Domingo,
11/2/2007
Comentários
Leitores
A classificação do leitor
A classificação do leitor é pura soberba, uma arrogância dos que comparam seus atributos com os dos outros. Cada idade ou vivência revela um apetite próprio e ao comparar o princípio da trajetória de um leitor com as escolhas de um leitor experimentado, nada vejo além de preconceito e superestima entre conteúdos. A crítica literária deve servir como uma bússola para a orientação do leitor que necessite de uma informação confiável sobre determinada obra; mas não substitui de forma alguma o senso crítico que cada leitor busca desenvolver. Citar textualmente Harold Bloom não é pecado, mas não se dar conta das suas críticas sectárias é ingenuidade. Qualquer literatura forma o leitor. A sub-literatura de hoje será a energia para a próxima corrente literária, por adesão ou conflito. Outdoor, bula de remédio, até logomarca é capaz de iniciar um leitor, e nem toda a "boa" literatura do mundo é capaz de qualificar leitor sem senso crítico; afinal por que lemos? Boa literatura, para que serve?
[Sobre "Em defesa de Harry Potter"]
por
Carlos E. F. Oliveir
11/2/2007 às
17h02
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uma desculpa para não agir
Apesar do apelo provocativo do título, me concentrei basicamente na culpa e não no sexo da "vítima"; assim pude perceber que tratava-se da abordagem defensiva, de uma opção pela inércia diante de uma tomada de decisão; uma falta de apetite para superar uma condição de deficiência e lutar contra algumas situações em que devemos nos confrontar contra os nossos próprios limites; uma situação tão real quanto cotidiana. Vitimizar-se é uma desculpa para não agir, não pensar sobre as responsabilidades das omissões e atribuir a outros a grandeza de se amar e se cuidar. Uma caminhada é feita do primeiro passo, é preciso enfrentar a primeira mentira e libertar-se do primeiro constrangimento para enfrentar o real. Autocomiseração é trapaça, e atirar sobre as costas de alguém a obrigação de sermos felizes é, minimamente, uma declaração de baixa auto-estima. As coisas conquistadas precisam ser conquistadas. "Navegar é preciso." Bravo, Carpinejar!
[Sobre "Sobre a mulher que se faz de vítima"]
por
Carlos E. F. Oliveir
11/2/2007 às
15h18
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o controle remoto do leitor
Elisa, não creio que a sobrevivencia dos impressos esteja ameaçada pela opção internet; mas vejo que a possibilidade de informação por novos canais afetaram a viabilidade economica de empresas que, travestidas de informativo diário, transformaram-se em veículos de propaganda e marketing, canais de opinião, classificados ideológicos e todos os demais vícios da boa e da má imprensa. Esse conceito seguramente está ancorado no valor patrimonial do jornal e alegoricamente à prática democrática do acesso a informação. A grande imprensa deve encarar a internet como um desafio, adaptar-se aos novos tempos e rever seus compromissos com os leitores; questionando a qualidade da informação que produz. A migração dos leitores aponta para uma insatisfação com a imprensa careta e ordinária que vem celebrizando o mais vil e se distanciando da atenção dos seus leitores. Hoje a internet é o controle remoto do leitor, democracia em tempo real e se a informação do Le Monde Diplomatique não resiste, zap!
[Sobre "Sobrevivência dos impressos"]
por
Carlos E. F. Oliveir
11/2/2007 às
14h53
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seu, gostoso, delicioso
Ana, fiquei 15 dias sem computador em casa. Senti falta do Digestivo e de você. Estou voltando hoje e encontro esse texto seu, gostoso, delicioso, tratando de um tema que é minha paixão. Adorei! Aprendi, com François de Singly, que a oferta de livros, entre outras coisas, não garante, mas contribui bastante para formar leitores. Acho que está faltando livro neste país. Mas prefiro comentar sobre isso em um café, em um fim de tarde, topas? Abraços, Áurea
[Sobre "Leituras, leitores e livros – Parte I"]
por
Áurea Thomazi
10/2/2007 às
23h10
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Eu acredito na pintura
Daniel Piza e leitores afins, "Saudades da pintura" é um texto que, para mim, é a bandeira que empunho todos os dias. O isolamento da pintura é o caminho mais fácil! O olhar contemporâneo é o da superficialidade, mesmo que paire sobre o movimento das imagens tecnológicas ou a tridimensionalidade das instalações. Me parece que o olhar vem se tornando preguiçoso, ansioso nas práticas artísticas. Isso só espelha um comportamento cultural de nossa era. A era mais que pós-histórica, uma era a-histórica. Esse descaso é uma consequência lógica. Um salto quântico para o esquecimento das imperfeições do ser humano nas produções poéticas. O problema é a supervalorização por uma filosofia cultural baseada no avanço tecnológico e científico. Onde está a simplicidade da emoção humana nas criações artísticas? Eu acredito na pintura. O conceito de pintura vai além das tintas e dos pincéis. Temos a liberdade de fazer história, ou somente produtos do ego enfraquecido.
