ESPECIAIS
Domingo,
25/3/2001
Oscar 2001
Colunistas
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Ave Caesar, morituri te salutant
>>> Por um instante, achei que estava vendo a Roma moderna, e não a antiga.
Cafés, senadores e mulheres andando livremente pela rua, a princesa imperial
sendo carregada pela rua sem maiores escoltas... Recomendo a leitura do
divertidíssimo Juvenal, em que ele descreve a aventura que era andar pelas
ruas de Roma, onde você tinha sua roupa rasgada, seu corpo pisado e
arranhado, quase era atropelado pelas multidões de soldados e guardas
fazendo escolta dos figurões, quase era esmagado por suas liteiras
carregadas por escravos e suas carruagens, e além disso tudo podia receber
um vaso cheio de excrementos na cabeça, arremessado do último andar de um
prédio.
por Rafael Azevedo
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Náufrago: nem tanto ao mar, nem tanto à terra
>>> A parábola do homem perdido numa ilha deserta já é antiga, e sempre
volta à tona, adaptada a cada época. Neste caso, a época é da velocidade.
Nunca buscamos tanto a rapidez como nos dias de hoje. Vivemos na era do
non-stop, fast food, express, on line, e, é claro, FedEx. Mas o final
deveria apresentar uma outra situação, mais realista e menos piegas. Será
que o tempo passado na ilha não afetou a vida de Chuck de uma maneira mais
forte do que mostra o filme?
por Adriana Baggio
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Ocidente de tocaia, Oriente escondido
>>> Numa das primeiras cenas de O Tigre e o Dragão, o personagem de Chow
Yun Fat, Li Mu Bei, comenta com uma amiga que tinha voltado de sua meditação
nas montanhas por causa de um mau pressentimento. Embora trivial, essa
cena é tremendamente importante para entender a maneira que Ang Lee escolheu
para dirigir o filme, e o porquê de seu sucesso nos EUA. Existe essa
tradição ocidental de verbalizar os sentimentos, de expôr o interior. O
incomum reside no fato que estamos assistindo um filme de temática e atores
orientais, falado em mandarim, e no entanto o personagem fala o que está
sentindo. Quantas vezes no filme Hana Bi, por exemplo, de Takeshi Kitano,
alguém explicita verbalmente o que está sentindo? Raras, ao longo de 2
horas de película.
por Rafael Lima
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Shadow of the Vampire
>>> Shadow of the Vampire multiplica ao infinito o "filme dentro do
filme" - recurso conhecido como mise-en-abime, em que uma imagem é
refletida ou contida por si mesma indefinidamente. Por exemplo, quando uma
televisão mostra em sua tela uma idêntica televisão que mostra em sua tela
uma idêntica televisão que mostra em sua tela uma idêntica televisão. Assim, em Shadow of the Vampire, Max Schreck não é um ator que interpreta um
vampiro - mas, nas palavras do Murnau fictício, um vampiro que interpreta
um ator interpretando um vampiro. O filme revê não apenas a produção de
Nosferatu, mas reflete sobre a história e a produção do próprio cinema.
por Daniela Sandler
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Somente para quem quiser (souber?) sonhar
>>> O Tigre e o Dragão é um filme oriental. Se digo, contudo, que O Tigre
e o Dragão é um filme oriental, é tão-somente para alertar o espectador para
um fato: os orientais vivem noutro ritmo. Não sei se porque estão sempre
adiantados no tempo, com uma sensação de que, não importa que dia seja,
sempre estarão algumas horas a nossa frente, os orientais têm outro ritmo
para contar uma história, mesmo que a linguagem cinematográfica se firme,
cada vez mais, como universal, mesmo em se tratando de um filme de ação, do
qual deve se esperar as cenas mais rápidas do cinema. Se Ang Lee, o diretor,
segue a cartilha do cinema ocidental no que diz respeito às cenas de luta,
não o faz com o resto de O Tigre e o Dragão. Ang Lee nos conta uma
história sem se importar com o espectador a esperar as mais grotesca das
pancadarias.
por Paulo Polzonoff Jr
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Quando road movie encontra inocência adolescente
>>> É uma aura de ingenuidade que certamente é responsável por boa parte do encanto de Quase Famosos, o esperado retorno às telas do diretor Cameron Crowe. A inocência, o desabrochar da sexualidade adolescente, tudo isso em si já tem seu apelo, mas Crowe decidiu moldar essa história em cima dos anos 70 nos EUA, em cima de um road movie.
por Arcano9
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A resistência é vermelha
>>> Chocolate é carregado de vida e um realismo fantástico que o coloca naquela categoria de filmes que ou você gosta ou não gosta, sem maiores explicações. E aí aparecem os paralelos, com o mesmo Johnny Depp de Don Juan de Marco, a cena aérea belíssima do vilarejo que faz lembrar de Edward Mãos de Tesoura e a intensidade dos sentimentos despertados pelo alimento de Como Água para Chocolate.
por Vera Moreira
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Oscar
>>> Os mais "alienados" adoram. Os "engajados", odeiam. Uns acham lindo e importante. Outros acham uma babaquice. Na verdade, até os que não encontram mérito algum no prêmio ou premiados acabam assistindo mesmo assim. Os meses que antecipam a festa são um festival de telefonemas por parte dos produtores. Ligam aos membros da Academia com pedidos, ofertas, chantagens, cobranças e tudo o mais.
por Juliano Maesano
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Façam suas apostas
>>> Muito já se disse e já se ouviu sobre o notório conservadorismo da Academia
nas escolhas do Oscar, mas o que se descobre acompanhando a cerimônia ao
longo dos anos é que a previsibilidade acaba sendo bem menor do que se
supunha. Apesar da eterna preferência por atores que interpretam limítrofes,
aleijados ou dramalhões, e de uma certa aversão à comédias, ficção
científica e terror, a Academia consegue se superar nas complicações de sua lógica
interna.
por Rafael Lima
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Julio Daio Borges
Editor
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