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Domingo, 15/8/2004 Edição Extraordinária Julio Daio Borges Estimado Leitor, Num Curriculum Vitae perdido do ano 2000, eu escrevi que havia desistido de publicar em jornais e revistas – e que, naquela altura do campeonato, não dava mais a mínima para isso. Foi antes do Digestivo Cultural. E, quase quatro anos depois, obviamente mudei de opinião. Ainda mais porque, hoje (domingo), acaba de ser publicado um texto meu no jornal O Estado de S. Paulo. Um texto que você provavelmente leria aqui, no Digestivo, entre as minhas Colunas – mas que virou papel agora. É difícil descrever a sensação. Eu gostaria de dizer, como o astronauta Neil Amstrong, que é um pequeno passo para mim e que é um grande passo para o Digestivo Cultural. Mas estaria faltando com a verdade. Foi duro para ambas as partes e esse texto publicado, talvez corriqueiro para quem trabalha numa redação, é uma espécie de consagração. Afinal, como muitos sabem, não sou egresso do jornalismo tradicional, não me iniciei na grande imprensa – e, só graças ao meu trabalho na internet, neste momento chego lá. É irônico que meu primeiro texto publicado, no caderno que mais li na vida (o “Caderno2”), fale justamente mal de meus colegas de internet. Acontece. E, se no Estadão pode soar estranho, quem me acompanha no Digestivo sabe as opiniões que tenho, por exemplo, sobre blogs. E é importante que a publicação tenha acontecido por intermédio do Daniel Piza. Ele foi possivelmente o meu primeiro interlocutor na imprensa – e, do alto de sua cátedra no “Caderno Fim de Semana” da Gazeta Mercantil, dialogou pacientemente com aquele rapaz de 20 e poucos anos, que acabava de se formar e que enfrentava sérias dúvidas vocacionais. Eu. Agora estamos no “Cultura” do Estado de S. Paulo. Eu, o Daniel e o Vargas Llosa. Espero que você aprecie a leitura. Sem arroubos de falsa modéstia, acredito que é uma conquista também para a internet. Como previ (e preveni meus amigos que escrevem), vamos “acontecendo” como geração – e espero que, com sabedoria, ocupemos esses espaços. É a chance que estávamos esperando. Não podemos falhar. Abraço forte, vejo você no Estadão, Julio Daio Borges |
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