[Sobre "Saudades da pintura"]
por
Denis Siminovich
10/2/2007 às
12h47
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Leitura ou letramento?
Eis a questão! As diversas possibilidades de expressão que praticamos, verbais e não verbais, nos remetem à condição codificadores/decodificadores em todos os níveis. A imposição normativa continua se confrontando com a experiencia artística que considera fatores isolados e subjetivos na criação e apreciação do texto. O objetivo do texto tende a determinar a sua relevancia e o contexto, em que ele é inserido, é determinante para o nível de interação e profundidade que ele possa atingir. O autor que reflete sobre o seu trabalho está, provavelmente, engajando-se na missão de formar leitores, que fundamentalmente romperão em algum momento com o canal de decodificadores e vão atingir a interação com a matéria que os identifica; criando textos e experimentando o código. O autor talvez nada mais seja que a autonomia do leitor num diálogo libertário com todos os seus autores e a tese seja apenas o objeto de catarse em que estas duas personas se fundam, e se apaziguem.
[Sobre "Leituras, leitores e livros – Parte I"]
por
Carlos E. F. Oliveir
10/2/2007 à
01h17
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Aguardo teu livro
Parabéns, Marcelão, é isso aí... quem espera que caia do céu, cai no inferno, na maior parte das vezes. Aguardo teu livro, lembra? Abraços. Inacio Carreira
[Sobre "A culpa é dos escritores, também"]
por
Inacio Carreira
10/2/2007 à
00h24
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Saber ler é...
Ana, que interessante, também comecei lendo a coleção Vaga-lume. E como foi boa a época, sempre pegava dois livros por semana na biblioteca da escola.
Também vejo a má leitura como um grande problema. De forma geral muitas pessoas lêem sem a consciência da leitura, sem parar e pensar, "pera aí, o que estão me dizendo estes livros?". É como se fosse algo automático, feito sem cuidado. Tudo bem começar assim, apenas para criar o hábito, contudo é natural imaginar uma evolução na leitura e passar a realmente ler um texto.
É claro que a melhor forma de avaliar o quão bem lemos é na hora de escrever. Concordo que ser autor significa saber ler, e aí ainda está (admito) minha maior dificuldade.
Mas como você disse "é uma prática que se 'contrai' com vagar"; espero chegar lá.
Abraços, Ana
[Sobre "Leituras, leitores e livros – Parte I"]
por
Arthur Alves
9/2/2007 às
23h46
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Eu quero fazer alguma coisa
Em 1947, aos 33 anos, um poeta muito importante da cultura brasileira morreu. Pouco antes se designou, poeta desconhecido, e nenhuma editora na época o quis por ser inciante. Hoje, em Corumbá existe um projeto com o nome dele, para levá-lo ao conhecimento dos braileiros... Estão sendo editados os seus livros e na faculdade ele está sendo estudo e devidamente reconhecido... Seu nome, LOBIVAR MATOS... O meu nome, FERNANDA MATOS, escritora iniciante desconhecida, neta desconhecida do poeta desconhecido do Brasil... e meus livros ainda estão aqui para serem publicados... Eu quero fazer alguma coisa com vcs! Abraço.
[Sobre "A culpa é dos escritores, também"]
por
Fernanda Matos
9/2/2007 às
20h38
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Tô dentro!
Ótimo texto, Barbão. E eu estou dentro, claro! Abs.
[Sobre "A culpa é dos escritores, também"]
por
Janethe Fontes
9/2/2007 às
20h22
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Julio Daio Borges
Editor
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