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300 mil visitantes-únicos
Segunda-feira,
7/4/2008
Web 2.0 no Digestivo Cultural
Julio Daio Borges
+ de 1600 Acessos
1. Quando você ouviu falar da Web 2.0, achou que ela se aplicava ao Digestivo?
Inicialmente, não. Queria que ela se aplicasse, claro, porque os bem-sucedidos sites da Web 2.0 cresciam exponencialmente, engendrando o chamado "novo boom" (da Wired)... Mas não vi ligação direta, em fins de 2005, com o que fazíamos aqui.
2. Por quê não?
Porque o Digestivo ficou conhecido por separar o joio do trigo (da internet, do jornalismo cultural na internet) ― e, de repente, parecia esquisito abrir para os internautas, como a Web 2.0 sugeria, abandonando os nossos parâmetros ou, ao menos, alargando-os...
3. Ou seja: o "editorial", mesmo na internet, nunca se mistura 100% com os leitores?
É um jeito de ver as coisas. Eu sou pela democracia plena e irrestrita, em termos de jornalismo; mas ainda acho que, se você entrega todo o editorial nas mãos da audiência, pode haver risco de perda (o Lula diria "perca") da identidade...
4. Explique melhor.
Talvez eu não tenha, ainda, uma cabeça 100% "wiki", ou "Digg" ou mesmo "Slashdot" ― mas, sim, a de alguém que acredita numa certa direção, num certo direcionamento, num "rumo". Ainda que eu escreva cada vez menos no Digestivo, por exemplo, o site precisa manter sua "marca registrada", não precisa?
5. Qual a saída, então, para "compor" com a Web 2.0?
Manter os parâmetros, mas alargando suavemente a base de colaboradores, como numa lenta transição: onde os Comentadores vão ganhando mais espaço, enquanto que os Leitores vão fiscalizando todo o processo, aprovando ou não...
6. Soa meio abstrato...
Pense nas Promoções. Estamos usando as enquetes para "cutucar" os participantes, em temas do interesse de todos. Assim, as mais destacadas respostas viram Comentários e ampliam a discussão... Sem que, necessariamente, precisa haver um texto inteiro sobre. Tente ler desta forma: "Quem escreve bem, no Brasil de hoje?"; "Quais são os Melhores Jornais do País?"; "O escritor brasileiro deve se deslocar (em busca de seus leitores)?".
7. E os Comentários-Comentadores... funcionam, então, como um alargamento da base de Colunas-Colunistas?
Não sei se é exatamente isso, mas funciona como analogia. Na verdade, eu descobri, numa palestra, que existem diversos tipos de Leitores (digamos, "níveis" de participação) ― e que o site tem de atender a todos... Aqui: desde os que só lêem até os que viram Colaboradores; desde os que periodicamente Comentam até aqueles que só se manifestam através de uma Promoção; desde os que enviam um único e-mail na vida até os que assinam a Newsletter durante anos.
8. E onde entra a Web 2.0 nisso?
A Web 2.0 é, na prática, um alargamento da base de usuários do site. E, quando você cria novas instâncias de participação, está permitindo a mais gente fazer parte do processo de "construção" do Digestivo Cultural.
9. E não há risco de diluição?
Há; mas, trabalhando dentro de certos limites, é possível fazer progressos, da "Web 1.0" para a Web 2.0, sem sacrificar a identidade, abrindo mão do controle, e revelando, acima de tudo, desdobramentos que os editores nem sequer sonham... E antes que você me pergunte: exatamente como no caso das últimas Promoções e das "Páginas dos Comentadores" (que "de repente" trouxeram à luz 4 mil novos colaboradores...).
10. Vem mais Web 2.0 por aí?
Vem; mas, como eu frisei, lentamente. Deve ser assim. Se você abrir todas as comportas de uma só vez, as pessoas podem não entender e você mesmo pode se perder... Fora que a infra-estrutura tem de ser ajustada simultaneamente, senão o site cai (ou trava) nos "picos". Juntando todas as seções, são, hoje, quase 5 mil "Colaboradores" do Digestivo Cultural desde o início. Por isso, também, os 10 mil visitantes-únicos/dia... Eis aí a chave do crescimento.
Julio Daio Borges
Segunda-feira,
7/4/2008
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