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Terça-feira, 13/3/2007
Comentários
Leitores

a sensibilidade de Spalding
Sempre gostei de contos curtos, haicais (amo os do Leminski), versos minúsculos, um parágrafo de crítica. E a sensibilidade de Spalding reforça, agora, minha opinião diante dos prolixos...

[Sobre "Pequena poética do miniconto"]

por Chuchi Silva
13/3/2007 às
15h17

Vez por outra resta o espelho
(Do poeta Gonzaguinha: até com tempo ruim se dá bom dia.) Aprendi cedo que crítica é procedimento que investiga em profundidade expressão e forma, arte e meio. Não se espere da crítica que agrade. A crítica aponta falha, erro, inexistência de conteúdo, defeito de forma. Experimente deletar uma biblioteca de programa de seu computador e fazê-lo funcionar. Aquela tela inicial vai continuar preta cobrando a presença prevista. É como padaria: anuncia pão quente, você comparece às seis da manhã e às seis da tarde e encontra. E isto que pão só alimenta o corpo... Imagina o que se prometa ao espírito. Não carece sequer de publicidade, basta imprimir em página, cd, dvd, fita, palco ou chão de rua. Apresentar-se ao público é expor-se a este e, por conseqüência, enquanto a caravana passe, a crítica existirá. Outra coisa é a pessoa adentrar o terreno da crítica sem conhecimento. Inverte-se aí o conceito. O público aplaude, a bilheteria estoura e àquela pessoa restará o espelho...

[Sobre "Honestidade"]

por Adroaldo Bauer
13/3/2007 às
14h05

Pensamentos precisam respirar
Realmente a escrita é uma das melhores terapias, uma forma de colocar pra fora os pensamentos apertados em nossas cabeças...

[Sobre "Intravenosa"]

por Márcio
13/3/2007 às
12h51

Repensar o refazer
Verônica, boa sorte mesmo! A USP parece ainda mais embolorada do que a UFMG, onde me formei, e muito bem, em Letras. Concluo o doutoramento este ano, mas ainda me lembro de que grande parte do que aprendi e das boas experiências que tive não foram em sala de aula, mas nos gabinetes dos professores, em conversas e atividades na companhia deles. É um universo diferente daquele das aulinhas. Outra grande parte do que me pareceu interessante e formativo pintou porque eu procurei. Teria procurado (e encontrado) nas bibliotecas do campus, na Internet, numa universidade privada ou pública. Tanto faz. Mas há coisas inteligentes que só uma universidade pública se preocupará em fazer e oferecer bem-feito (cursos de Letras, por exemplo). Encontre seu caminho apesar de professores, banheiros, cantinas, traças, retroprojetores emperrados. Isso não é o principal. Mais bacana é ter Antônio Cândido como professor. Mais ninguém tem.

[Sobre "A Letras, como ela é?"]

por Ana Elisa Ribeiro
13/3/2007 às
12h05

entrar na vida de cabeça
Deve ser mesmo gostoso entrar nessas páginas de "A Idade da Paixão" e lembrar que um dia fui assim, como tantos outros foram. A Idade da Paixão é essa mesma, acreditar que vamos e podemos modificar o mundo, acreditar em valores genuinamente honestos e entrar na vida de cabeça, corpo e alma. Ainda que sobrem alguns lampejos dessa intensa juventude, jamais seremos os mesmos. Percebemos que o mundo é mais forte que nós. Obrigada pela dica, vou tentar encontrar esse livro. Um abraço, Adriana

[Sobre "Qual é, afinal, a melhor idade?"]

por Adriana
13/3/2007 às
11h21

O que sei da literatura?
Só tive a convivência cotidiana com escritos, que às vezes eram livros, outras não. Ainda hoje me sinto inseguro para endossar determinadas definições que obedecem tendências. Se o que leio me alimenta a percepção, desloca do ponto leitor, me integra a narrativa e provoca alguma inquietação; só estas descrições já valem a visita. Nada sei dos academicismos que estão gerando uma horda de escritores cheios de fórmulas e sem imaginação. Quero o registro, um ângulo inusitado que se revelou ao fotógrafo e da arte que o transformou em ator. Busco o sem-fim de Guimarães e o reconheço na prosódia de Miguilim reproduzida a cinzel; quero os ecos viciantes do Manual dos Berros, digo Manuel de Barros, por tudo o que ele atentou de escutar. Pois se literatura tiver este quê de ciencia, está para a medicina em relação à necropsia, ajuda a desenvolver, porém não salva vidas. O que sei da literatura? Nada. Que me digam da definição do nada e então serei feliz, quem sabe, culto.

[Sobre "Dá para aprender literatura?"]

por Carlos E. F. Oliveir
12/3/2007 às
23h54

tanta gente nova escrevendo
Muito BOM!!! Texto flui super bem e a linguagem é uma delícia. Sou professora de Literatura do Ensino Médio e do Curso de Letras e é uma luta tentar mudar essa cara do Brasil. Explico: a crítica somente valoriza escritores ao estilo machadiano ou drummoniano. Nada contra. Contudo temos tanta gente nova escrevendo que precisam tão somente de gente com olhos para percorrer seus textos. Quem sabe, assim, teríamos adolescentes que aprendessem a gostar de literatura e, conseqüentemente, adultos letrados e sobretudo engajados com seu tempo e sua realidade. Mas, num país ainda voltado para modelos impostos, talvez isso seja somente um sonho...

[Sobre "Amar é burocrático"]

por Valeria Mello Freire
12/3/2007 às
20h16

clima de casa de praia
Muito bom isso! Tão legal ter sensibilidade e bom humor para trazer tanta atmosfera para o texto. Já senti tantas vezes esse clima de casa de praia, cheio de dezembros e janeiros vencidos e com cheiro de maresia misturado com chuva de verão. E nada como revistas femininas (ou masculinas!) para matar nosso tempo com questões profundíssimas...

[Sobre "Revistas velhas na praia"]

por Jose Bueno Franco
12/3/2007 às
17h55

beleza de entrevista
poderia ficar lendo mais 30 páginas na telinha. e não acionaria a impressora, não. grato, edson cruz

[Sobre "Flávia Rocha"]

por edson cruz
12/3/2007 às
17h35

O privilégio da pobreza
A exclusão citada nada tem a ver com pobreza, Índia ou Coréia. Pensava nas oligarquias que ainda fazem política em defesa de seus privilégios. Pensava nas oportunidades desperdiçadas, pela falta de apetite e talento para encarar uma competição leal; se é que neste modelo de sociedade isto seja possível. Não entendi bem esta história de privilegiar a pobreza mas vou acompanhar a firmeza com que defendes sua argumentação e, quem sabe, eu possa perceber o sentido de tudo isso. Quanto ao anacronismo e protecionismo, me perdoa, fiquei perdido de vez; não sei o que fazer com os pobres, de quaisquer penúrias, seja material, seja intelectual... Embora reconheça que seja necessário incentivar o talento, nunca disse ou deixei implícito que combater a exclusão seria atentar contra o talento. Creio que seja necessário aniquilar a pobreza e assim acabaremos com os pobres; ou acabarmos com pobres para dizimar a pobreza, ih, acho que estou confuso... Já vi história parecida mas os pobres eram judeus.

[Sobre "Investimento atrás das grades"]

por Carlos E. F. Oliveir
12/3/2007 às
14h55

Julio Daio Borges
Editor

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