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ESPECIAIS
Terça-feira,
11/2/2014
Origens
Colunistas
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Origens: minha mãe
>>> Aquilo que Freud chamou de "romance familiar" é de extrema importância na minha formação. Os laços que se constituíram entre mim e, principalmente, minha mãe, determinaram muito do que eu sou hoje. Da relação real às fantasias em torno do que é o "afeto materno", percebo aquilo que está gravado em mim, da genética à formação social, cultural e emocional, me tornando aquilo que sou. Minha mãe é, com absoluta certeza, o elemento mais importante naquilo que vou chamar de "minha formação existencial". Desde as sensações mais físicas até a percepção da natureza e da cultura e de como deveria ser minha relação com as pessoas, foi a influência maternal o elemento mais determinante.
por Jardel Dias Cavalcanti
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Margarida e Antônio, Sueli e Israel
>>> Meu avô contava uma história tragicômica: engraxou os sapatos de um qualquer e adquiriu com o dinheiro um enorme sanduíche de mortadela, mais guaraná. O sanduichão lhe deixou empanzinado. Então veio uma moça: "Coitado! Deve estar com tanta fome!"; e comprou outro lanche. O engraçado é essa fartura instantânea - que a caridade tenha vindo justo quando menos necessária, e até recusável, que a saciedade tenha aparentado penúria. O que impressionava era que meu avô tivesse tido de trabalhar, criança, para arranjar comida. A distância entre isso e a vida de classe média que ele me proporcionava sempre possuiu esse caráter peculiar.
por Duanne Ribeiro
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O armário que me pariu
>>> Daí que o armário tava bem velho. As portas não fechavam direito, as placas brancas tavam caindo e até um dos pés tava quebrado. Meus pais naquela época já brigavam por qualquer motivo. O armário todo estropiado no meio da sala se tornou mais um pretexto. Lembro que eles passaram a noite toda, do jantar até irem dormir, discutindo sobre o tal armário. Parecia que se eu salvasse aquele armário, eu salvaria o casamento dos meus pais. Fiquei parado, torcendo pra ele não quebrar, mas sem saber o que fazer. Tudo o que eu podia fazer era esperar que tudo voltasse ao normal. Que o armário se salvasse, que meus pais parassem de brigar.
por Lisandro Gaertner
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Mamãe
>>> A Mamãe foi, provavelmente, a maior leitora do Digestivo Cultural. E eu tinha de publicar, no Digestivo, a minha homenagem a ela. Comentava sempre. Conhecia os Colunistas pelo nome. Os primeiros textos sem a perspectiva de leitura dela foram muito difíceis de escrever. E este, mais ainda. Porque a nossa mãe não cabe em palavras. Assim como a vida não cabe em palavras. Mas eu devia esta homenagem a ela. Sem a pretensão de esgotá-la. Sem a pretensão de dar conta dela. Simplesmente como um filho tenta agradecer a quem lhe deu a vida.
por Julio Daio Borges
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Julio Daio Borges
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