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Segunda-feira, 12/3/2007
Comentários
Leitores

O que sei da literatura?
Só tive a convivência cotidiana com escritos, que às vezes eram livros, outras não. Ainda hoje me sinto inseguro para endossar determinadas definições que obedecem tendências. Se o que leio me alimenta a percepção, desloca do ponto leitor, me integra a narrativa e provoca alguma inquietação; só estas descrições já valem a visita. Nada sei dos academicismos que estão gerando uma horda de escritores cheios de fórmulas e sem imaginação. Quero o registro, um ângulo inusitado que se revelou ao fotógrafo e da arte que o transformou em ator. Busco o sem-fim de Guimarães e o reconheço na prosódia de Miguilim reproduzida a cinzel; quero os ecos viciantes do Manual dos Berros, digo Manuel de Barros, por tudo o que ele atentou de escutar. Pois se literatura tiver este quê de ciencia, está para a medicina em relação à necropsia, ajuda a desenvolver, porém não salva vidas. O que sei da literatura? Nada. Que me digam da definição do nada e então serei feliz, quem sabe, culto.

[Sobre "Dá para aprender literatura?"]

por Carlos E. F. Oliveir
12/3/2007 às
23h54

tanta gente nova escrevendo
Muito BOM!!! Texto flui super bem e a linguagem é uma delícia. Sou professora de Literatura do Ensino Médio e do Curso de Letras e é uma luta tentar mudar essa cara do Brasil. Explico: a crítica somente valoriza escritores ao estilo machadiano ou drummoniano. Nada contra. Contudo temos tanta gente nova escrevendo que precisam tão somente de gente com olhos para percorrer seus textos. Quem sabe, assim, teríamos adolescentes que aprendessem a gostar de literatura e, conseqüentemente, adultos letrados e sobretudo engajados com seu tempo e sua realidade. Mas, num país ainda voltado para modelos impostos, talvez isso seja somente um sonho...

[Sobre "Amar é burocrático"]

por Valeria Mello Freire
12/3/2007 às
20h16

clima de casa de praia
Muito bom isso! Tão legal ter sensibilidade e bom humor para trazer tanta atmosfera para o texto. Já senti tantas vezes esse clima de casa de praia, cheio de dezembros e janeiros vencidos e com cheiro de maresia misturado com chuva de verão. E nada como revistas femininas (ou masculinas!) para matar nosso tempo com questões profundíssimas...

[Sobre "Revistas velhas na praia"]

por Jose Bueno Franco
12/3/2007 às
17h55

beleza de entrevista
poderia ficar lendo mais 30 páginas na telinha. e não acionaria a impressora, não. grato, edson cruz

[Sobre "Flávia Rocha"]

por edson cruz
12/3/2007 às
17h35

O privilégio da pobreza
A exclusão citada nada tem a ver com pobreza, Índia ou Coréia. Pensava nas oligarquias que ainda fazem política em defesa de seus privilégios. Pensava nas oportunidades desperdiçadas, pela falta de apetite e talento para encarar uma competição leal; se é que neste modelo de sociedade isto seja possível. Não entendi bem esta história de privilegiar a pobreza mas vou acompanhar a firmeza com que defendes sua argumentação e, quem sabe, eu possa perceber o sentido de tudo isso. Quanto ao anacronismo e protecionismo, me perdoa, fiquei perdido de vez; não sei o que fazer com os pobres, de quaisquer penúrias, seja material, seja intelectual... Embora reconheça que seja necessário incentivar o talento, nunca disse ou deixei implícito que combater a exclusão seria atentar contra o talento. Creio que seja necessário aniquilar a pobreza e assim acabaremos com os pobres; ou acabarmos com pobres para dizimar a pobreza, ih, acho que estou confuso... Já vi história parecida mas os pobres eram judeus.

[Sobre "Investimento atrás das grades"]

por Carlos E. F. Oliveir
12/3/2007 às
14h55

por não ter o que fazer
Essas pessoas gostam de espalhar mensagens por não ter o que fazer. E acredite, tem quem goste disso.

[Sobre "Mensagens encaminhadas"]

por Márcio Faustino
12/3/2007 às
13h55

Dependente tecla fumando
Tudo que a Vanessa diz das dançarinhas de axé que abundam por aí, em fama efêmera, também pensei, mas barbudo de baiana fica um pouco desusado para um piauiense criado desde um ano de idade no Rio Grande do Sul, tchê. Então, fiz terapias, lavei louça, as roupas em tanque. Cheguei ao doce devaneio da Confraria dos Blogs Não Lidos. Mesmo sem a Fama urgente, que talvez trouxese a reboque alguma Fortuna, persisto. Vou até publicar impresso algo mais alentado que já escrevi, a novela "O dia do descanso de Deus". Sei o que é dependência, nem consigo largar do teclado enquanto estou fumando.

[Sobre "Intravenosa"]

por Adroaldo Bauer
12/3/2007 às
13h35

Sejamos mais críticos!
Ótimo texto. Realmente, ser honesto, hoje em dia, infelizmente, é ser também taxado, muitas vezes, de mal educado, rude ou crítico, como se esse último adjetivo fosse pejorativo. O que a sociedade precisa é ter a consciência de que a honestidade e a crítica não têm a finalidade de depreciar quem se critica, mas sim o desenvolvimento mental, profissional e pessoal do criticado. Sejamos mais críticos, logo, mais verdadeiros!

[Sobre "Honestidade"]

por Vanessa Braz
12/3/2007 às
10h19

Exclusão comportamental
A única exclusão, que acontece na sociedade brasileira, é a da imaginação. Argumentos da década de 60 continuam a ser apresentados num mundo onde Índia, Coréia do Sul, entre outros, já mostraram receitas para sair da pobreza: investir em meritocracia e educação. Exclusão social é privilegiar pobreza em vez de talento... Neste país, só se pensa em pobres, porque todos têm medo do que poderia acontecer se se pensasse em competência, merecimento. Porque esforço e dedicação não têm nada a ver com a infame expressão "exclusão social", que no Brasil não tem significado algum, exceto a de justificar comportamento anacrônico e protecionista.

[Sobre "Investimento atrás das grades"]

por Ram
12/3/2007 às
06h44

Me inclua fora dessa
Bom o texto, Julio, mas teve uma frase que me incomodou: "No Digestivo, no início, todos queríamos ser 'cultos' como ele". Eu, não. Paulo Francis nunca foi influência nem referência para mim, como já deixei claro mais de uma vez.

[Sobre "Uma década no rastro de Paulo Francis"]

por Rafael Lima
11/3/2007 às
23h13

Julio Daio Borges
Editor

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