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Sexta-feira, 10/9/2010
Comentários
Leitores

Ato de pura vaidade
A maior parte das centenas ou milhares de criaturas que se pretendem escritoras sabe, muito bem, que não tem a menor chance de "emplacar" um trabalho qualquer, seja uma coletânea de contos, um ensaio, um romance ou mesmo uma autobiografia. A facilidade de se produzir um objeto-livro, independente do conteúdo, bastando pagar e receber qualquer tiragem que caiba no bolso do pretenso autor, está ajudando aos egos mais afoitos, na grande façanha de tornar-se "escritor". O oportunismo também produz "autores" escondidos na sombra dos "ghost-writers" e, aí, tome "celebridade" contando a própria historia de sucesso, meretrizes descrevendo sua gênese profissional etc. e tal... Escrever para si mesmo é catarse, é purgação, é um prazer ingênuo ou um ato de pura vaidade. Se não for para ser lido, pra que escrever? A outra ponta também precisa ter qualidade. Com 51% de adultos sem o ensino médio completo, a coisa fica difícil. Não dá para comparar os mercados brasileiro e americano.

[Sobre "Escrevemos para nós mesmos (?)"]

por Raul Almeida
10/9/2010 às
12h31

Só agradam aos críticos
Caro Rafael Rodrigues, andei pensando sobre este assunto hoje pela manhã, e, posteriormente, ao receber o e-mail do Digestivo Cultural, encontrei o seu texto, por pura coincidência. Estive exatamente pensando, e me indagando, por que alguns autores, especialmente poetas e contistas, fazem questão de escrever apenas para si, para críticos literários e para alguns outros escritores que gostam do que eles escrevem. Não pensam em momento algum, pelo que percebo, ou se pensam não fica patente este pensamento, no público leitor. Mas eu me refiro sem demagoria, ao cidadão comum, que em sua maioria acaba se distanciando dos autores por acharem os textos de difícil entendimento. Longe de ser político, mas se um escritor não consegue se comunicar com um leitor comum, é porque seu texto está complexo, prolixo, pedante, enfim, creio que só serve para agradar críticos literários, e outros autores que apreciam o mesmo estilo. Bom, por falta de espaço vou ficando por aqui. Abraços.

[Sobre "Escrevemos para nós mesmos (?)"]

por Sergio Tavares
10/9/2010 às
12h23

Movimento literário constante
As imagens que marcaram: autor de quadrinhos tratado como popstar e milhares de pessoas consumindo literatura, concordo, são imagens de Bienal. Mas note, o nome já diz: Bienal, movimento a cada dois anos. A educação que transforma o bruto tem que ser diária, cotidiana. A Bienal, sem desmerecê-la, é elitizada, para poucos. Precisamos que saraus, feiras de livros, movimentos literários periféricos sejam incentivados, precisamos que a literatura não tenha apenas palco para estrelas, estas ficam longe da terra. Há que se trabalhar na comunidade em que se vive, juntando a família e amigos para ler uns aos outros, tal qual fazemos para jogos de futebol e último capítulo de novela. Isto, sim, seria impressionante. A Bienal é maravilhosa, mas também, com as verbas e incentivo que tem, não poderia ser diferente. É um evento livreiro que marca a vida, precisamos de movimento literário que componha a vida.

[Sobre "A Bienal do Livro ― diário de bordo"]

por Eliana de Freitas
10/9/2010 às
11h48

É preciso pensar nos leitores
Há uma diferença entre escrever para si mesmo e não importar-se com os leitores. Melhor dizendo, escrever para si mesmo é mais "escrever o que quer, sem preocupar-se em agradar", o que é uma atitude correta por parte do escritor, que não se vende a um segmento qualquer, social, político, ou de consumo. Mas preocupar-se com leitores é essencial. No entanto, a dificuldade principal continua sendo a distribuição: eu publiquei um romance às minhas custas, tenho distribuído gratuitamente, pois essa era a finalidade: divulgação. Mas mesmo uma distribuição gratuita é problemática, e, por incrível que pareça, há veículos de divulgação cultural que se recusam a ajudar um empreendimento assim, e mesmo o livro sendo gratuito cobram para divulgá-lo!

