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Segunda-feira, 1/9/2003 Três gerações de Colunistas (II) Julio Daio Borges [Começa aqui: "Introdução" e "Segunda geração"] Terceira geração Pode-se dizer que a terceira geração tem como ponto de partida a volta de Julio Daio Borges aos textos longos, nas Colunas, e a saída dos últimos remanescentes da primeira geração (excluindo Adriana Baggio, que permanece até hoje, e Arcano9, que apenas tira férias de vez em quando). Depois do Editor, que passa a desempenhar também a função de Colunista, temos a entrada de Maurício Dias, do Rio. Maurício se apresentou com biografias de cineastas célebres, que até hoje são referência na internet, embrenhando-se posteriormente pela música popular e, recentemente, pelo reino da polêmica. A seguir, Lucas Rodrigues Pires, que surgiu como um colega de cabines de cinema do Editor (a sétima arte, como “link”, outra vez). Por causa de uma coincidência de uma mesa de café da manhã (dividida também com Wanda de Andrade), Lucas entrou para o Digestivo. Era, na época, um dos responsáveis pelo Jornal do Vídeo. Quase no mesmo momento, Clarissa Kuschnir faria suas primeiras aparições no site, graças igualmente a uma sessão de cabines, mas principalmente pelo fato de ter sido colega de colégio de Julio Daio Borges e biógrafa oficial de Rubens Ewald Filho. Por e-mail, graças a outra menção de Daniel Piza (desta vez, no Estadão, e ao Digestivo Cultural), desembarcaria no site, direto de Taubaté, Ricardo de Mattos. Com mensagens econômicas, um português castiço, e um texto impressionante (“Do Comércio Com Os Livros”) ganhou logo uma vaga, cativa até hoje, sempre às quintas. E, na contramão do tradicionalismo, os Leitores conheceriam a assinatura de Marcelo Barbão: também, junto com o Editor, um dos “players” (eleitos pela extinta revista Play), por causa de seu site de e-books. Barbão se notabilizaria ainda como editor da Digerati e como ativo participante de listas de discussão (vide: Jornalistas da Web e MetaFora; e vide também Barbão nas versões: blog e site). Já Waldemar Pavan não seria propriamente um rebelde, mas um iconoclasta, disputando com Sérgio de Oliveira (um colega de Julio Daio Borges no curso de crítica musical de Luís Antônio Giron), o posto de maior conhecedor de música brasileira que o Editor já encontrara. Ficou famoso por seus quebra-paus na tribuna livre do Samba & Choro e ultimamente andava ensaiando passos com um blog. Nanda Rovere, que entrou para o site até outro dia, mora em Campinas e é Colaboradora veterana do Digestivo, tendo enviado suas “peças” teatrais antes do que muitos imaginam. (Também, como outros, inaugurou um blog, mas segue quinzenalmente no Digestivo Cultural). Outro blogueiro, e dono de website, é Rodrigo Gurgel. Foi, aliás, através de seus ensaios que Rodrigo chamou a atenção da “equipe de recrutamento e seleção” do Digestivo. São lendárias as histórias sobre sua biblioteca, e eternamente renovado, seu amor pelos gatos (que, logo na estréia, rendeu-lhe feedback de Cora Ronai). Adrian Leverkuhn é, no entanto, o que se convencionou chamar de “blogueiro-filósofo”. Em discussões sobre Wittgenstein, crianças superdotadas e cibercultura, foi intimado a colaborar com o Digestivo Cultural – e o fez até onde foi possível ou, como disse, até onde permitiu sua integridade intelectual. Breve, fez falta. Alessandro Silva poderia partilhar com Adrian o gosto pela poesia, mas partilhou, outrossim, a admiração pelo site, graças a um amigo, livreiro da FGV: Heraldo Valsconcellos. Encaminhou prontamente seu livro de poemas à direção do Digestivo, mas o que impressionou de verdade foi sua carta de apresentação. Era mais uma alma de artista esmagada pelo mundo. (E, por falar nisso, também se dedica às artes plásticas [produzindo Ilustrações], enquanto digladia-se com o jornalismo.) Alessandro Garcia, por outra, é de Porto Alegre e destacou-se com o Suburbana (seu blog). Invadiu o Digestivo na condição de crítico de cinema e música, mas já ensaia seus passos rumo à literatura (inclusive, mantém contatos com a revolucionária turma da Livros do Mal). Entre um Alessandro e outro, Urariano Mota, de Pernambuco, Olinda. Ex-colega de redação de Raduan Nassar, ativista do La insignia, é um cinqüentão sacudido, que divide suas memórias com uma geração que tem medade da sua idade (ou um pouco mais), metida a cultural e a digestiva. Last but not least, Daniel Aurelio (antes Daniel Rodrigues Aurelio), outro jovem prodígio a despontar no horizonte. Colaborador da revista Zero e estudante de Ciências Sociais na ESP (Escola de Sociologia e Politica), dá as caras no site às sextas-feiras. Tem um livro lançado e, há pouquíssimo tempo, é colega de Marcelo Barbão na Digerati. Conclusão Essas são as boas almas que fazem (ou já fizeram) o Digestivo Cultural. Como se vê, não existe no site a velha cultura da “panelinha”, o chamado “tráfico de influência” ou ainda qualquer rastro de nepotismo. O que prevalece é o talento. O texto. Todos eles, o Editor atesta, merecem um lugar sob o sol da grande imprensa (“de papel”). Se isso ainda não aconteceu, então temos mais uma prova da decadência e da incompetência da mesma. [Leia também os Depoimentos dos Colunistas] Julio Daio Borges |
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