Conheci Julio, o
chefão, há muitos anos atrás. Nunca fomos muito
próximos, nos encontrávamos apenas uma vez por ano, nas
festas de aniversário de um amigo em comum.
Lembro-me de, numa
dessas festas, estarmos juntos cantando com o CD dos Beatles
a música It Won't Be Long... Um fazia o "It Won't
Be Long, Yeah" enquanto dois outros tentavam acertar o "Yeah,
Yeah, Yeah".... não acertamos nenhuma.
Desses encontros
casuais chegamos a figurar em listas de email comuns a esses nossos
amigos e viemos a saber um dos escritos do outro. Lembro que somente
há 2 ou 3 anos, numa outra festa dessas (agora numa casa noturna),
Julio me entregou seu cartão. Funcionário de um banco
internacional, agora. Mas atrás escreveu seu site.... e eu fui
visitar.
Adorei o site e
seus escritos, amei os textos sobre a Poli. Eu não entendia muito
da instituição, mas gostei do estilo desafiador, ao menos
para mim. Com certa inspiração (do Julio) comecei a fazer
sites e lembro-me de pedir dicas a ele. Julio sempre respondeu prontamente,
com truques e sugestões bibliográficas. Então eu
comecei a escrever um semanário, um pequeno email para uma vasta
lista de contatos com o nome de Update Semanal.
O Julio gostava
um pouco do meu estilo escrito ali e passamos a trocar mais e mais informações
com o tempo. Na verdade, a maioria dos meus textos ali eram dirigidos
quase que totalmente a pessoas conhecidas e acho que não interessavam
tanto assim ao Julio, principalmente pelo meu estilo meio "radical"
em alguns assuntos... acho, na verdade, que um dos pontos que nos uniu
um pouco mais foi o texto que fiz sobre minha cachorra, Jelly Belly.
Nessa época,
ainda antes dos Colunistas entrarem no Digestivo, lembro
de ser colocado na lista do Paulo Polzonoff Jr, e tê-lo colocado
em minha lista de Updates Semanais também. Nossa, o Polzonoff
sempre escreveu muito, lembro de receber textos e mais textos daquele
que eu nem conhecia.
Logo depois o Julio
lançou um email coletivo a seus amigos e conhecidos, convidando-os
para colaborarem com seu projeto, no que foi prontamente atendido por
muitos de nós, os Colunistas. Lembro-me que ele sugeriu
que se fizesse um grupo de Colunistas com assuntos "demarcados",
e eu seria encarregado de Cinema, Vídeo e Televisão. Na
verdade acho que temos muitos outros melhores para escrever sobre isso
aqui, mas pela minha formação e prática na área
acabei sendo "escalado" para tal setor. Caso notem, nunca
segui muito essa regra, a maioria de minhas colunas trata de assuntos
que não domino profissionalmente... talvez esse seja o segredo
do meu fracasso...
Logo o grupo se
formou e se solidificou, alguns outros entraram depois de algum tempo
(como a ótima Adri) e poucos outros saíram também.
O importante é que acabamos conhecendo pessoalmente alguns e
formando laços muitos fortes. Somos realmente uma família:
aqui temos aqueles tímidos, outros mal-humorados; temos os irritadiços
e os calmos, os radicais e os intelectuais... e cada um de nós
é muito mais do que uma dessas definições somente.
Uma frase que se
repetiu muito nos emails dos Colunistas é: "Quando
chego em casa e vejo que minha caixa de entrada não está
cheia de emails, meu dia se entristece." Essa é a verdade.
Claro que temos nossos atritos. Que família não os têm?
Mas tudo se apaga quando nos encontramos para uma pizza ou cerveja,
um café ou salada. Ainda me resta conhecer pessoalmente alguns
dos companheiros, os que moram fora de São Paulo. Mas assim como
uns outros, esses virão para cá um dia e nos encontraremos
como velhos amigos, pois é o que somos todos.
"Oração
do Digestor Cultural" por Paulo Salles
(Emoldurar e pendurar
na parede, entre o "A casa é pequena mas o coração
é grande" e o "Que Deus te dê em dobro tudo aquilo
que me desejares".)
Senhor Deus Todo-Poderoso,
fazei com que tudo o que escrevo, por insignificante que pareça
aos meus próprios olhos, esteja em perfeita consonância
com as expectativas de meus leitores, essas ignóbeis criaturas
que de mim exigem absoluta genialidade, incondicionalmente, a cada momento;
que, mesmo escrevendo sem remuneração, as virtudes do
desapego e da generosidade informem todos os meus atos, para que a Sabedoria
com que Vós me agraciastes possa transparecer, em sua plenitude,
em cada artigo, frase, palavra ou espaço entre palavras que digito
neste humilde teclado; que eu impressione positivamente meus semelhantes,
os demais digestores, a fim que possamos conviver em perfeita comunhão,
para Vossa maior glória; e, sobretudo, imploro-Vos, não
permitais que eu atire pérolas aos porcos, mas, se o fizer, e
for dilacerado por eles, QUE EU SEJA ELEGANTE E COMEDIDO EM MINHAS REAÇÕES.
Amém.
"Segunda
Oração do Digestor Cultural" por Juliano Maesano
Senhor,
Continuando essa
prece eu lhe rogo que dê-me coragem de ousar, de escrever com
o ímpeto de iniciante e poder ter a confiança de que o
"backspace" e o "delete" são armas que não
devem ser usadas em vão.
Grande Mestre, permita-me
conexão mental com os que ali lerão, para que nessa sintonia
possamos trazer o cálice da informação, do exercício
cerebral e da diversão.
Sabendo que nós
mesmos somos nossos maiores inimigos nessa batalha, e que estamos protegidos
pelo Senhor, por seu Filho, o editor, e pelos nossos Irmãos,
os digestores; faça com que pisemos o campo de cabeça
erguida, sem receios e arrependimentos; pois as palavras por nós
escritas são verdadeiras, ao menos, aos nossos corações.
"Dez Mandamentos
do Digestor Cultural" por Juliano Maesano
1. Não apagarás
completamente de seu HD nenhuma tentativa de texto, por pior que lhe
pareça.
2. Guardarás um dia santo para praticar sua fé, escrever.
3. Não ignorarás a coluna do próximo.
4. Responderás às mensagens dos leitores.
5. Visitarás os sites da griffe Digestivo Cultural (forum,
poll, etc).
6. Serás livre para exprimir opiniões, desde que com educação.
7. Serás fiel e comunicarás somente seus sentimentos.
8. Darás sinal de vida ao Editor.
9. Participarás das resoluções que importem ao
Grupo.
10. Encontrarás seus Irmãos para beber o vinho sagrado.