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ENSAIOS
Segunda-feira,
17/2/2003
Ensaios
Ensaístas
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Um harmonizador por força da intuição
>>> Dorival Caymmi é pintor. De tanto elaborar paisagens e retratos da sua Bahia natal nas horas de ócio, chegou a pensar em virar um profissional das tintas, assim como havia se tornado um artífice dos sons. Só que existe na sua obra um abismo entre um código e outro, a paleta de tintas e a quadratura do violão ferido com dedos nus. Sua música lhe forneceu todos os elementos para pintar, ficando à pintura propriamente dita um mero recurso da inspiração. Caymmi pode ter se inspirado em determinada personagem ou fenômeno natural. Mas sua pintura se traduz especificamente em notas, escolhidas com cuidado e intuição para mimetizar os fatos e as formas do universo.
por Luís Antônio Giron
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O poeta da estranheza
>>> "o pauloleminski/ é um cachorro louco/ que deve ser morto/ a pau a pedra/ a fogo a pique/ senão é bem capaz/ o fdp/ de fazer chover/ em nosso piquenique". Esse texto do poeta curitibano traduz um pouco a vida que levou Leminski (1945-1989). Bebeu em todas as fontes. Escreveu ensaios, letras de música, traduziu Bashô e Homero, exerceu o jornalismo, viveu nos tempos das liberações. Polêmico e inovador. Um autor que se perguntava: para que servem os poetas? Leminski e Ana Cristina César são os dois mais importantes poetas da geração de 70.
por Pedro Maciel
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Estranho Wittgenstein
>>> Wittgenstein não tinha amigos e só reparava em senhoras para saber como as evitar. A ideia de que uma mulher filosofasse levava-o a fechar os olhos de desespero. Na sua família tinham existido casos de loucura e de suicídio. Aconselhava os seus alunos a realizar tarefas humildes e, de tempos a tempos, ele mesmo fazia-se professor primário ou mecânico. Achava que um intelecto saudável não precisa estar consciente de si próprio mas sim de partir para o mundo e fazer negócios, máquinas, músicas e poemas, sem reflectir. Fosse qual fosse a verdade do mundo devia ser simples.
por Mendo Castro Henriques
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O homem que comia demais
>>> Sempre que a ocasião permitia, Alfred Hitchcock arrumava um jeito de enfiar metáforas culinárias em suas conversas e entrevistas. Glutão e gourmet, para Hitchcock, comer era tão prazeroso quanto matar alguém diante das câmeras e oferecer à platéia os mais deliciosos bolos deste mundo, envenenados de charme, malícia e perversidade. Prazeroso e calmante. Quando seus pais o deixavam sozinho em casa, o pequeno Alfred aplacava o medo do escuro e eventuais fantasmas atacando a geladeira e devorando fatias de carne assada. "Só aquilo me acalmava", revelou no prefácio de uma coletânea de contos de terror de Edgar Allan Poe. Bulimia e frisson não freqüentam o mesmo capítulo apenas nos compêndios de psicanálise. Na vida e na obra de Hitchcock também sempre andaram juntos.
por Sérgio Augusto
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A ética de Camus contra o terror de Sartre
>>> Uma discordância sobre o que deve predominar - a moral ou a ideologia, a ética ou a política - separou dois intelectuais cujo convívio tornou mais charmoso e inteligente o debate filosófico e literário nos cafés da Paris do pós-guerra - Jean-Paul Sartre e Albert Camus. A eclosão dos combates pela independência da Argélia acirrou esse confronto. De um lado, o fundador do existencialismo, que havia abraçado sem restrições a militância marxista, justificava os atentados terroristas da maioria árabe contra a minoria de argelinos descendentes de europeus como uma forma de defesa. Do lado oposto, o teórico do absurdo e romancista de "A peste", condenava o terrorismo com a mesma virulência com que execrava os métodos bárbaros das tropas de ocupação.
por José Nêumanne
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Pascal e a condição humana
>>> Blaise Pascal (1623-1662) está inserido na história da ciência como um dos mais notáveis estudiosos de matemática e física. Precoce, aos 12 anos, Pascal escreve um tratado sobre "Acústica" e descobre a geometria até trigésima segunda proposição de Euclides. Aos 17, escreve o "Tratado dos Cones" e, aos 19 anos, descobre a prensa hidráulica. No ano seguinte, inventa a primeira calculadora, a "máquina de aritmética", para ajudar o seu pai no trabalho. Em 1646 reproduz, com Pierre Petit, a experiência de Torriceli e faz experiências sobre o vácuo. É também conhecido como o precursor do cálculo infinitesimal. Mas "Pensamentos" é o seu trabalho mais genial, uma das obras-primas da literatura francesa.
por Pedro Maciel
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Martins Pena: sonhando com o romance brasileiro
>>> O escritor fluminense Luís Carlos Martins Pena passou à literatura como um Molière autóctone, o criador da comédia de costumes em território verde-amarelo. Legou uma produção cômica de enorme aceitação, sobretudo em sua época. De suas vinte comédias, muitas pecam pela farsa desenfreada com o objetivo de deleitar o público. Martins Pena sonhava com facécias - conforme chamava os ditos e recursos cômicos de que lançava mão. Mantinha até um caderno com frases e epigramas espirituosos, seus e de autores famosos. Mas não se limitou ao gênio burlesco. Sua vida foi breve e a posteridade não se debruçou sobre os projetos que deixou incompletos e os contos que escreveu para jornais e revistas.
por Luís Antônio Giron
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Kane era um amador
>>> Só na Austrália Rupert Murdoch controla mais de 60% da imprensa, é dono da mais poderosa operadora de TV a cabo, de metade da Qantas (a Varig australiana) e de toda a liga de rugby. Também fez uma limpa no mercado internacional. Além de 93% da Star TV e 100% da HarperCollins, a News Corp possui mais de uma centena de revistas e jornais, a Fox TV, os estúdios de cinema da Fox e interesses em empreendimentos televisivos de cinco continentes. Na Europa, suas últimas investidas foram na Alemanha (em cima do cambaleante império midiático de Leo Kirch) e na Itália (avançou sobre a Telepiù).
por Sérgio Augusto
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O Cotton Club
>>> Quando se vê uma fita de gângsteres ou um musical com cenas em preto e branco reproduzindo a atuação de um cantor de jazz, a tendência é achar que um nada tem que ver com outro. No entanto, nos anos 20 e 30, quando os EUA viveram o boom e o crack de Wall Street, da euforia do suingue ao desespero da Recessão, a realidade misturava tudo: as baquetas de Chick Webb, o pente da metralhadora dos capangas de Al Capone e os blues de Bessie Smith conviviam, se não harmonicamente, pelo menos em paz. E se havia um lugar onde isso se celebrava era o palco do Cotton Club, no Harlem.
por José Nêumanne
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Encontro com Borges
>>> Foi em 1970 que conheci Jorge Luís Borges. Ele veio a São Paulo receber o Prêmio Interamericano de Literatura, instituído por Francisco Matarazzo Sobrinho, o criador da Bienal de São Paulo. E lá vem Borges, com sua bengala preferida. Tinha uma coleção delas. Estava de terno branco, menos a gravata azul, presa por prendedor de madrepérola. Na cabeça, um chapéu-de-panamá, que logo tirou, deixando que os raros cabelos respirassem o ar impuro da cidade. Todos se apresentaram, então, ele me perguntou: "Quem é você?" Respondi que era só um jornalista. Borges, com ironia, aduziu: "La prensa me encanta..."
por Alberto Beuttenmüller
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Julio Daio Borges
Editor
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