. E, além do mérito do diretor, há também muito mérito na decisão de Zezé di Camargo de convidar Caetano Veloso para fazer a trilha sonora do filme. Caetano, como sempre, demonstrou que é mesmo um mestre e soube dialogar com a cultura do interior do Brasil. (José Maria e Silva, Goiânia, Goiás, Brasil)

[Sobre "Um rancho e um violão"]

por José Maria e Silva
8/9/2005 às
04h49

parabens
eu achei esse texto muito bom

[Sobre "Italo Calvino: descobridor do fantástico no real"]

por giovanna bossolani
7/9/2005 às
22h41

Acorda, Brasil!
Que alívio ler textos como este. Quem sabe, agora, a imprensa fazendo a sua parte, esclarecendo, opinando com bom senso e coerência, a população não desperte... É isso que mais quero: acorda, Brasil, deixa de acreditar em profetas e premeie a inteligência, a competência, a responsabilidade!

[Sobre "Sobre as ilusões perdidas"]

por Mirtes Oliveira
7/9/2005 às
12h07

Comentando comentários
Roberto Guerra: eu afirmo no artigo que sou tucana desde os 18 anos. E, sim, tenho uma imagem positiva do PSDB. A pergunta que deixo é: não posso ter uma imagem positiva do PSDB? Sou obrigada a acompanhar a moda de falar mal do PSDB? Posso ter uma opinião diferente dessa moda?

Alceu: defina neoliberalismo, por favor, e depois explique se ser "neoliberalista" é bom ou ruim na sua opinião.

José: Obrigada pelo comentário. Acredite, foi com muita preocupação e apreensão que eu escrevi esse artigo. Obrigada pelo feedback.

Senhores, a idéia do artigo é expor pensamentos e fazer as pessoas questionarem e pensarem. Como eu disse, não sou maniqueísta. E não sendo, não pretendo também ser proprietária de nenhuma verdade absoluta.

[Sobre "Têm sido tempos difíceis..."]

por Daniela Castilho
7/9/2005 às
11h33

lavou minha alma
O texto de Daiela Castilho lavou minha alma porque tem sido difícil para mim vivenciar a ilusão dos 53 milhões de brasileiros que elegeram o vendedor de ilusões. A ironia é que o que está sustentando o (des)governo petista é exatamente a política econômica do FHC, tão combatida pelo PT antes de chegar ao governo. Engraçado é que tudo o que era errado e nocivo para a nação quando estavam na oposição, agora no governo é corretíssimo. Quanta falácia, hipocrisia e irresponsabilidade. Obrigada, Daniela Castilho, você é consciente!

[Sobre "Têm sido tempos difíceis..."]

por Mirtes Oliveira
7/9/2005 às
11h31

Você fala de cátedra!
Você merece inteiro respeito. É filha de comunista, neta de anarquista e convive (ou melhor, coexiste) com petistas. Isso tudo é o melhor laboratório. Fala, portanto, de cátedra, sobre tão delicado assunto. Sua forma equilibrada de abordagem revela bem sua grande segurança a cada detalhe. E fala, muito acertadamente, dos males que causa à sociedade, o maniqueismo. Parabéns. E, muito obrigado pela oportunidade da leitura. Abraços.

[Sobre "Têm sido tempos difíceis..."]

por José Pereira
7/9/2005 às
09h51

Julio Daio Borges
Editor

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