[Sobre "Escrevemos para nós mesmos (?)"]

por Gil Cleber
10/9/2010 às
11h41

Não é tão simples assim
Caro Rafael, querer ser lido é inerente à maioria dos autores, mas atingir este objetivo não é "simples assim". Se você não é um autor conhecido, vai à Bienal para autografar e fica horas sem vender um único livro. Mesmo que você bata altos papos com leitores, troque ideias incríveis, somente um, outro ou mais provavelmente nenhum, comprará o seu livro. A não ser que, além de escritor, você seja bom vendedor. E note que, para chegar lá, no Anhembi, você teve que ter agenda livre, pagar combustível, estacionamento e, se passar o dia, terá que comer. Sem nenhum livro vendido, a verba terá de ter vindo de outra fonte de renda. Outro ponto: se você não está estabelecido por uma editora, não tem ponto de venda na Bienal, nas livrarias ou na Flip. Em Paraty, autores que vendiam seus livros na rua foram repreendidos por policiais. Esses são os fatos que não nos permitem sermos lidos.

[Sobre "Escrevemos para nós mesmos (?)"]

por Eliana de Freitas
10/9/2010 às
11h08

Circo político brasileiro
Parabéns pelo excelente texto, Marcelo! Concordo com grande parte dos comentários, mas percebo, infelizmente, que o quadro traumático vivenciado pela política continuará ainda o mesmo enquanto nós, integrantes de uma "elite escolarizada", segundo o comentário feito por Regina acima, formos minoria. Li uma estatística assustadora que reforça os comentários: apenas um em cada quatro brasileiros é completamente alfabetizado, de acordo com pesquisa da INAF de 2005 sobre os indicadores de analfabetismo funcional (Fonte: "Analfabetismo e a Inviabilidade do Brasil", Gustavo Ioschpe). Enquanto for este o quadro, sinto que teremos diversos palhaços fazendo sucesso no circo político brasileiro.

[Sobre "A quem interessa uma sociedade alienada?"]

por Gabriel Marques
10/9/2010 às
11h00

Luta contra a moda e a mídia
Olá, sou poeta gaúcho e muito apreciei o ritmurbano deste teu texto. Uma viagem de comparações e de possibilidades num universo onde a poesia está em primeiro plano. Foi legal saber que no México a vida cultural acontece e é valorizada. Nestes Brasis continuamos lutando contra a moda e a mídia, na sua (des)função diária de alienação popular. Abraço.

[Sobre "Tempo vida poesia 3/5"]

por Ricardo Mainieri
10/9/2010 às
10h53

A posteridade depende do hoje
Muito bom teu artigo, Rafael. Pessoalmente, escrevo por necessidade de dizer alto e a outros o que sinto; criar, contar na ficção coisa possível e mesmo tida como impossível de ocorrer. Venho repetindo que nada imita tão bem a vida, que nos choca, espanta e maravilha diariamente. A concorrência com a realidade é, pois, dificílima. Ainda assim, escrevo. E quero ser lido, sim. Edito eu mesmo até o momento minhas publicações: "O dia do descanso de Deus", 2007, novela de minha estreia, uma tragédia em prosa, e "O Império Bandido", 2010, um drama policial. Ofereço meus livros na rede, a amigos, e também volto a bairros onde atuei promovendo a cultura em espetáculos artísticos e oficinas, na minha cidade. Vou, à convite, a conversas em associações de moradores, escolas, saraus poéticos. Penso que a posteridade do que se escreve dependerá do que fizer o escritor hoje. Como fale do mundo que observa ou o imagine, ou mesmo o releia.

[Sobre "Escrevemos para nós mesmos (?)"]

por Adroaldo Bauer
10/9/2010 às
10h32

Que situação engraçada, essa
Não dá mesmo para atribuir este poema a Borges, e quase acho engraçado visualizar a Sra. Kodama recusando-se a receber os direitos autorais, rsrsrsrs!!! Mas serviu de matéria-prima para um belo ensaio por parte de nossa cara Isabel! Destarte os questionamentos sobre o valor literário, a falsa atribuição do poema dá margem a uma situação que o próprio autor poderia abordar em um de seus contos...

[Sobre "Instantes: a história do poema que não é de Borges"]

por Adalgiso Junior
8/9/2010 às
19h10

Coelho adora Borges
Excelentes esclarecimentos da Isabel. Concordo com a opinião da Camila Silveira e acrescento que o mundo virtual é cheio de textos cuja autoria é atribuída a autores famosos e que não tem nada a ver com eles. Também encontrei uma "preciosidade", o livro "O Aleph", de Paulo Coelho. Mas não é que o Jorge Luis Borges também escreveu um livro com esse título? Donde concluo que Paulo Coelho adora o Borges...

[Sobre "Instantes: a história do poema que não é de Borges"]

por Luzia Helena
8/9/2010 às
18h17

Julio Daio Borges
Editor

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