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Segunda-feira, 28/6/2010
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Leitores

Acabaram as gingas
O futebol arte sempre foi a marca do Brasil. De princí­pio, os africanos herdaram isto. Mas diante da necessidade de obter resultados acabaram importando a força europeia, com técnicas de corridas e jogos aéreos. Acabaram as gingas. Não deu samba. Por outro lado, nós começamos, após o tricampeonato, a acreditar que era hora de matar o futebol arte. E começamos a buscar elementos na Europa. Mesmo assim a arte ainda destacou-se, mesmo sendo sufocadas pelas táticas. E hoje com uma seleção feita só pra valorizar os jogadores que estão na Europa apresentamos isto que está aí­. Este sono de morte. Creio que até poderíamos ter arte e só jogar pra golear, mas isto é outra história. Vamos torcer pro Santos FC, veremos isto ainda. Antes que importe o sono da morte.

[Sobre "O fim do futebol-arte?"]

por Manoel Messias Perei
28/6/2010 às
06h38

A realpolitik do futebol
Caro Humberto, concordo contigo. Acho que foi Nelson Piquet quem disse algo assim: "a seleção de 70 não aguentaria correr um primeiro tempo do futebol de hoje em dia...". As condições mudaram e o estado-de-arte só era possível sem a atual realpolitik do futebol. Não sou ufanista, mas acho que a seleção brasileira vai calar a boca de vários comentaristas de araque, a imensa maioria.

[Sobre "O fim do futebol-arte?"]

por Anselmo Heidrich
28/6/2010 às
02h43

Analisando a Copa
Existem inúmeros complicadores, além de Jabulanis, retranqueiros e pseudo-craques, como Eto'o e Drogba (não jogariam no São Paulo de 1985, por exemplo): o fato de a Copa ser disputada ao final da temporada europeia é fundamental para o baixíssimo nível apresentado no país de Mandela; o tempo de preparação das seleões é curto demais; a pressão pelos resultados faz os técnicos, antes de mais nada, abdicarem do ataque para especular. A dita "irresponsabilidade" dos africanos deu lugar ao pragmatismo exagerado. Logo, perderam o encanto e tornaram-se equipes insossas e sem um pingo de tradição. E tradição, em copas, conta muito, que o digam brasileiros, alemães e argentinos.

[Sobre "O fim do futebol-arte?"]

por MarcosAntónioTeixeir
27/6/2010 às
23h16

Os prazeres da vida
Se imaginar primeiro o dever depois o prazer, não vamos fazer nada prazeiroso na vida, pois sempre vai estar faltando algo. Como em qualquer país mais rico que o nosso.

[Sobre "Por que não devemos ter Copa do Mundo no Brasil"]

por dilamar santos
25/6/2010 às
09h49

Um sonho frustado
O livro de Marillyne Robinson, pelo visto, aborda o elo do sentimentalismo, buscando resgatar o sentimento e o olhar bíblico do processo da vida real. Ou seja: o idealismo fantasioso do milagre. E a santa e sagrada família. Mas o negócio é que tudo isto não faz parte do mundo real, é apenas um sonho frustado fundamentado em valores forjados, pela religião. E a tal religião que força, pra continuar explorando, os desgraçados, seguidores, como vacas de presépios. Como diria Karl Marx, "A religião é o ópio do povo". E quantas são as gentes viciadas?

[Sobre "A casa de Robinson"]

por Manoel Messias Perei
25/6/2010 às
05h02

Muito além da surrada tese
Ana, parabéns pelo texto. Difícil falar sobre a crônica diante de enxurrada de coisas que já foi dita. Seu texto vai muito, mas muito além da surrada tese de que o cronista, quando não tem assunto, abre a janela. Lendo seus comentários no Twitter, vi que o livro "A história do cerco de Lisboa" foi importante para o desenvolvimento de seus trabalhos. Ainda não li este livro (já li vários do Saramago) e gostaria de saber quais as peculiaridades deste romance que lhe chamaram a atenção. Há nele algo de incomum se comparado aos outros do autor?

[Sobre "Caçar em campo alheio ou como escrever crônicas"]

por Wellington Machado
25/6/2010 à
01h58

Presidente que ame o povo
Acho que precisamos de um presidente, não importa se homem, mulher, negro ou branco, ou índio, pobre ou rico... Precisamos de alguém com mais consciência, compaixão, amor a todos seres vivos. Temos que elevar o padrão vibratório do povo para merecer um(a) presidente que realmente ame os cidadãos. Que bom se fosse a Marina...

[Sobre "Marina candidata"]

por Ivone Vebber
24/6/2010 às
18h56

Manual de geladeira
Essa nota parece manual de geladeira, corrida e funcional. Admiro a concisão, mas a rápida passagem tentando uma biografia não atinge a meta, nem comenta algo útil.

[Sobre "Gênio, de Harold Bloom"]

por Anselmo Heidrich
24/6/2010 às
16h59

O artista e seu porta-voz
No mundo em que impera a desarticulação de valores individuais e a quase completa massificação do processo cultural, os seres pensantes são como peixes que nadam ao contrário da correnteza, mas também são os líderes de cardumes, capazes de sobreviver ao estio, e movem-se com tamanho sentimento que chegam a provocar a inversão no curso de um rio. Todavia, enquanto ser pensante, o artista deve ter o cuidado de não impor à sua arte a qualidade de única arte essencial, de não bulir no seu exagero, de não criar códigos particulares de mensagens que tornem o seu produto uma arte quase irreconhecível. Isso torna necessário que o artista tenha à mão um porta-voz, alguém que o conecte aos receptores, com o delicado ofício de saber selecionar quem deve ser mensagem, e a quem deve ser dirigida. Nesse quesito, ninguém no mundo supera o Schwarcz.

[Sobre "O blog do Luiz Schwarcz"]

por ROBERTO ESCRITOR
23/6/2010 às
15h16

Reconfiguração do amor
A química de amor configurada por Shakespeare no tempo em que se viam pelas ruas carruagens e cavalos, e as mensagens eram enviadas por pombos ou sob a confiança de cavaleiros, não difere dessa química que viaja graças à tecnologia, através de mensagens instantâneas. As ruas são ocupadas por automóveis velozes e no céu os pombos têm de dar lugar a helicópteros e aviões. Também as maneiras de expressar o poder têm se atualizado, e o capital comanda a hierarquia social, mais até que o poder político. Mas, no fundo, todas essas maneiras mascaradas de experimentar a existência nada mais são do que alternativas modernas que o indivíduo tem buscado na tentativa de reconfigurar o amor, todavia sem sucesso. Justamente em razão de o amor não ser um desígnio modificável pela intervenção humana, mas fruto da criação divina, capaz de encabular toda forma de poder, e de forma especial a Shakespeare: "Talvez o amor não seja capaz de parar os relógios, mas é capaz de não se deixar reger por eles."

[Sobre "Bloom sobre Shakespeare"]

por ROBERTO ESCRITOR
20/6/2010 às
19h48

Julio Daio Borges
Editor

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