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Segunda-feira, 17/9/2001 Como começou Juliano Maesano Conheci Julio, o chefão, há muitos anos atrás. Nunca fomos muito próximos, nos encontrávamos apenas uma vez por ano, nas festas de aniversário de um amigo em comum. Lembro-me de, numa dessas festas, estarmos juntos cantando com o CD dos Beatles a música It Won't Be Long... Um fazia o "It Won't Be Long, Yeah" enquanto dois outros tentavam acertar o "Yeah, Yeah, Yeah".... não acertamos nenhuma. Desses encontros casuais chegamos a figurar em listas de email comuns a esses nossos amigos e viemos a saber um dos escritos do outro. Lembro que somente há 2 ou 3 anos, numa outra festa dessas (agora numa casa noturna), Julio me entregou seu cartão. Funcionário de um banco internacional, agora. Mas atrás escreveu seu site.... e eu fui visitar. Adorei o site e seus escritos, amei os textos sobre a Poli. Eu não entendia muito da instituição, mas gostei do estilo desafiador, ao menos para mim. Com certa inspiração (do Julio) comecei a fazer sites e lembro-me de pedir dicas a ele. Julio sempre respondeu prontamente, com truques e sugestões bibliográficas. Então eu comecei a escrever um semanário, um pequeno email para uma vasta lista de contatos com o nome de Update Semanal. O Julio gostava um pouco do meu estilo escrito ali e passamos a trocar mais e mais informações com o tempo. Na verdade, a maioria dos meus textos ali eram dirigidos quase que totalmente a pessoas conhecidas e acho que não interessavam tanto assim ao Julio, principalmente pelo meu estilo meio "radical" em alguns assuntos... acho, na verdade, que um dos pontos que nos uniu um pouco mais foi o texto que fiz sobre minha cachorra, Jelly Belly. Nessa época, ainda antes dos Colunistas entrarem no Digestivo, lembro de ser colocado na lista do Paulo Polzonoff Jr, e tê-lo colocado em minha lista de Updates Semanais também. Nossa, o Polzonoff sempre escreveu muito, lembro de receber textos e mais textos daquele que eu nem conhecia. Logo depois o Julio lançou um email coletivo a seus amigos e conhecidos, convidando-os para colaborarem com seu projeto, no que foi prontamente atendido por muitos de nós, os Colunistas. Lembro-me que ele sugeriu que se fizesse um grupo de Colunistas com assuntos "demarcados", e eu seria encarregado de Cinema, Vídeo e Televisão. Na verdade acho que temos muitos outros melhores para escrever sobre isso aqui, mas pela minha formação e prática na área acabei sendo "escalado" para tal setor. Caso notem, nunca segui muito essa regra, a maioria de minhas colunas trata de assuntos que não domino profissionalmente... talvez esse seja o segredo do meu fracasso... Logo o grupo se formou e se solidificou, alguns outros entraram depois de algum tempo (como a ótima Adri) e poucos outros saíram também. O importante é que acabamos conhecendo pessoalmente alguns e formando laços muitos fortes. Somos realmente uma família: aqui temos aqueles tímidos, outros mal-humorados; temos os irritadiços e os calmos, os radicais e os intelectuais... e cada um de nós é muito mais do que uma dessas definições somente. Uma frase que se repetiu muito nos emails dos Colunistas é: "Quando chego em casa e vejo que minha caixa de entrada não está cheia de emails, meu dia se entristece." Essa é a verdade. Claro que temos nossos atritos. Que família não os têm? Mas tudo se apaga quando nos encontramos para uma pizza ou cerveja, um café ou salada. Ainda me resta conhecer pessoalmente alguns dos companheiros, os que moram fora de São Paulo. Mas assim como uns outros, esses virão para cá um dia e nos encontraremos como velhos amigos, pois é o que somos todos. "Oração do Digestor Cultural" por Paulo Salles (Emoldurar e pendurar na parede, entre o "A casa é pequena mas o coração é grande" e o "Que Deus te dê em dobro tudo aquilo que me desejares".) Senhor Deus Todo-Poderoso, fazei com que tudo o que escrevo, por insignificante que pareça aos meus próprios olhos, esteja em perfeita consonância com as expectativas de meus leitores, essas ignóbeis criaturas que de mim exigem absoluta genialidade, incondicionalmente, a cada momento; que, mesmo escrevendo sem remuneração, as virtudes do desapego e da generosidade informem todos os meus atos, para que a Sabedoria com que Vós me agraciastes possa transparecer, em sua plenitude, em cada artigo, frase, palavra ou espaço entre palavras que digito neste humilde teclado; que eu impressione positivamente meus semelhantes, os demais digestores, a fim que possamos conviver em perfeita comunhão, para Vossa maior glória; e, sobretudo, imploro-Vos, não permitais que eu atire pérolas aos porcos, mas, se o fizer, e for dilacerado por eles, QUE EU SEJA ELEGANTE E COMEDIDO EM MINHAS REAÇÕES. Amém. "Segunda Oração do Digestor Cultural" por Juliano Maesano Senhor, Continuando essa prece eu lhe rogo que dê-me coragem de ousar, de escrever com o ímpeto de iniciante e poder ter a confiança de que o "backspace" e o "delete" são armas que não devem ser usadas em vão. Grande Mestre, permita-me conexão mental com os que ali lerão, para que nessa sintonia possamos trazer o cálice da informação, do exercício cerebral e da diversão. Sabendo que nós mesmos somos nossos maiores inimigos nessa batalha, e que estamos protegidos pelo Senhor, por seu Filho, o editor, e pelos nossos Irmãos, os digestores; faça com que pisemos o campo de cabeça erguida, sem receios e arrependimentos; pois as palavras por nós escritas são verdadeiras, ao menos, aos nossos corações. "Dez Mandamentos do Digestor Cultural" por Juliano Maesano 1. Não apagarás
completamente de seu HD nenhuma tentativa de texto, por pior que lhe
pareça. Juliano Maesano |
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