Segunda-feira,
18/2/2002
Comentários
Leitores
Duas coisas
Pedro, duas coisas:
1) Onde foi que você viu um tom chorão, choroso, choramingas no meu texto? A julgar pela quantidade de "Façam-me o favor!", "Pelo amor de Deus!", e pontos de exclamação em geral, é mais fácil achar que, sem que você perceba, o som de choro que você ouve está escapando da sua própria e cerrada mandíbula. Estávamos todos rindo aqui, juro, e tomando Bâtard-Montrachet ainda por cima, antes que você chegasse gritando "Façam-me o favor!!!"- com três pontos de exclamação e tudo. Senta, respira fundo. Estamos tentando manter um tom civilizado aqui. Além disso, o espaço é muito pequeno entre estas duas barras vermelhas para o manuseio seguro de pontos de exclamação. Deixe todos esses !!!! perto da porta, ali junto dos guarda-chuvas. Na saída você pega com o mordomo.
2) Você sem dúvida acha que eu sou muito autoritário, querendo oprimir cento e poucos milhões de pessoas, etc. Mas de onde eu estou o autoritário parece ser você. Veja: escrevi um texto dizendo que há algo na língua que eu não gosto, e que há algo que eu gosto. Dei alguns motivos e pedi que se usasse mais aquilo que eu gosto, e menos aquilo que eu não gosto. Seria mesmo estranho se fosse o contrário. Mas você acha isso demais, e me grita para calar a boca. Seu argumento é que se o povo decidiu pela morte do futuro simples, quem sou eu para pedir que salvem o bichinho? Mas, Pedro, como você mesmo disse num dos seus charmosos e equilibrados emails, se o povo "consagra", às vezes também "desconsagra". Por quê, portanto, não posso eu tentar influenciá-lo um pouquinho- só um pouquinho- para "consagrar" de novo o futuro simples, e "desconsagrar" o composto? Acho um tanto opressiva essa visão da língua em que só multidões, e nenhum indivíduo, podem contribuir para o que quer que seja. A língua é mais dinâmica do que isso: aceita até mesmo que eu tente influenciá-la um pouquinho.
[Sobre "Pelo Fim da Palavra VIP"]
por
Alexandre Soares
18/2/2002 à
01h46
|
curiosidade
Eu gostaria de saber o que tinha na caixa conservada.
[Sobre "Náufrago: nem tanto ao mar, nem tanto à terra"]
por
Érico R. de Castro
18/2/2002 à
01h58
|
Nossos cockneys
Toni: você tem razão, são duas línguas convivendo no mesmo espaço, e se misturando (e depois dizem que isso só existe em Londres). Há aspectos bons nisso, suponho, mas às vezes dói no ouvido. Um abraço.
[Sobre "Pelo Fim da Palavra VIP"]
por
Alexandre Soares
18/2/2002 à
01h36
|
parabéns 2
Excelente texto, Daniela. Quando estive em São Francisco, cerca de oito anos atrás, eu e amigos ensinamos a dona de um bar (Beerness, se não me falha a memória) a preparar caipirinha. Foi um sucesso. Eu, particularmente, prefiro Mojito.
[Sobre "Tristezas tropicais"]
por
Fabio
17/2/2002 às
18h34
|
conservando o que eh bom
Alexandre, achei otima a ideia de poder ter a opcao de usar o futuro simples. Com isso a lingua guarda sua riqueza, oferecendo variedade de nuances, etc. Por outro lado, acho que voce continuarah a se surpreender com o mau uso do portugues e que esse quadro soh tende a se deteriorar. Eh que estah se alargando a base dos falantes em funcao de alteracoes economico-sociais que ocorrem no Brasil (e no mundo). Pessoas cujos pais, se muito, se limitavam a varrer o chao da classe media, hoje sao as que pilotam, por exemplo, postos de atendimento de telemarketing, falando em nome dos grandes conglomerados, ou participam com desenvoltura em programas de radio-televisao ou perguntam se voce quer algo mais nos balcoes e lojas espalhadas por esta nossa america lusofona. Acho que teremos aqui, e cada vez mais, convivendo lado a lado, mais de um tipo de portugues, desde o culto, universal, elaborado, ao simples, embrionario, brasileiro mesmo.
[Sobre "Pelo Fim da Palavra VIP"]
por
Toni
17/2/2002 às
17h57
|
parabéns
dani,
é sempre um prazer ler sua coluna, parabéns - e obrigada!
beijos
[Sobre "Tristezas tropicais"]
por
juliana fiorini
17/2/2002 às
15h35
|
merci beaucoup!
E nem as 'belles infidèles'! :)
Obrigada pelo texto, Paulo. Tenho enorme interesse pelo campo da tradução e coleciono tudo a respeito - pelo menos tudo que julgo importante, deixando os Derrida de lado. Mais uma vez, obrigada. E citarei seu artigo no meu weblog (http://missveen.blogspot.com).
[Sobre "A saída clássica"]
por
Juliana O'Flahertie
17/2/2002 às
10h53
|
daddy is right there for you
Oi, Fábio. É claro que a maioria está do lado do ministro, por dois motivos: acreditam piamente que a medida adiantará de alguma coisa, e se sentem reconfortados quando sabem que bigbrotheriswatchingyou, digo, quando papai-Estado está cuidando da saúde deles.
Afinal, fomos educados para isso: se governantes fazem leis "para o nosso bem", então, pensam todos, é claro que querem o nosso bem. Quanto à suposta "sapiência" da sociedade (que não é um indivíduo e, portanto, não pode ser sábia ou ter consciência de nada - se tivermos 3.000.000 pessoas, temos 3.000.000 de consciências, não 3.000.001), vale sempre citar Anatole France (embora, estou certa, ele fosse contrário à opinião que acabo de expor): "Se 50 milhões de pessoas dizem uma coisa idiota, ainda é uma coisa idiota".
E seus textos continuam ótimos. Parabéns.
[Sobre "fumo porque é fumo"]
por
Juliana O'Flahertie
17/2/2002 às
10h14
|
Sobre a gramática e a língua
Não, Guilherme, a gramática não é nada disso do q vc falou. Ela é uma série de regras
arbitrárias (como qualquer variante o seria, porque afinal, não existe apenas uma forma
de se expressar em determinada língua, e cada falante possui seu próprio idioleto) que
são determinadas por um conjunto mínimo e nada representativo da população (os gramáticos)
que, no entanto, possuem o papel de determinar qual a variante "oficial" da língua. O q
tb é importante, para q se tenha uma forma "neutra" (entre aspas, porque obviamente a
variante oficial é expressão do desejo daqueles que arbitram, como não poderia ser
diferente). Mas a gramática normativa é defasada. Quer um exemplo? Celso Cunha em
sua gramática diz descrever o português "moderno", ou seja, o dos românticos! Isso é
moderno? Bem, pra ele pode ser, mas tente falar o português das gramáticas! Vc nunca
será compreendido perfeitamente. Falar bem não é usar construções arcaicas, é saber
organizar seu pensamento de modo a ser perfeitamente entendido pelo interlocutor.
Outra coisa muito errada no seu argumento é dizer q "de Vieira a Machado a língua
conseguiu permanecer a mesma em essência". Vc já leu Vieira na edição original? Já
leu Machado na edição original? Pois leia e venha me dizer com a cara limpa q a
essência é a mesma. A não ser q vc admita q a essência é a mesma até hoje. Sim, as
mudanças ocorrem, e rapidamente, mas a ess6encia é sempre a mesma. Mas se vc argumenta
q elas parecerão tão distantes quanto o Latim Clássico em breve, então não há como
admitir q Vieira e Machado estejam tão próximos assim.
Façam-me o favor! Ninguém é obrigado a gostar de certas variantes novas. Assim como
gírias, muitos modismos em pouco tempo caem na obscuridade (e assim espero que ocorra
com o futuro composto de gerúndio, de q não gosto). Se eles são consagrados, porém,
não há alternativa.
Parem com essa conversa infantil, como do Alexandre Soares, essa choradeira não leva
a lugar nenhum. Concordo com a idéia de combater tal modismo que não passa de tradução
mal feita de manuais de telemarketing, mas não posso concordar com q os fins justifiquem
os meios. Essa argumentação toda conservadora não é nem um pouco conservadora. Não falamos
como a geração anterior à nossa falava e nem como a que nos sucederá.
[Sobre "Pelo Fim da Palavra VIP"]
por
Pedro
17/2/2002 às
05h55
|
a vida imita a piada
Caro Eduardo. Eu não sabia que as criancinhas canadenses colecionavam os maços com fotos. Mais uma vez a vida imita a piada... Forte abraço, Fabio.
[Sobre "fumo porque é fumo"]
por
Fabio
17/2/2002 às
02h33
|
Julio Daio Borges
Editor
|
|